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As várias faces da violência

Foto: Gal Oppido
Foto: Gal Oppido

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Na contemporaneidade, a violência, enquanto fenômeno social, assume diferentes contornos, eclodindo ora de maneira direta e explícita, ora indireta e dissimulada. Ao refletir sobre este tema, deparamo-nos com questões econômicas, psicológicas e institucionais; sua complexidade exige olhares que possam desvendar a rede de significados produzidos e reproduzidos.

Denunciar a violência e contribuir socialmente para a sua erradicação é condição do processo de democratização. A experiência da cidadania se constrói cotidianamente, no respeito e na garantia dos direitos sociais. 

O dia 15 de junho foi instituído - pela Organização das Nações Unidas, em 2006 - como o Dia Mundial de Conscientização da violência contra a pessoa idosa. A data pretende alertar a sociedade para os abusos sofridos por velhos no mundo - descaracterizá-los como algo natural e banal - e estimular mudanças de comportamentos. Qualificada como um grave atentado contra os direitos humanos, a violência que atinge a pessoa idosa constitui um dos maiores obstáculos para a concretização de um estado democrático pleno, de uma sociedade para todas as idades.

No Brasil, esforços conjuntos entre o estado e a sociedade civil disseminam, de forma ampla, informações sobre os direitos dessa população com objetivo de enfrentar e prevenir os abusos e maus tratos e, principalmente, tentar compreender as razões e o contexto social onde são produzidas.

O crescimento da estimativa de vida não correspondeu, na mesma medida, a uma mudança de percepção sobre a velhice e o processo de envelhecimento. A invisibilidade a que os velhos estão sujeitos, os expõe a um tipo de violência que, embora de caráter sutil, ainda assim carrega elementos de perversidade tão concretos quanto as agressões físicas.

O Sesc, ciente de sua responsabilidade como pioneiro nas ações socioeducativas voltadas a esse grupo etário no Brasil, empenha-se na valorização social da pessoa idosa como um dos caminhos possíveis para o enfrentamento dessa questão, sabendo que há muito, ainda, a ser feito.  

Danilo Santos de Miranda
Diretor Regional