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Brasil, uma política para a velhice, já
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OSVALDO GONÇALVES DA SILVA
RESENHA:
Abordando o histórico e a organização dos serviços de proteção social, percorre todos os passos processuais da criação da Previdência Social e Privada, os Estatutos dos Funcionários, menciona rapidamente as ações até hoje levadas a
efeito em favor das pessoas idosas e, finalmente, faz algumas considerações sobre o envelhecimento demográfico no Brasil.
O título sugere uma reflexão sobre possíveis alternativas de política social para a velhice, o que, porém, não acontece. Aliás, o autor não pretendia isso. Sua intenção, como ele mesmo diz, não é fazer um trabalho inédito, mas apenas informar um pouco mais a seus compatriotas a respeito de uma realidade que muitos desconhecem e dar aos brasileiros a oportunidade de observar a
mesma realidade através da visão de alguém que a focaliza à distância.
Pelo menos junto ao público que desconhece o problema do idoso brasileiro, presume-se que os objetivos tenham sido alcançados, dada à profusão e meticulosidade de informações reforçadas por um sem número de quadros e gráficos demonstrativos que tornam a leitura às vezes fastidiosa e cansativa. Um risco que o autor assumiu conscientemente para salvaguardar a veracidade
de suas afirmações.
Não obstante, o conteúdo da obra revela-se interessante para o leitor que deseja ilustrar seus estudos com dados mais detalhados ou citações de projetos de leis ainda não suficientemente divulgados pela literatura de que dispomos nesta área.
Pelo acervo de informações recolhidas em todos os quadrantes do território nacional, esperava-se uma análise mais profunda do problema do velho no Brasil. E o leitor poderá se sentir um pouco frustrado por não encontrar proposta alguma concreta de política social para a velhice, já,
como insinua o roteiro da obra.
Em poucas palavras, tocou-se na ferida do doente, fez-se o diagnóstico, estabeleceu-se a etiologia do mal, mas não se prescreveu o medicamento com possibilidades de atenuar o sofrimento do paciente.
Neste sentido, o título ultrapassa o contexto que, repetimos, é valido pela riqueza de informações históricas, sobretudo no que diz respeito à legislação social e catalogação de dados estatísticos.
HOTE, Jean Michel. Brasil, uma política para a velhice, já. BRASCORES Editora. , Rio de Janeiro, 1988