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Editorial
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Nesta edição apresentamos três artigos, baseados em palestras do Seminário “O Brasil e os Idosos”, realizado em parceria com a PUC/SP, no final do ano de 1996. Em “Repensando o Envelhecer: Entre o Mito e a Razão”, Mário Sérgio Cortella aborda alguns mitos e estereótipos sobre a velhice e o processo do envelhecimento muito presentes no cotidiano e aponta vários indícios de que a maneira de se envelhecer e o próprio conceito de velhice estão mudando, como decorrência das radicais mudanças de comportamento impostas pela revolução tecnológica. Edênio Valle, em seu artigo “A Velhice e o Futuro - Os Novos Velhos do III Milênio”, articula um interessante exercício de imaginação a respeito da situação dos velhos em 2027, ou seja, da velhice daqui a 30 anos, levando em conta inúmeras variáveis dentro de cenários mais “róseos”ou mais sombrios. Em “A Contribuição da Psicologia no Campo da Gerontologia Social”, Elvira Wagner traça um elucidativo panorama das diversas teorias psicológicas aplicadas à compreensão o envelhecimento humano, relatando ainda os aportes dessa ciência nos campos da pesquisa, do diagnóstico e do atendimento. Esses textos são resultantes de falas, guardam, portanto, características da linguagem coloquial.
Ainda nesta edição, prestamos uma homenagem póstuma à assistente social Edith Motta, republicando o artigo “Reflexos da Aposentadoria sobre a Questão Social do Idoso”. Edith, figura exponencial da gerontologia brasileira, notabilizou-se por sua combatividade e dedicação à luta pela emancipação do idoso e do aposentado. Fechando este número, a revista publica dois importantes documentos produzidos pelos idosos, durante o Encontro Estadual de Idosos de Campos de Jordão, promovido pelo SESC de São Paulo e realizado em setembro de 1997: o “Manifesto de Campos de Jordão” e “Recomendações do 12º Encontro Estadual de Idosos”. O evento teve por tema a lei 8842, o chamado Estatuto do Idoso, recentemente promulgada pelo Presidente da República. O Encontro, que teve como encerramento uma passeata de 800 idosos, deixou cl o para todos os participantes que os benefícios dessa legislação só serão efetivamente alcançados se a comunidade idosa mobilizar--se com empenho e determinação na busca de seus direitos.
ABRAM SZAJMAN
Presidente do Conselho Regional do SESC de São Paulo