Postado em 07/02/2016
Direcionado a jovens de 12 a 24 anos, o (Im)Pulso é um projeto do Sesc Rio Preto que tem como objetivo aproximar músicos iniciantes da produção contemporânea por meio de bate-papos, oficinas, workshops e shows com profissionais de diversas esferas do universo musical. Partindo do incentivo à composição e valorização de projetos autorais, as atividades formativas abrangem o aperfeiçoamento da performance em palco e aspectos da produção de bandas.
Em 2016, o projeto distribui sua programação de fevereiro a setembro. Quem inicia a sexta edição do (Im)Pulso é a banda Ludov com um bate-papo seguido de pocket show (leia entrevista com a banda no final desta matéria).
No mês seguinte, os jovens terão a oportunidade de aprender técnicas de gravação na oficina “Home Studio – Gravando Bem em Sua Casa”. Em abril, Aquiles Priester, ex-baterista das bandas Angra e Hangar, ministra uma oficina de bateria. Para o próximo mês, o projeto convida a banda rio-pretense Bamba Broder para uma dobradinha de show com bate-papo. Em junho, contamos com a presença do músico, compositor e produtor Lucas Silveira, mais conhecido pelo seu trabalho na banda Fresno, em uma oficina de Composição Musical. Julho é o mês de encontro com Vinicius Soares, do site Palco Digital, que apresentará ferramentas de desenvolvimento e comunicação para bandas independentes. Luiz Thunderbird, músico, apresentador e ex-VJ da MTV Brasil, revisita o Sesc Rio Preto em agosto para orientar as bandas inscritas no projeto durante seus ensaios.
Para fechar a programação, a tradicional Mostra de Bandas será realizada em setembro, com apresentações das bandas que participaram das atividades formativas durante o ano. No encerramento da mostra, show com a banda Far From Alaska.
Leia a conversa que a Eonline teve com a banda Ludov e confira algumas curiosidades e dicas para a formação de uma banda independente de sucesso.
EOnline: Como surgiu a banda e quais as principais dificuldades enfrentadas na época?
Ludov: Em 1995, montamos nossa primeira banda juntos, com formação parecida com a que temos hoje, mas com características musicais bastante diferentes. Desde 2002 o Ludov existe e comemora aniversários felizes e muitas conquistas das quais nos orgulhamos muito. Nossas dificuldades nesta época estavam relacionadas à divulgação e distribuição do trabalho. O disco físico ainda era fundamenta pra qualquer artista e nossa principal preocupação era por que meios poderíamos nos tornar acessíveis a quem quisesse ouvir a banda. Uma boa saída era fazer a maior quantidade de shows que pudéssemos e, dessa forma, manter contato com nossos fãs.
EO: Se fosse hoje, seria mais fácil?
L: Por esse ponto de vista, sim. Hoje o caminho se inverteu um pouco. Com a popularização da internet, disponibilizar o trabalho é fácil, quem quiser estar próximo da gente tem todos os acessos pra chegar na banda.
Mas tocar tem se tornado cada vez mais complicado. São raras as casas com boa estrutura de luz, som e que acomode bem o público. Para essas, a gente tem que tirar o chapéu. O Sesc tem mantido acesa a chama da cultura musical brasileira com louvor.
EO: Em quê a Internet colabora e dificulta para a manutenção de uma banda?
L: Colabora em todos os sentidos, desde compartilhar uma agenda entre os integrantes a divulgar todas as nossas aventuras, espetáculos e lançamentos. Dificuldade, imagino, só pra quem não souber usá-la.
EO: Quais os principais erros cometidos por bandas iniciantes?
L: Acho que o mais comum é tentar agradar aos outros antes de agradar a si.
EO: Em termos de relacionamento, quais fatores são primordiais para que uma banda se mantenha unida e produtiva?
L: Admiração mútua, comprometimento, diversão e respeito pela vida pessoal dos amigos integrantes.
EO: Como foi o processo de financiamento coletivo da versão em vinil do álbum "Miragem"?
L: Foi maravilhoso. Não fazíamos ideia do quanto ¿o processo geraria pra nós além do financiamento, efetivamente. O engajamento dos fãs foi incrível e importantíssimo pra atingirmos a meta. Viabilizamos nosso vinil e, de quebra, ganhamos amigos pra vida toda.
EO: É difícil viver da música no Brasil?
L: Ultimamente, é difícil viver no Brasil de qualquer atividade. A verdade é que tudo depende do padrão de vida que você quer levar. Todos nós temos atividades paralelas, muitas delas ligadas à musica. O importante é estar atento às oportunidades de remuneração, mas nunca deixar a essência do que você ama fazer ser corrompida pra não se arrepender depois. Eu quero ter orgulho de toda a minha obra e a única pessoa que tem 100% do controle sobre ela sou eu, ninguém mais.
EO: O público jovem se identifica com a música de vocês?
¿L: Sim! Temos públicos de todas as idades, e todos agradecem quando os shows têm censura livre. :)
EO: Na opinião da banda, os jovens estão produzindo boa música?
¿L: Sempre! Novos artistas estão espalhados por todos os cantos desse país em busca de uma oportunidade. A gente torce pra que os investimentos em cultura possibilitem que essa nova geração cresça e apareça pra manter a engrenagem girando e incentivando cada vez mais músicos a acreditarem em si.
que: | (Im)Pulso |
quando: |
De 13/02 a 17/09/2016 |
onde: |
Sesc Rio Preto | Av. Francisco das Chagas Oliveira, 1333 | 17 3216-9300 |