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Flertando com as sombras
Envelhecimento, doença, loucura, morte. Por que escrever sobre isso? Por que abordar assuntos desagradáveis se viver já é tão difícil, se esses temas já rondam nosso cotidiano, se entram por nossos olhos e ouvidos no noticiário, se dormem no fundo de nossas mentes como feras hibernando e esperando o momento de atacar? Por quê?
A escritora Heloisa Seixas traz no texto o seu olhar sobre todos esses temas, além de contar sobre a doença da mãe e sobre como a escrita a ajudou neste momento delicado.
“Foi no dia em que minha filha saiu de casa que minha mãe enlouqueceu.
Não foi gradual, era um sábado. Exatamente naquele dia, minha
filha completava 22 anos. Sábado, 16 de fevereiro de 2002, oito horas
da manhã. Talvez eu não pudesse precisar o momento se não fosse o
aniversário, a mudança – mas foi como aconteceu. Minha mãe enlouqueceu
num sábado de manhã.”
(O lugar escuro, memória, 2007)
Quem nunca conviveu com um caso de demência senil pensa que a doença de Alzheimer é simplesmente a perda da memória. Mas não é. Um de seus primeiros sintomas é a modificação da personalidade. A princípio de forma sutil, essa mudança vai aumentando e contaminando as relações...
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