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Primeira exposição de Isaac Julien no Brasil

Parceria entre Sesc e Videobrasil promove em São Paulo a primeira exposição individual do artista britânico Isaac Julien, de 4/9 a 16/12, no Sesc Pompeia.
A exposição |
Quatro instalações em múltiplas telas, criadas ao longo da última década, compõem o segmento central da primeira individual do artista britânico Isaac Julien no Brasil, com exibição paralela de destaques da filmografia de Julien pelo SescTV. A exposição, com curadoria de Solange Farkas contempla duas décadas da produção do artista e provoca questionamentos artísticos e sociais. Questões de uso de cores, som e narrativa são expostas juntamente com questões de identidade cultural e questionamento político. A mostra inclui a apresentação de Ten thousand waves, uma das mais significativas obras recentes de Julien. Indicado ao Turner Prize (prêmio britânico para artistas com menos de 50 anos, um dos mais prestigiosos do mundo) em 2001, Julien é um dos principais nomes mundiais da arte em meios audiovisuais.
Isaac Julien fez parte da leva de coletivos que propôs, durante os anos 80, a discussão sobre diversidade étnica na Inglaterra para o público de cinema e de TV. Como realizador independente, o artista ganhou notoriedade com o filme "Looking for Langston", de 1989, sobre a o poeta Langston Hughes e o ambiente do Harlem dos anos 20.
A Origem |
O projeto de Isaac Julien: Geopoéticas começou a se delinear por ocasião da Mostra Pan-africana de Arte Contemporânea, que Solange Farkas organizou em 2005, no Museu de Arte Moderna da Bahia. À época, interessou à curadora a possibilidade de contrapor o trabalho de Julien àquela seleção. A obra do artista, porém, guarda uma força tal que mereceu atenção exclusiva. “Com esta seleção, é possível dar conta com mais vigor das nuances que o trabalho comporta. As transgressões formais, por exemplo, são tão importantes quanto as questões de sexualidade ou políticas que a obra aborda”, ressalta a curadora.
O artista considera que a paisagem pode ser considerada um dos elementos protagonistas de sua poética, característica evidente na seleção apresentada.“Para mim, a ideia de poder se mover pelo mundo e ser capaz de descrevê-lo não deveria ser algo incomum; precisamos questionar as ondas da globalização. Sou muito interessado em olhar para diferentes lugares na geografia política ou cultural e explorá-los”, declara Isaac Julien.
O Catálogo |
Lançado pela Associação Cultural Videobrasil e pelas Edições Sesc SP, o catálogo reúne sinopses e imagens das obras da exposição Isaac Julien: Geopoéticas, inclusive dos filmes exibidos no SescTV. O catálogo apresenta também uma entrevista exclusiva do artista comentando aspectos de seu trabalho, além de textos de: Makr Nash, crítico de cinema; Lisa E. Bloom, estudiosa de questões de gênero; Raina Gafaar, comentando questões políticas; e Vinicius Spricigo, relacionando a obra de Isaac Julien com a arte brasileira.
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ISAAC JULIEN: Geopoéticas |
Curadoria Educativa |
Tradição da parceria entre SESC e Videobrasil, a curadoria educativa propõe diversas atividades com a intenção de aproximar o público da arte apresentada na exposição e da arte contemporânea. Consulte aqui a programação completa da curadoria educativa..
Para Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC em São Paulo, “A capacidade de construir encontros afetivos de arte e cultura a partir de híbridos de historias distintas e outras inimagináveis, destaca-se, num desejo esperançoso de que humano e natureza se encontrem e se reconciliem em diversas situações e encruzilhadas." E prossegue: "Nesta primeira exposição individual do artista britânico no Brasil, busca-se favorecer o aprimoramento da produção local por meio do debate das tendências mundiais de questões formais e estéticas nas artes visuais, assim como, na mesma intensidade, abrir caminhos para outras possíveis apropriações dos temas políticos, sociais e comportamentais tratados por ele, a partir de ações educativas e de processos de mediação.”
Leia mais
• As obras da exposição
• Sobre Isaac Julien
• Isaac Julien - Geopoéticas (site oficial)
o que: | Isaac Julien: Geopoéticas |
quando: |
de 4/9 a 16/12 |
onde: |
Sesc Pompeia | R. Clélia, 93 - tel.: (11) 3871-7700 |
ingressos: |
Grátis [verificar retirada de senhas e inscrições em cada evento] |
Concebido e realizado ao longo de quatro anos, Ten Thousand Waves resulta da colaboração entre Isaac Julien e algumas das principais vozes artísticas da China, como Maggie Cheung, lendária sereia do cinema chinês; o cineasta Zhao Tao, estrela em ascensão; o poeta Wang Ping; o mestre de caligrafia Gong Fagen; o artista
Fantôme Créole, 2005, 23’, 16mm, cor, quatro telas
Fantôme Créole sobrepõe paisagens árticas e africanas, ao combinar dois filmes: True North (2004), livremente inspirado na história do explorador negro
Paradise Omeros, 2002, 20’, 16mm, preto e branco/cor, três telas
Paradise Omeros mergulha nas fantasias e sentimentos relacionados ao que
The Leopard, 2007, 20’, 35mm, cor
Versão monocanal da instalação Western Union: small boats, o filme tem
FILMES
Who Killed Colin Roach?, 1983, 45’, super-8/vídeo, cor
Territories, 1984, 25’, 16mm, cor
Looking for Langston, 1989, 40’, 16mm, preto e branco
The Darker Side of Black, 1994, 59’, 16mm, cor
The Attendant, 1993, 10’, 35mm, cor
Derek, 2008, 78’, vídeo, cor |