Postado em 21/01/2015
Acompanhe um passeio à Cachoeira do Jamil pelo Turismo Social do Sesc Interlagos
São Paulo é uma cidade cheia de segredos e a zona sul guarda uma boa parte deles.
Chegar ao Sesc Interlagos, para alguns, representa uma aventura. Mas esta aventura não está no roteiro de hoje. O ponto de partida foi a unidade Interlagos, mas o destino, onde o desafio realmente começa, é a Cachoeira do Jamil, em Parelheiros.
Olhos destreinados com certeza se espantariam com a diversidade de paisagens que a zona sul nos proporciona. Neste trajeto os segredos começam a ser revelados.
O cenário é: estamos em uma grande área urbana periférica que aos poucos se torna zona rural. Os traços são facilmente percebidos. Essa área urbana vai diminuindo e se transformando em mata. A mata vai ficando cada vez mais fechada e o sossego do interior toma conta desse pedaço da capital.
Os segredos se revelam a cada passo da trilha que nos mostra uma área de São Paulo não muito imaginada. Com rios de águas limpas, áreas preservadas, sons dos bichos da mata... Bem diferente do cenário que temos da grande metrópole dos cartões postais.
Os participantes do passeio são guiados pelas margens do Rio Capivari, um dos últimos rios de água limpa da cidade de São Paulo. Em meio a este trecho podemos presenciar o encontro dos Rios Capivari e Monos, e belíssimas quedas d´água que ao final do trecho de trilha nos revela uma “praia” de águas calmas formada pelas margens do rio preservado.
Tirar fotos das paisagens, nadar e se refrescar foram os prêmios de todos por desvendarem mais um segredo da zona sul da cidade de São Paulo.
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Neste passeio na propriedade do Sr. Jamil, localizada no bairro da Barragem, na Área de Proteção Ambiental Capivari Monos, é essencial ressaltar a importância de fazer um turismo responsável, no qual as pessoas visitam com orientação de como utilizar o espaço e não deixam resíduos que podem degradar a mata e os rios. A Cachoeira do Jamil e todo o extremo sul da cidade de São Paulo estão localizados em área de manancial, que é uma região de produção de água para consumo humano. É um alerta do quanto precisamos nos sensibilizar e levar este aprendizado para todos os outros passeios.
Dentro da cidade de São Paulo, podemos pensar nos Rios Pinheiros e Tietê, que eram - assim como o Rio Capivari - ambos limpos, com um formato de curvas e de mata ao redor. Esse cenário nos leva a pensar na crise hídrica, pois ela está diretamente ligada à preservação das fontes. E preservar as fontes quer dizer manter a mata ao lado da água, pois é a mata que fará essa proteção. O concreto e o asfalto impedem que as nascentes façam suas recargas, ou seja, quando a chuva bate no solo, a água não consegue infiltrar e abastecer a nascente que está embaixo da terra. Este processo histórico de destruição das fontes fica ainda mais comprometido com o consumo excessivo da água e com a poluição, acarretando na escassez deste recurso.