Postado em 15/09/2015
Durante o período da exposição 100 anos do Esporte Clube Taubaté serão publicados no Portal Sesc SP crônicas de jornalistas convidados a registrar suas lembranças em textos que homenageiam o Taubaté. Além das crônicas, vídeos inéditos compõem o conteúdo exclusivo para internet.
por João Paulo Sardinha*
Cem anos de guerra. O desafio de atravessar a trincheira do tempo deixou milhares pelo caminho. Só os fortes, porém, resistiram bravamente até hoje.
O ano de 1914 ficou marcado pelo início da Primeira Guerra Mundial. Para os amantes da bola, no entanto, a data marca o surgimento do exército alviazul.
O Taubaté, fundado em 1º de novembro de 1914, enfrentou toda a sorte de inimigos desde o começo. Encarou grandes potências, avanços tecnológicos e rivais de reconhecida letalidade.
No front da bola, perdeu batalhas importantes. Assistiu à queda de soldados. Mas, um século depois, demonstra a força histórica que poucos guerreiros conquistaram no esporte.
Homens como o goleiro Wagner e os zagueiros Bira e Botu. Ou como os volantes Zé Américo e Zito. Há também heróis mais recentes, com destaque para o atacante Gilsinho. Guerreiros que vestiram a farda pesada e saíram vencedores da batalha.
De 1914 até hoje, o mundo viu a Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra, a Revolução Russa, a Guerra Fria, a Guerra das Malvinas e a queda do muro de Berlim.
De lá para cá, também assistiu às duras batalhas vencidas pelo Gigante do Vale, o primeiro campeão paulista do interior, em 1919. Façanha que se repetiria duas vezes, em 1926 e 1942. A cidade também assistiu a outras quarto conquistas estaduais, uma delas com vitória sobre o arquirrival São José, em 1979. Uma disputa tão acirrada quanto Estados Unidos e União Soviética.
As guerras do futebol, como nos confrontos bélicos, deixam marcas eternas no povo. Rastros que podem ser percebidos pelas gerações futuras. Isso, talvez, explique a paixão do taubateano pela camisa alviazul. Do mais saudosista ao garotinho. Todos, até mesmo em momentos de crise, fazem-se presentes no maior campo de batalha da região: o Estádio Joaquim de Morais Filho.
Tudo aquilo que o clube construiu no passado – nas vitórias e nas derrotas – está enraizado na história centenária da instituição. Tão marcante quanto as guerras centenárias que, até hoje, influenciam os rumos do mundo.
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*João Paulo Sardinha, 29 anos, é jornalista desde 2007, quando concluiu a graduação na Unitau. Antes disso, foi estagiário no Diário Lance!, em São Paulo e Rio de Janeiro, e na assessoria de imprensa da Câmara de Taubaté. Já formado, em 2008, trabalhou como assessor de comunicação na Fundação Cultural Cassiano Ricardo. No ano seguinte, foi contratado como repórter do jornal Valeparaibano (atual O Vale).