Postado em 10/02/2015
Nesta edição, destacamos o artigo “A Memória do Idoso e a Doença de Alzheimer” do professor Iván Izquierdo e equipe. Nele, o autor analisa os déficits cognitivos associados ao envelhecimento, sobretudo aqueles que afetam a memória. Duas observações importantes do professor Izquierdo: é preciso distinguir os processos cerebrais realmente patológicos daqueles processos que compõe a chamada amnésia benigna dos idosos. No primeiro caso temos a doença de Alzheimer e outras formas de demência, que demandam uma ação terapêutica específica. No segundo, apenas esquecimentos temporários que não afetam a vida funcional do indivíduo. Estes últimos freqüentemente estão associados a fatores emocionais. Por isso, são imprescindíveis os esforços da família, da sociedade e de instituições específicas para manter e estimular a participação social do idoso, condição decisiva para a auto-satisfação e, por conseqüência, de uma motivação para recordar fatos recentes do dia a dia. Uma atitude contrária a essa, ou seja, aquela que impõe o isolamento e a discriminação, tendem a reforçar as condições de aumento de transtornos cognitivos na pessoa idosa. Por falar em amnésia benigna, o professor Izquierdo inclui também o jovem como alvo possível desse tipo de alteração momentânea da memória. Esse dado nos faz lembrar que, em nosso dia a dia, enquanto a tendência geral é considerar o jovem “um tanto desligado” quando esquece algo, o idoso, em situação semelhante, é considerado “esclerosado”. Portanto, há, ainda, um longo caminho a ser percorrido no combate aos preconceitos vinculados ao envelhecimento.Em seus 45 anos de história, o Trabalho Social com Idosos do SESC São Paulo prossegue estimulando o engajamento do idoso na vida cultural de sua comunidade. Trata-se da melhor política de prevenção a problemas de saúde física e mental. Desfrutar os prazeres da vida e, ao mesmo tempo, sentir-se útil ao outro, são condições essenciais para que nossa existência tenha sentido, em qualquer idade.