Postado em 17/03/2016
Por Mônica de Assis*
A cada ano aumenta a expectativa de vida do brasileiro e cresce a necessidade de refletirmos sobre como estamos nos preparando para o envelhecimento no curso de vida. Anos a mais para se viver serão de fato uma conquista, quanto mais tenha sido possível investir em saúde e qualidade da vida no decorrer do tempo.
Quando uma população envelhece, aumenta a ocorrência das chamadas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como as doenças circulatórias, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas. Assiste-se hoje a uma verdadeira epidemia dessas doenças no Brasil, responsáveis por 72% dos óbitos, grande parte deles abaixo de 60 anos, além de causar prejuízos funcionais e incapacidade que podem perdurar anos.
Mas uma boa notícia é que há o que fazer. As principais DCNT são associadas a quatro fatores de risco comuns: consumo de tabaco; uso prejudicial de álcool; atividade física insuficiente; e alimentação inadequada, o que leva a pressão alta, elevação da glicose no sangue e excesso de peso.
Por que será que práticas não saudáveis têm se tornado tão comuns? O que, no dia-a-dia das nossas cidades, tem facilitado ou dificultado o cuidado com a saúde? É possível buscar alternativas no cotidiano para investir em prevenção? E o que não está ao nosso alcance, poderá ser transformado pelo esforço coletivo?
“Eu posso” e “Nós podemos”. O que cada um pode recriar em sua rotina diária? Quais as oportunidades e condições sociais que precisam ser criadas para termos maior controle sobre o que determina nossa saúde/doença e melhor enfrentarmos as epidemias do nosso tempo?
Refletir sobre essas questões é o papel da Educação em Saúde. A Educação e o diálogo nos tornam mais conscientes sobre escolhas e caminhos para seguir na vida com saúde e autonomia. Com informação adequada, estímulo e orientação, poderemos perceber melhor as nossas necessidades, repensar sobre valores e alinhar nossa vida na direção de conquistar maior bem-estar.
*Mônica de Assis, doutora em Saúde Pública e tecnologista do Instituto Nacional de Câncer/Ministério da Saúde