Postado em 09/03/2015
Manifestação, performance, diversão, cultura, política, movimento, criatividade, liberdade, encontro. O que é arte pública para você?
Palavras que expressam a vivência durante o roteiro “Arte Pública”, realizado pelo Turismo Social do Sesc São Paulo. Elas foram tintadas em camisetas pelos participantes, e ficaram disponíveis às pessoas que passavam pelo Parque da Luz no centro de São Paulo. A atividade ao final do roteiro se constituiu de uma pequena intervenção artística que rapidamente foi "vestida" pelo público. O passeio tinha a proposta de (re)conhecer e refletir sobre algumas obras artísticas localizadas em espaços públicos. Os passos apressados na rotina do trabalho foram deixados de lado e uma nova relação estabelecida com a cidade, próxima da atitude de um "flâneur", personagem descrito pelo poeta Charles Baudelaire como uma pessoa que anda pela cidade a fim de experimentá-la.
Anterior ao passeio, o Sesc Santana promoveu o bate-papo ‘O que faz a arte pública visível?’, com o músico e compositor Tom Zé, além do filósofo Nelson Brissac Peixoto e Julia Lima, do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Othake. A discussão foi sobre o modo como a arte pública insere-se na cidade e modifica a paisagem circundante, de modo permanente ou temporário. O público pôde viajar de outra maneira por alguns espaços da metrópole refletindo sobre o tema a partir da apresentação de projetos e conceitos. A atividade foi repleta de intervenções musicais e poéticas do ícone da MPB que participou ativamente do movimento ‘Tropicália’ na década de 60 e tem sua história pessoal e obras permeadas pela cidade de São Paulo.
O passeio "Arte Pública" acontece novamente dia 28/03 no Sesc Santana, com acompanhamento das especialistas Ana Carolina Roman Rodrigues e Elisabeth Costa Marcolino, mas desta vez os viajantes poderão conhecer um pouco mais sobre outra região da cidade, o Bom Retiro. Além da arte e arquitetura, serão abordados os aspectos da urbanização e a influência dos imigrantes.
O termo arte pública, em traços gerais, designa todas as intervenções artísticas realizadas num espaço público de livre acesso. Uma rua, uma praça, o jardim, a fachada de um edifício, o metrô, a internet. Até onde vai o espaço público? O que consideramos como público? Muitas variáveis políticas, sociais, arquitetônicas, tecnológicas, podem determinar estas fronteiras por vezes invisíveis e mutáveis. O desenho da cidade, sua forma e identidade, são delineados por diferentes usos e narrativas tecidas sobre estes espaços de circulação.
Diversos gêneros artísticos podem se encontrar nesta esfera. Desde a escultura e pintura, passando pelo hapenning e a performance, até o grafite e o sticker. A definição do que é considerado arte também varia muito de acordo com a subjetividade de cada espectador e/ou participante. São inúmeras as intervenções possíveis nesta enorme tela que configura a paisagem das cidades. A pichação, por exemplo, é uma destas manifestações que desperta debates acirrados sobre liberdade de expressão e poluição visual, entre vandalismo e arte, identidade e espaços coletivos.
A certeza é que, independente da plataforma utilizada, o espectador tem lugar cativo nesta vertente artística. Sua percepção e participação são determinantes na obra desde a criação, e por vezes são considerados até como parte do tema conjuntamente com o próprio ambiente. O Turismo Social do Sesc São Paulo também participa desta cena ao proporcionar o contato do viajante com estas linguagens e inspirar um olhar diferente sobre a cidade, através do véu da rotina e de acordo com as cores próprias de cada retina.
Foto: Dalmir Ribeiro Lima
o que: | Arte Pública - São Paulo / SP |
quando: |
28/mar |
onde: | |
ingressos: |
R$ 10,00 a R$ 15,00 |
Consulte a programação completa de Março e Abril de 2015 com os roteiros da Capital e Grande São Paulo: