Postado em 22/06/2015
Stela Barbieri já fez e faz de tudo um pouco: é artista, curadora e consultora nas áreas de educação, artes e literatura, é conselheira da Fundação Calouste Gulbenkian, assessora de artes na Escola Vera Cruz, autora de livros infantis, contadora de histórias, diretora do Bináh Espaço (um ateliê vivo) e já foi curadora educacional da Bienal de Artes de São Paulo e diretora da Ação Educativa do Instituto Tomie Ohtake. E é para a artista plástica japonesa, aliás, que Stela dedica seu mais recente trabalho: Lugares.
Parte do Circuito Ativo – que realiza exposições, ateliês, encontros, ações colaborativas, diálogos e outras séries de iniciativas que visam fomentar a arte contemporânea e a educação – Lugares são espaços de reflexão e produção, muito além de uma exposição em si; este trabalho é também conhecido como obras-oficinas, onde os participantes também têm a possibilidade de ação, não apenas de contemplação.
Entrando na última semana no Sesc Bom Retiro, com Lugar para Semear, Stela bateu um papo com a Eonline:
EOnline: Lugar para semear representa um começo, o início de uma história. Você acredita que a arte pode mudar a vida das pessoas? Que pode marcar recomeços?
Stela Barbieri: O brotar/semear tem a ver com ciclos vitais. Marcam rupturas, mudanças de forma e outras possibilidades de percepção, que não necessariamente estão reclusas à arte, mas realmente aos ciclos da vida. A natureza é uma fonte inesgotável de ensinamentos e mexe com a nossa percepção, nos reconectam.
EO: Você faz um trabalho para diversos públicos; como lida com toda essa diversidade – e o que faz para atrair essas pessoas tão diferentes?
SB: Meu trabalho é feito de forma artesanal, de maneira muito delicada. Para ter esta abrangência, o trabalho educacional vai além da própria atividade, pois procuro trabalhar com a percepção de cada um.
EO: Você acha que as ações educativas aproximam as pessoas da produção artística?
SB: Elas podem facilitar ou dificultar. A ação educativa é um universo muito amplo e nos valemos da qualidade dessas ações dentro de cada encontro. É algo além da função profissional, é uma possibilidade, uma troca de experiências conjunta de ordem das relações.
EO: Qual a importância dessas ações na formação dos alunos e professores?
SB: É repensar o papel da arte, da autoaprendizagem – pois cada um faz seu percurso; é desenvolver o posicionamento crítico, fomentar a individualidade, o discernimento, as escolhas de cada um. Como sempre há uma reconfiguração do espaço – seja a mudança de uma planta de lugar ou de uma proposta específica conduzida pelos educadores – a obra/exposição e os participantes sempre estão em transformação; em Lugares, cada pessoa nos faz pensar outras formas.
EO: Qual a importância do Lugar para Semear em sua carreira?
SB: é criar o contato com a natureza em um espaço urbano, no meio do centro de uma cidade como São Paulo. É trazer essa atmosfera para um local de concreto, promovendo essa experiência no público.
o que: |
Lugares - Lugar para Semear |
quando: |
Até 28/06/2015 |
onde: |
Sesc Bom Retiro | Alameda Nothmann, 185 - Campos Elíseos |
quanto: | Grátis |