Postado em 30/09/2015
O projeto Minha Nova Cara MPB, do Sesc Ipiranga, apresenta novos nomes, traçando um panorama atual da música brasileira e alternativa. No feriado de 12 de outubro, quem se apresenta no projeto é o músico paulistano Edu Sereno.
Tocando em cidades como Recife, Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, e principalmente São Paulo, Edu vem ganhando notoriedade por suas letras provocativas e arranjos autênticos. Seu disco de estreia, O Pão Que O Diabo Ama Sou, trata-se de um registro das canções nascidas e amadurecidas durante a turnê de seu primeiro trabalho, o EP Esquinas, Janelas e Canções, em mais de 40 apresentações pelo Brasil. Suas canções são coleções de histórias onde, ora somos protagonistas, ora espectadores. Edu divide, ao longo do espetáculo, sensações e experiências em relação à vida e ao mundo, trazendo as esquinas e paisagens de seu bairro, ruídos e murmúrios, amores e desamores, e toda sorte de coisas que se pode cruzar por essa vida.
O músico conversou com a EOnline sobre seu novo trabalho:
EOnline: Antes de lançar seu EP em 2013, você chegou a trabalhar como publicitário, inclusive estagiando no Sesc. Como foi a mudança para compositor e cantor?
Edu: Me aproximei do Sesc através de uma vaga no setor de comunicação, enquanto cursava Publicidade e Propaganda. E é claro que, para mim, que desde de sempre fui apaixonado por música, esses bastidores vividos no Sesc foram muito proveitosos. Estava próximo dos palcos, próximo dos artistas, próximo das pessoas que trabalhavam com música, aprendi bastante nesse tempo. No fim de um ano trabalhando, fiquei doente e pude entender melhor o que estava se passando, porque fiquei um mês em casa me recuperando e pensando na vida. Nunca mais voltei pra faculdade, e acabei me desligando do estágio. Hoje, minha aproximação com o Sesc tem feito muito mais sentido na minha vida, sinto que tudo está entrando no devido lugar.
EOnline: A maioria das composições do seu EP "Esquinas, Janelas e Canções" e do seu primeiro álbum, "O Pão Que O Diabo Ama Sou", são de sua autoria. De onde vem a inspiração para as suas composições?
Edu: A experiência terrena né? Dia após dia, as sensações e percepções vividas não passam em branco, minha inspiração é viver o presente, toda vez que consigo, a mágica acontece.
EOnline: De onde veio o nome escolhido para o novo disco?
Edu: Dividi, com mais 4 pessoas durante 3 anos, um apartamento ali no Bixiga. Era o AP 71, um lugar muito especial, muito pela localidade em si, e muito mais pelos encontros que aconteciam ali. Um dos moradores, justamente o primeiro a chegar, foi quem encontrou esse nome. Arthur Krokovec, mais conhecido como Tuca, pessoa única nesse mundo. Pra saber um pouco mais dele, é só acessar facebook.com/gincobilando , um portal dele em parceria com Natalia Scromov, artista plástica que, além de desenhar lindamente, está por de trás da cenografia desse show.
EOnline: Você é da Zona Leste de São Paulo, do bairro da Penha. Qual a relação do seu bairro com seu atual trabalho?
Edu: Gravamos um MiniDoc recentemente (veja aqui) contando um pouco sobre a música Mantra, e a minha relação com a Penha, que é o lugar que eu me percebi como uma pessoa, portanto, muito especial na minha vida. O Esquinas, Janelas e Canções traz muito mais da Penha em si, em relação ao O Pão Que O Diabo Ama Sou, que é uma fase muito mais de transição, entre a Zona Leste e o Centro, que é onde passei meus últimos 4 anos.
EOnline: O seu clipe ‘Cê Vai Lembrar’ e as fotografias do seu novo trabalho foram concebidos na Vila Itororó (Bixiga). Porque a escolha deste local? Qual a relação com o seu trabalho?
Edu: Tanto o nome do disco, quanto a arte visual, trazem em si conceitos que envolvem todo o disco em um só espírito: a marginalidade, no sentindo mais puro da palavra, estar a margem da sociedade, a margem do mercado imobiliário, a margem do mercado musical...percebe a relação com a Vila Itororó? O videoclipe é quase uma síntese do que a vila é hoje em dia, um fantasma, uma lembrança, algo distante do que foi um dia. Percebe a relação com a música?
EOnline: Você realizou em parceria com "Astromeleon intervenções urbanas" para divulgar os seus singles. Como surgiu essa ideia?
Edu: A ideia se originou do mesmo conceito marginal. Ocupar a cidade com música, poesia, mas não no Ibirapuera saca? Não na Av. Paulista... acabamos parando em baixo de pontes, excitando os moradores de rua, e pessoas de passagem, com a forma de se montar um desenho com a técnica do lambe-lambe, perturbando os policiais e os defensores dos bons costumes.
EOnline: Quais as dificuldades encontradas sendo um músico da cena independente?
Edu: São as mesmas de uma pessoa que está abrindo seu próprio negócio, só mudam os termos técnicos e cenários, a cena e o mercado musical funcionam como qualquer outro tipo de negócio. Sinceridade consigo mesmo, talento e perseverança acabam transpondo qualquer barreira, acordar cedo e dar tudo de si, seja na música, seja em qualquer lugar, acaba rolando.
EOnline: O que você diria para o público que ainda não conhece a sua música?
Edu: Venham dia 12 de Outubro ao Sesc Ipiranga, não teria melhor ocasião para nos conhecermos.
Canais oficiais do Edu Sereno: Facebook e Youtube
o que: |
Edu Sereno |
quando: |
12 de outubro de 2015 às 18h |
onde: |
Sesc Ipiranga | Rua Bom Pastor, 822 | 11 3340-2000 |
ingressos: |
R$6 (Credencial Plena) | R$10 (Meia Entrada) | R$20 (Inteira) - Compre aqui |