Postado em 16/07/2015
O SescTv especialmente exibe a partir do dia 17 de julho o documentário Baré, povo do rio, com direção de Tatiana Toffoli. O documentário concorre à premiação nas categorias de Melhor documentário Unitário e Relevância Social na Edição 2015 dos Prêmios TAL - promovidos pela TAL - Televisión América Latina, a ser realizado de 27 a 30 de julho em Montevideo, Uruguai. Para participar da votação popular pelo Facebook, acesse: http://bit.ly/Votacao_TAL_Bare
Dirigido por Tatiana Toffoli, o documentário Baré, povo do rio aborda o cotidiano, costumes e lendas da etnia Baré, cujo território se estende em várias comunidades ao longo do Médio e Alto Rio Negro, na Amazônia, vizinho à Venezuela, nas proximidades com o Rio Orinoco. Com realização do Sesc – Serviço Social do Comércio – é parte integrante de uma ação que visa estimular o conhecimento da variedade cultural dos povos indígenas brasileiros. O filme compõe o projeto Baré, povo do rio que inclui uma publicação pelas Edições Sesc São Paulo, organizada por Marina Herrero e Ulysses Fernandes, com o objetivo de registrar e divulgar a cultura do povo Baré - sua identidade, suas memórias, histórias, costumes e experiências, bem como apresenta análises com viés acadêmico, pesquisas arqueológicas e depoimentos sobre suas lutas e conquistas.
O documentário ilustra panorama sobre o ambiente natural e aspectos geográficos do Médio e Alto Rio Negro, na Amazônia, região habitada pela comunidade da etnia Baré. Oriundos da família linguística Aruak, atualmente, os Barés falam uma língua geral, difundida pelos missionários carmelitas e jesuítas, no século XVIII, chamada Nheengatu. Apesar de ser uma língua imposta, foi incorporado pelos Barés. Segundo o filme, apenas a partir de 1914, o sistema religioso-educacional dos Salesianos difundiu a Língua Portuguesa entre os índios da região. Atualmente, os Barés são bilíngues, falam Nheengatu e o português. Entretanto, a língua Baré desapareceu por volta de 1950.
A narrativa circula pelo cotidiano das comunidades e registra os principais hábitos na vida comunitária. Outro hábito registrado é o preparo das diversas modalidades de mandioca, bem como sua diversidade de uso na alimentação da comunidade. Alguns condimentos, como a pimenta também são bastante utilizados, como ingrediente e preservação de alimentos.
Outro aspecto cultural desvelado é a qualidade do artesanato indígena, presente na confecção de peneiras, com tipos diferentes de tramas para serem utilizadas na culinária. Um capítulo importante nos hábitos alimentares dos Barés é sua integração com o potencial hídrico da região, revelado na variedade de peixes que compõem a alimentação local.
Na sequencia, o filme mostra o ritual do Kariamã, de extrema importância na vida social da comunidade, por se tratar de um ritual de iniciação para a vida adulta, destinado aos meninos da comunidade. Esse ritual se baseia em uma série de ensinamentos de habilidades que serão de extremo uso ao longo da vida dos jovens. Também são repassados conselhos e ensinamentos sobre como viver no ambiente da floresta. Outros rituais são apresentados, como o Dabucuri, ritual de oferecimento de alimentos e bens entre os povos da região.
Um aspecto importante é o registro de depoimentos de pessoas da comunidade que relatam mitos indígenas sobre a criação do mundo, inclusive um dos mais conhecidos mitos indígenas existentes no Brasil, originalmente elaborado pelos Barés: o Curupira, entidade que habita as florestas.
O filme mostra a relevância do papel do ancião da aldeia que faz preleção aos participantes do ritual para dar significado e conselhos aos jovens ao término do Kariamã.
Venha refletir sobre as contribuições da cultura indígena na formação brasileira, bem como a preservação de seu patrimônio imaterial.
Documentário: Baré, povo do rio no SescTV
Dia 17/07, às 20h
Classificação Indicativa: Livre
Reapresentações: 19/07, às 8h; 20/07, às 5h e às 13h, 22/07 às 5h e 23/07, às 17h.
Assista online em sesctv.org.br/aovivo
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