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Mãe terra

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que em 2010 havia 896,9 mil índios e autodeclarados indígenas no país. Destes, mais de 502 mil na zona rural e pouco mais de 315 mil em áreas urbanas. Uma população diversa pela riqueza linguística e cultural – são cerca de 274 línguas faladas por 225 diferentes povos indígenas, bem como incontáveis manifestações artísticas e culturais que retratam a intensa relação desses povos com a terra. “Independentemente de viver na floresta, no Cerrado, no Pantanal ou na Mata Atlântica, o povo indígena é parte de tudo que os homens brancos chamam de natureza”, relata o professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), escritor e líder indígena Ailton Krenak.

Modos de viver

Uma das formas de esses povos conservarem sua ligação com o território a que pertencem é por meio da importância dada à tradição e ao convívio dos grupos. É o que afirma Krenak, ao abordar o significado da expressão “mãe terra”, segundo a tradição indígena. O especialista explica que o local onde as comunidades vivem não é uma escolha aleatória: “Não se trata de uma expressão poética, e sim uma cosmovisão, uma visão de mundo”.

Formas de se ver

A fotografia é uma importante ferramenta de construção de imagens simbólicas sobre os povos indígenas. O historiador e indigenista Maurício Fonseca conta que a partir de meados do século 19, e durante o século 20, a fotografia teve papel primordial na construção da imagem desses povos. O registro fotográfico tem servido como documento dos modos de vida indígena. “Isso contribui para as pesquisas etnológicas”, exemplifica. Em dupla com a fotografia, o audiovisual se transformou em instrumento para que essas populações tivessem a oportunidade de registrar o seu modo de ver e viver em comunidade. O historiador pontua que tanto a fotografia como a produção audiovisual são “ferramentas de construção e afirmação de identidades e, também, de defesa dos seus direitos e denúncia das violências e ataques que sofrem na luta pelos seus territórios”. Esses registros fazem parte da programação do Abril Indígena.

Tempo de encontros

Rodas de conversa, apresentações e manifestações culturais retratam a resistência dos povos originários do Brasil

As unidades do Sesc realizam, neste mês, a programação Abril Indígena. Com foco no tema Território, as atividades estimulam reflexões em torno da relação dos povos indígenas com os lugares onde vivem. Entre as atividades estão rodas de conversa, oficinas, apresentações e manifestações culturais que dão uma mostra da diversidade presente nas centenas de povos que habitam o Brasil. No SescTV, todas as sextas-feiras do mês, às 23h, serão exibidos filmes sobre diferentes comunidades indígenas, como Baré, Povo do Rio (direção de Tatiana Toffoli) e A Nação que Não Esperou por Deus (de Lúcia Murat e Rodrigo Hinrinchsen).

 

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