Os precursores da indústria
cinematográfica
No alvorecer da década de 40, o Brasil recebia os ventos industrializantes
emanados pelo governo de Getúlio Vargas. O empreendedorismo marcava os
espíritos da época: os investimentos espraiavam-se por todos os
setores de produção. No rastro das iniciativas de substituição
de bens de importação, a prodigiosa indústria cinematográfica
norte-americana tornou-se um paradigma para experiências análogas
no Brasil.
A criação dos Estúdios Atlântida, em 1941, é
prova de que o capital e a cultura poderiam se consorciar, criando um campo fecundo
para o desenvolvimento de um setor econômico muito promissor. Essa primeira
tentativa de transformar o entretenimento em uma empresa profissional abriu caminho
para outros empreendimentos de igual importância, como no caso da Vera Cruz,
em que a produção genuinamente nacional era privilegiada. Assim,
além de permitir o surgimento de uma linguagem cinematográfica própria,
a indústria cultural brasileira caminhava a passos firmes e autônomos
para se firmar no contexto internacional.
Hoje, 60 anos depois, o Sesc recupera essa trajetória, cumprindo parte
da lacuna com a memória desse período. A instituição,
enfim, cumpre a sua missão essencial de preservar e fomentar a nossa história
cultural
Abram Szajman
Presidente do Conselho Regional do Sesc no Estado de São Paulo