Postado em 21/08/2015
O cantor Chico Teixeira tem a música como parte fundamental de sua vida, e aprende um pouco de cada lugar por onde passa, transformando suas experiências em canções
Em uma casa na Serra da Cantareira, interior de São Paulo, sempre frequentada por músicos e compositores brasileiros, Chico Teixeira cresceu vendo Sérgio Reis fazer churrascos no quintal, viu seu pai, o cantor Renato Teixeira, compor musicas famosas e acompanhou os estudos de sua mãe, Sandra, que é pianista clássica. A convivência com essa diversidade musical o motivou a seguir os mesmos passos artísticos da família. Hoje já com 20 anos de carreira, Chico Teixeira tem uma extensa bagagem musical e apresenta um pouco do seu trabalho em show no Sesc Campo Limpo, no dia 22 de Agosto.
Há 12 anos na estrada acompanha o pai, além disso, cantou ao lado de Pena Branca e Xavantinho, Almir Sater, Zé Geraldo, seu padrinho Xangai, entre outros artistas com quem convive desde a infância. Atualmente grava seu terceiro álbum, intitulado Saturno, que pretende lançar no final do ano.
Na vida de Chico a música é um processo que acontece naturalmente. “Sinto ganhar espaço e respeito a cada dia, uma ascensão bem natural mesmo. A oportunidade de tocar ao lado de grandes músicos ajuda a deixar a gente mais esperto e atento, pois é um aprendizado constante”, conta. Para ele, a música sempre foi muito generosa com sua família, que mantém uma relação de carinho e amizade com todos os músicos que frequentam sua casa.
Crescer em contato com as criações de composições do seu pai tornou-se uma rotina e com o tempo percebeu o resultado daquele trabalho. “Confesso que não tinha a dimensão da importância da obra dele, fui perceber isso quando comecei a viajar com ele pelo Brasil”, revela o artista. Ainda acrescenta que Renato sempre foi um pai muito presente na infância, “ele fazia shows mas não eram tantos, compunha o dia todo, muitos jingles também, e não se importava com o barulho das crianças correndo em volta”
Segundo o cantor, a música está no DNA, “mesmo se eu fugisse de casa ela estaria em mim. Costumo dizer que não somos nós que escolhemos a música e sim a música que escolhe a gente”. Prova disso é seu filho Antônio, que com nove anos já toca e leva a sério o assunto. “Outro dia ganhou uma viola caipira do tio dele e saiu tocando, foi estudar Tião Carreiro”, diz.
Nova Geração Folk Brasileira
O termo Folk só surgiu na adolescência do músico, em suas conversas com Geraldo Roca, compositor que admira. Quando questionado sobre o entendimento desse estilo musical nas atuais gerações, o compositor afirma que os jovens de hoje ainda não têm o conceito definido nesse aspecto. "As pessoas ficam curiosas, muito atentas, pois de certa forma a música Folk é a grande novidade do mercado, mas ainda não foi bem explicada, tanto no interior como em São Paulo", conta.
Hoje Chico pode ser considerado uma das referências atuais do ritmo Folk no país. Esteve presente em momentos que seu pai compôs grandes músicas no cenário musical brasileiro, como Romaria, gravada por Elis Regina, Tocando em Frente, em parceria com Almir Sater e Ao Vivo em Tatuí, em conjunto com Pena Branca e Xavantinho. Teve assim, influências marcantes para sua formação, herdando também a simplicidade e naturalidade do som de seu pai.
Nas palavras do artista, "todos os povos têm suas canções folclóricas, aquelas que atravessam gerações, não rasgam, não quebram e não enferrujam". O divertido para ele é identificar essas canções. Além disso, e com foco cada vez mais em sua jornada, busca, por meio da arte, trazer à tona sentimentos que muitas vezes ficam esquecidos. Por morar no meio do mato, tira inspiração da floresta para suas músicas e gosta de observar tudo por onde passa em suas viagens. "Seguir na estrada 'contando' esse Brasil, levando uma mensagem legal, positiva, cantando sempre com emoção, é o melhor projeto para minha vida", finaliza.
o que: | Chico Teixeira |
quando: |
22/8 sábado às 20h |
onde: |
Sesc Campo Limpo | Rua Nossa Senhora do Bom Conselho, 120 |
ingressos: |
Grátis. |