Postado em 29/02/2016
por Ivani Gama
Conversar com as amigas sempre me faz sentir um pouco mais relaxada: casada e com filhos em idade escolar, tenho falado um pouco com as outras mães sobre a correria do dia a dia e o quanto tentamos cumprir nossa infinita lista de tarefas, seja em casa ou no trabalho.
Nesse balaio de vida incluímos nossas cobranças internas para darmos conta de tudo e, às vezes as coisas não saem como esperávamos. Ficamos frustradas, com raiva e, como consequência aparecem as dores nas costas, no estomago, na cabeça e em outras partes do corpo, como consequência do estresse. Por isso, outro dos temas presentes nas conversas é a busca de cada uma delas por uma melhor qualidade de vida, dentro deste caos cotidiano.
Se o bem-estar está diretamente ligado às escolhas pessoais e aos padrões de convívio social, e não somente a algumas atitudes, surgem comentários sobre viagens, alimentação saudável ou atividade física, ou ainda uma possível ausência de preocupação como bálsamos a esses desgastes da vida na cidade. Isoladamente, essas atitudes podem dar uma sensação momentânea de prazer, de solução, mas na verdade é a soma de diversas escolhas que podem efetivamente colaborar para que o efeito seja prolongado.
Comentei com elas sobre um texto da colunista Miriam Goldenberg, na Folha de S.Paulo, no qual ela aborda um termo grego denominado ataraxia, que descreve um estado lúcido, caracterizado pelo equilíbrio emocional, pela tranquilidade da alma e pela ausência de preocupação, de inquietude e de ansiedade e, finaliza com a frase “...rir de si mesmo é um antídoto para muitas inseguranças e preocupações desnecessárias”. Percebemos que nos sentimos longe deste estado de tranquilidade, mas que com certeza poderíamos rir mais das nossas inseguranças, pois quando contamos nossas histórias e medos percebemos como são corriqueiros.
Na busca deste ponto de equilíbrio diário, considero também fundamental refletirmos sobre as mudanças de hábito, sobre as atividades e a possibilidade de dar novo significado às nossas ações, que por mais rotineiras que sejam, podemos minimizar o impacto que lhes conferimos.
Em relação à atividade física, minha área de trabalho, uma das minhas dicas tem sido para que elas sejam curiosas e experimentem mais de um tipo de atividade antes de aderirem formalmente, para que encontrem, inclusive, mais de uma possibilidade de prática e em diferentes lugares. Conhecer diferentes abordagens, mais introspectivas como yoga e tai chi chuan e outras mais dinâmicas como a corrida e o ciclismo, que de acordo com as características pessoais e da vida diária podem colaborar para o equilíbrio e a harmonia em nossas vidas.
Ivani Gama, graduada em Educação Física e especialista em Educação Física Infantil, é assistente técnica da Gerência de Desenvolvimento Fisicoesportivo do Sesc.