Postado em 23/09/2014
Alessandro Germano atualmente lidera a área de parcerias estratégicas para produtos do Google Brasil, entre os quais os relacionados ao Instituto Cultural, que reúne pinturas, desenhos, esculturas, artefatos religiosos, pontos de referência, fotografias históricas e manuscritos importantes de coleções de todo o mundo.
Germano estará no Encontro Internacional Cultura e Tecnologias Digitais nesta terça-feira, 23/set, para participar da Mesa 3 do dia, ao lado de Christiane Riedel (ALE) e Fabian Wagmister (ARG).
Confira, abaixo, os mehores trechos da entrevista concedida por Alessandro Germano à EOnline, por e-mail:
EOnline: Quais são os objetivos e principais desafios do Instituto Cultural do Google?
Alessandro Germano: O objetivo do Instituto Cultural do Google é, trabalhando conjuntamente com os parceiros do setor cultural, disponibilizar ferramentas e plataformas que os ajudem na difusão dos seus tesouros artísticos e históricos para todo o mundo. Além de ajudar a preservar esses ativos para o futuro, pretendemos incentivar o acesso de novos públicos a esses tesouros e também despertar novas maneiras de interação entre artistas, museus, instituições e a sociedade em geral.
EOnline: Que tecnologias são utilizadas pelo Instituto Cultural do Google?
A. G.: São várias as ferramentas colocadas à disposição dos parceiros gratuitamente. Em primeiro lugar, uma completa e sofisticada plataforma de gestão e visualização dos conteúdos (imagens, sons, vídeos, textos, metadados), com total flexibilidade para armazenar milhares de obras e documentos, selecionar os que serão visualizadas pelo público, e fazer a curadoria de infinitas exposições com um subconjunto das obras e documentos. Executamos também o passeio virtual pelas galerias dos museus parceiros, lançando mão de um carrinho (ou, se necessário, de uma mochila) equipado com um sistema de câmeras para captar imagens reais. O sistema conta com 15 lentes, cada uma apontada em uma direção diferente, que permite a criação de visões panorâmicas em 360 graus. As fotos são tiradas a cada 2,5 segundos. Disponibilizamos também uma tecnologia chamada Gigapixel, através da qual digitalizamos algumas obras selecionadas com bilhões e bilhões de pixels—permitindo que o usuário tenha acesso a detalhes inimagináveis das mesmas. Um exemplo de obra digitalizada com essa resolução é o painel da dupla OsGêmeos instalada na fachada externa do MAM em São Paulo. A equipe do Google está continuamente trabalhando em novas tecnologias que são oferecidas gratuitamente aos parceiros, para que eles disponham das soluções mais sofisticadas sem terem que se preocupar com custos ou manutenção.
EOnline: Como as ações do Instituto Cultural do Google favorecem o acesso e a fruição de obras de arte?
A.G.: Museus e instituições culturais existem há centenas de anos e vão continuar existindo por muitos mais. O que a era digital permite é que eles alcancem novos públicos, inclusive o global—afinal, nem todos terão condições de visitar presencialmente todos os museus do mundo. Além disso, mesmo o público que já frequenta espaços culturais tem muito a ganhar com estas tecnologias: as coleções e passeios virtuais são ferramentas importantíssimas na preparação a uma visita física, ou mesmo na complementação da fruição das obras após a visita. Sem falar nas inúmeras possibilidades educacionais viabilizadas pela plataforma—em segundos, qualquer professor ou entusiasta da arte pode montar sua própria galeria virtual com obras de múltiplos museus misturadas, e apresentá-las como preferir a uma audiência global via videoconferência. Acreditamos na possibilidade de uma arte de alcance global, sem fronteiras, sem limitações, e estamos trabalhando arduamente para ajudar parceiros de todo o mundo a alcançar esse sonho.