Postado em 16/02/2016
Danilo Santos de Miranda
Diretor Regional
Em 1903, o termo Gerontologia foi cunhado para designar um campo emergente, que tinha como objetivo a sistematização dos estudos sobre o processo de envelhecimento. Ainda nas primeiras décadas daquele século, estabeleceram-se as bases para uma abordagem clínica e a Geriatria surge como especialidade médica. A partir desse momento, o processo de envelhecimento tornou-se objeto de investigação e, por tratar-se de fenômeno complexo, passou a exigir um olhar multidimensional.
Após décadas de construção de saberes voltados ao envelhecimento, um dos desafios, na atualidade, colocados aos profissionais que atuam junto à pessoa idosa, refere-se à necessidade de transformação do olhar lançado sobre o velho e sobre o processo de envelhecimento e,consequentemente, das relações estabelecidas com esses sujeitos. A contemporaneidade nos revela um cenário onde ideologias arraigadas acerca da velhice e dos idosos representam entraves para mudanças. Um dos impasses que se apresenta está em considerá-los, somente, como excluídos e discriminados para determinar ações, especialmente, de amparo e proteção.Sem dúvida, uma parcela importante da população idosa vive em condições de extrema carência - e não se pode minimizar este fato -porém, a desconstrução de preconceitos e estereótipos deve ser estimulada como um dos caminhos a transformar o imaginário social e os valores estabelecidos culturalmente. Não basta a presença nos discursos da importância do protagonismo do cidadão idoso. Isso, ainda, é insuficiente para construir uma nova postura ou estabelecer novas relações com esse grupo. Talvez a chave esteja no entendimento de que a velhice não torna as pessoas iguais, o que significa dizer que precisam ser respeitadas em sua especificidade e integralidade - nos seus desejos e vocações diversos - e verdadeiramente respeitadas como agentes nos processos em que estão envolvidas. O Sesc tem entre seus objetivos trazer a público esses temas que, certamente, deverão assumir um caráter cada vez mais premente na sociedade brasileira. A par disso, mantém seu compromisso na promoção da cultura do envelhecimento por meio da valorização da pessoa idosa. Baseadas nos princípios da educação permanente, atividades de saúde, lazer, educação, cultura e cidadania contribuem para o seu bem-estar e, principalmente, estimulam sua autonomia e seu protagonismo.