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Editorial
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Cumprindo recomendações da ONU relativas ao Ano Internacional do Idoso, foram realizados no Brasil diversos eventos que, de diversas formas, procuraram lembrar as aspirações e as carências dos nossos velhos.
Uma das áreas mais vulneráveis à mudança na estrutura etária da sociedade é, sem dúvida, a da Previdência Social. Recentemente, ouvimos uma preocupante declaração de uma autoridade do Governo Federal de que caso não sejam realizadas de imediato inúmeras reformas, o acúmulo de déficits nas contas do sistema previdenciário, inviabilizará o pagamento de pensões e aposentadorias a milhões de brasileiros, daqui a aproximadamente 5 anos.
A área da Saúde é também nevrálgica. 60% dos leitos hospitalares são ocupados por idosos, que sofrem as penúrias de um atendimento público de baixa qualidade. Para agravar o quadro, não temos investido em uma política preventiva para se evitar ao máximo a internação hospitalar, que além de onerosa, muitas vezes agrava as condições do enfermo. Maciços investimentos no atendimento ambulatorial e domiciliar são prementes.
O crescimento desordenado das cidades piora a qualidade de vida, principalmente daqueles que fragilizados pela idade apresentam dificuldades de locomoção. Ônibus mais acessíveis e confortáveis e ruas e calçadas devidamente pavimentadas facilitam o exercício do direito de ir e vir do cidadão da Terceira Idade.
O acesso à Educação, à Cultura e ao Lazer é decisivo para uma maior dignidade no cotidiano dos aposentados. Torna-se cada vez mais imperiosa a multiplicação de órgãos e entidades governamentais e privadas que se voltem para essas atividades.
Poderíamos enumerar uma série de necessidades sentidas pelos idosos em sua busca por uma melhor qualidade de vida. Acreditamos que somente o esforço conjunto de governo e sociedade possa enfrentar desafios de tal magnitude. Todavia, essa luta não pode prescindir da participação dos mais diretamente interessados: os próprios idosos. Aliás, temos testemunhado com satisfação a crescente organização desse segmento erário, em Conselhos Municipais e Estaduais espalhados pelo país.
O SESC de São Paulo, que há 36 anos desenvolve uma programação sociocultural para esse público, neste Ano Internacional do Idoso, reafirma seu compromisso para com essa importante questão social. Prosseguimos confiantes neste trabalho, esperançosos de que as novas gerações de brasileiros tenham uma velhice produtiva e participativa.
ABRAM SZAJMAN - Presidente do Conselho Regional do Sesc de São Paulo