Postado em 05/12/2014
Um festival além da música? Sim, somos! Entenda o porquê
A primeira edição do festival aconteceu em 2010, mas sua história começou antes disso. Desde 2002, o Sesc Santo André promove eventos calcados em música negra. Até 2009, o projeto se chamava Indie Hip-Hop e se centrava mais nesse gênero. Em 2010, conforme o crescimento do projeto e a diversidade sonora de cada apresentação, o foco foi ampliado.
A iniciativa da vez atende pelo nome de Festival Batuque — Conexão África-Brasil, e nesse mesmo ano o festival trouxe o multi-instrumentista Femi Kuti ao país e se propôs a unir, em uma única programação, variados estilos musicais urbanos como Elo Da Corrente, os afro-sambas de Kiko Dinucci e a música electro-orgânica do M. Takara. Com a diversidade musical como característica principal, o line-up também contou com artistas que começavam a fazer sucesso nos anos 1980 e com vários nomes da música nacional e internacional. O festival bombou, juntando quase 4.000 pessoas no Espaço de Eventos da unidade durante os 2 dias. A partir daí o festival passou a fazer parte da cena musical do ABC. Uma trajetória que já tem 12 anos.
2011
A segunda edição do Festival Batuque trouxe pela primeira vez ao Brasil um dos grandes representantes da black music contemporânea: Q-Tip, considerado um dos pioneiros do rap alternativo e conhecido mundialmente como um dos arquitetos do rap positivo. Gravou com diversas estrelas, como Beastie Boys e Stevie Wonder. Sua apresentação fez o palco tremer evocando clássicos como “Check The Rhime” do ATCQ. Atrações brasileiras também passaram por lá, como Criolo, Bixiga 70, Don Cesão e Ogi – além da discotecagem de outra lenda viva: Dj Prince Paulo. Anelis Assumpção conduziu os dois dias de Festival como mestre de cerimônia.
2012
Após o sucesso do ano anterior, Anelis Assumpção volta na terceira edição do Festival para conduzí-lo durante os dois dias, 1 e 2 de dezembro. A atração principal foi o supergrupo americano Deltron 3030, que tem sua formação composta pelo produtor Dan the Automator (Gorillaz), o MC Del the Funky Homosapien e o DJ Kid Koala. No sábado, quem dividiu o palco com a atração gringa foi o Los Sebosos Postizos, projeto paralelo de integrantes da Nação Zumbi que fez uma apresentação com uma cara mais moderna para as músicas de Jorge Ben Jor, em versões que conquistaram tanto os fãs da Nação como fãs da Banda do Zé Pretinho. No domingo, foi a vez do eterno vocalista do Planet Hemp, BNegão, se apresentar ao lado de seus Seletores de Frequência.
Além dos três shows maiores, a terceira edição do festival trouxe ainda apresentações como DJ PG, Doncesão & Pizzol, Kamau, Projetonave com Indee Styla e Roberto Campos.
2013
Em sua terceira visita ao Brasil, a soul diva norte-americana Erykah Badu encabeçou, como grande destaque, a quarta edição do Festival que aconteceu nos dias 14 e 15 de dezembro. O público se acumulou em frente ao palco para ver a diva Soul cantar seus versos na região do Grande ABC. Músicas como Apple Tree, Danger, e Love Of My Life tiraram gritinhos e muitas palmas dos fãs. A texana mistura em seu som vertentes do Trip Hop, Soul, Jazz Fusion e até de Eletrônica Experimental.
2014
O Festival Batuque chega à quinta edição e toma conta, mais uma vez, do Grande ABC. Nação Zumbi, Céu, Anelis Assumpção e Tassia Reis são alguns dos nomes que participam do evento que acontece entre os dias 6 e 7 de dezembro, com apresentações têm início sempre às 18h. Em ambas as datas a atração principal será a cultuada Santigold (foto), que vem com uma sonoridade que passa por influências que vão de James Brown a Aretha Franklin. Formada na Wesleyan University em música e história afro-americana, Santigold começou sua carreira com a banda de ska-punk Stiffed. De lá para cá, gravou faixas em discos do Beastie Boys e N.A.S.A, além de participar de turnês como atração de abertura de Jay-Z e Coldplay.
No sábado, o trio de hip hop Elo Da Corrente faz show baseado no álbum "Cruz", acompanhado por integrantes do Bixiga 70, que já fez participação na segunda edição do festival. Na sequência, apresentam-se Ordem Natural - composto por remanescentes do Coletivo Quinto Andar, e 5 Pra 1, grupo que conta com o beatmaker/MC Renam Saman e o Dj Will - filho de KL Jay (Racionais MC's) - em sua formação. A brasileira Céu fecha a noite com show dedicado ao disco "Catch A Fire", de Bob Marley & The Wailers.
No domingo, quem abre os trabalhos é a revelação Tássia Reis. Na sequência, agitam a festa o trio Zulumbi, que apresenta seu festejado trabalho de estreia, acompanhado por integrantes da banda Hurtmold, e a cantora Anelis Assumpção, mostrando seu novíssimo álbum "Amigos Imaginários", à frente da banda de mesmo nome. O encerramento fica por conta da entidade pernambucana Nação Zumbi: pioneira do mangue beat, a banda vive sua fase mais popular desde a perda de Chico Science, e apresenta o material de seu novo disco.