Postado em 31/03/2016
Modalidades pouco conhecidas no Brasil ampliam possibilidades e interesse pela prática esportiva
As quatro modalidades tradicionalmente ensinadas nas escolas – futebol, voleibol, basquete e handebol – são tão consolidadas na educação física brasileira que ganharam um apelido no meio esportivo: “quarteto fantástico”. O universo do esporte, porém, é muito maior. Há desde práticas consagradas em outros países, mas pouco difundidas no Brasil, como o beisebol, até outras quase totalmente desconhecidas, como o boulder, rollerski, floorball e tchoukball.
Esportes como esses, que estiveram presentes na programação de março do Sesc Carmo, possuem regras e técnicas bem diferentes do “quarteto fantástico”. Justamente por isso, podem ser boas opções para gerar novos interesses: “Quanto maior o leque de esportes que as pessoas conhecem, mais fácil para elas acharem um com o qual se identifiquem, que consigam realizar melhor e com que se envolvam”, observa o educador físico e técnico da Gerência de Desenvolvimento Físico Esportivo Eduardo Uhle.
Enquanto futebol, basquete, vôlei e handebol seguem o formato de esportes coletivos com bola e divisão da quadra em duas partes, outras modalidades possuem combinações bem diferentes, como os esportes de rebatida, caso do beisebol. “Várias são as características nas modalidades que podem facilitar o acesso à prática. Pessoas que por alguma razão não gostem de jogos com bola podem se interessar mais por outros modelos esportivos”, exemplifica Eduardo. “Ampliar essas possibilidades é uma maneira de buscar um esporte com o qual cada pessoa se sinta bem.”
Em busca do novo
Um dos esportes que vêm ganhando espaço no Brasil é o beisebol. O educador físico e instrutor de atividades físicas do Sesc Bertioga Wellington da Silva Briza observa que, especialmente entre o público jovem, a recepção é positiva. “De início, o que os atrai é a questão de rebater a bolinha, ver quem rebate mais longe, e aos poucos vão entendendo o jogo, se familiarizando e tomando gosto”, conta. “Demonstram curiosidade justamente porque não faz parte da rotina deles. A partir do momento em que entra a vivência de um esporte novo, o interesse é maior.”
Quando se entra em contato com um esporte diferente, é importante resgatar outros elementos, além da simples técnica do esporte, completa Wellington. “A gente tenta sempre trazer o universo do esporte. Não só a prática, mas outros elementos que o envolvem. No caso do beisebol, como ele em geral não faz parte da cultura brasileira, a gente traz também a parte histórica, cultural, social”, diz. De acordo com o instrutor de atividades físicas, a vivência esportiva variada é importante para a identificação com uma atividade física. “Por isso, a gente bate na tecla de que, por mais que você nunca tenha ouvido falar em determinado esporte, é interessante experimentar, assistir a jogos e conhecer um pouco a história para depois formar uma opinião e decidir se é o melhor para você”, completa.
Boulder é um tipo de escalada em estruturas baixas, com altura aproximada de 2 metros e colchão para segurança. A prática é feita por meio de travessias horizontais, nas quais o participante usa técnicas de escalada e força para cumprir o objetivo e completar o trecho.
Floorball foi criado em meados da década de 1950 e é uma espécie de hockey em que não pode haver violência corpo a corpo. O objetivo é colocar a bola na baliza do adversário usando sticks – tacos leves de fibra de carbono.
Shuffleboard é um esporte de origem inglesa que consiste no deslizamento de discos sobre uma quadra, a partir de jogadas com tacos de ponta em forma de “U”.
Rollerski surgiu na Europa, na década de 1960, como uma forma de treinamento dos atletas de ski cross country durante o verão. É praticado com equipamentos muito parecidos com os do esqui na neve, mas com rodinhas.
Tchoukball é oriundo da Suíça na década de 1970 e considerado o “esporte da paz”, pois não existe contato físico e não há um lado para cada equipe. O objetivo é fazer a bola rebater em um dos quadros e cair na quadra, sem que a outra equipe a recupere.
Corfebol elaborado na Holanda em 1902, o corfebol se assemelha ao basquete, em relação ao objetivo de lançar a bola dentro de um cesto, e tem como uma de suas regras a obrigatoriedade de as equipes serem formadas por homens e mulheres.
Beisebol e outras modalidades fazem parte da programação de abril
Além das atividades regulares e da presença do beisebol como modalidade do Programa Sesc de Esportes, no dia 22 de março teve início o projeto Estrelas do Beisebol, realizado no Sesc Bertioga, em parceria com o Consulado Americano, a Major League Baseball, e a Little League Brasil. Com duração de dez meses, o curso é destinado a jovens entre 13 e 15 anos, estudantes de escola pública ou bolsistas de escola particular, e utiliza o esporte e a língua inglesa para desenvolver a liderança.
Sempre no último domingo do mês, a unidade oferece um esporte diferente em formato de clínicas. Em abril, a modalidade sugerida é o tchoukball.
Espaços dedicados à vivência de diferentes modalidades esportivas que utilizam a raquete, como o badminton, tênis, frescobol e tênis de mesa.
Voltada ao público de todas as idades, a experiência possibilita ao público escalar uma parede em formato de bloco, com colchões em volta.