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A expressão artística com impacto social

Postado em 31/03/2016

Apesar de ganhar algum dinheiro com as aulas de inglês que dava em um colégio brasileiro, Wellington Nogueira queria mesmo era ser ator. Em busca desse ofício, foi a Nova Iorque trabalhar em espetáculos musicais. Lá, encontrou palhaços trabalhando dentro de um hospital. "Fiquei encantado: vi ali o nascimento de uma nova forma de expressão artística com tremendo impacto social", conta. O grupo Big Apple Circus despertou nele um desejo. Mais tarde, esse desejo se transformaria no que, hoje, é bem conhecido: Wellington fundaria os Doutores da Alegria. 

Um dos mediadores da Pré Conferência Dignidade e Valores Humanos, que acontece no Sesc Belenzinho nos dias 29 e 30 de março, com transmissão ao vivo aqui no Portal do Sesc SP, Wellington compartilha as transformações que o projeto causou:

"Começar o projeto foi relativamente fácil, porque eu acreditava muito nele. O difícil foi ajudar o público a entender o conceito de palhaços profissionais em caráter contínuo e a parceria com os profissionais da saúde". Sobre essa parceria, decisiva para o trabalho, ele acrescenta: "Complementamos olhares e percepções. Enquanto uma equipe olha para o que está doente e precisa ser curado, a equipe de artistas olha para o que está bom e precisa ser estimulado".

Considerar o bem estar do próximo com a humanização da saúde, em tempos de tamanho egoí­smo e individualidade, é uma arte. O resgate da arte do encontro e da empatia. "Temos que aprender a nos colocar no lugar do outro, a ampliar nossa capacidade de percepção de nós mesmos e do outro. Precisamos muito resgatar nossa capacidade de nos relacionarmos saudavelmente com nós mesmos e com o outro neste mundo enfermo, pois aí­ reside a nossa potência".

Nas palavras de Wellington, vontade e disciplina é tudo do que uma pessoa precisa dispor para ajudar o próximo. As dicas para criar um projeto são várias: "Conheça o público com o qual você vai trabalhar, o local onde vai trabalhar, parceirize-se com as equipes multi-profissionais e documente tudo, para criar uma metodologia que possa ser replicada e avaliada. Ufa!". Inspirações e referências, também não faltam. "O Viva e Deixe Viver e seus contadores de histórias; os mais de 1000 programas inspirados nos Doutores da Alegria, e que fazem parte do Palhaços em Rede; os programas de Música nos Hospitais, os artistas plásticos que recriam espaços nos hospitais; os programas que, além da arte, colocam os idosos hospitalizados em contato com crianças e jovens".

A transformação de Wellington após a fundação do Doutores, foi radical, inclusive na sua percepção sobre hospitais, doenças e pessoas. "Aprendi a ver a beleza e a dramaticidade desses processos, através das histórias de vida. Todos traçamos uma biografia ao longo de nossas existê­ncias. Hoje, sou um empreendedor social com apetite de fazer mais, ampliar espaços de trabalho, porque isso é só o começo de uma grande virada que vem aí, para ajudar o homem a re-significar a sua relação com o seu trabalho e ofício", finaliza.

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Veja também: batemos um papo com Renata Quintella, criadora do Instituto A Nossa Jornada, que também estará na Pré Conferência Dignidade e Valores Humanos.

 

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