Postado em 03/09/2014
Em 2012, diversos especialistas de universidades, escolas, bibliotecas, centros culturais e de pesquisa, além de escritores e membros da sociedade civil em geral, organizaram-se com o objetivo de estabelecer um conjunto articulado de políticas públicas especificamente voltadas à promoção do acesso da população paulistana ao livro, à leitura, à literatura e às bibliotecas.
Este coletivo deu origem ao grupo de discussão do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca de São Paulo (PMLLLB), em abril deste ano ampliado e transformado no grupo de trabalho do processo, do qual tomam parte o Sesc, o Senac, as Secretarias Municipais de Cultura, Educação e Direitos Humanos, o Governo e a Câmara Municipal, a articulação dos Saraus Periféricos, o Literasampa, o Fórum Mudar São Paulo e entidades representantes de escritores, editores, livreiros, pessoas com deficiência e bibliotecas comunitárias.
Desde então, as bases do plano vêm sendo discutidas junto à comunidade em diversos encontros articulados nas diferentes regiões da cidade. Em setembro, debates aconteceram no Sesc Interlagos e no Sesc Pinheiros.
Listamos a seguir uma série de tópicos que vão ajudá-lo a entender o que é o PMLLLB e como você pode contribuir com a sua formulação. Ao final, navegue pela galeria de imagens e veja quem já apoia o plano.
Por que devo participar?
Com a palavra, Paulo Daniel Farah, coordenador do grupo de trabalho do PMLLLB de São Paulo e diretor da Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes:
“Este movimento nasceu da sociedade civil e representa uma oportunidade singular de participação plural. Quanto maior o envolvimento das pessoas, maior será a compreensão de que o livro, a leitura, a literatura e as bibliotecas constituem temas que interessam a todos e devem ser prioritários nas políticas públicas.
Ao participarem, as pessoas contribuem com a construção coletiva desse plano essencial e asseguram que aquilo que desejam para as áreas envolvidas seja levado em consideração. Da mesma forma, ajudam a garantir recursos para sua implementação, assegurar o acesso aos livros e a inclusão de todos, promover a bibliodiversidade (diversidade de temas, títulos, editoras e autores na produção editorial e nos acervos) e a formação de mediadores, incentivar a integração entre escolas, bibliotecas e outros espaços, desenvolver e apoiar ações de literatura e contemplar escritores, editores e livreiros.
Como demonstram os depoimentos no site do plano, na página Declare seu amor aos livros, a leitura e a literatura são libertadoras. E 'representam uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito', como diz Antonio Candido. Nesse contexto, a literatura é imagem e transfiguração da vida. Fator indispensável de humanização, confirma o homem na sua humanidade. Este movimento incentiva a reflexão e a transformação de nós mesmos e da sociedade".
Quais questões são abordadas no PMLLLB?
O plano possui cinco grandes eixos: 1. Democratização do acesso; 2. Fomento à leitura e à formação de mediadores; 3. Valorização institucional da leitura e incremento de seu valor simbólico; 4. Desenvolvimento da economia do livro; 5. Literatura.
Quais pontos de vista estão contemplados no plano?
Um dos processos que acompanham a formulação do plano é a realização de um diagnóstico da situação atual das questões nele discutidas (livro, leitura, literatura e biblioteca). Este diagnóstico vem sendo feito em reuniões, debates e, sobretudo, por meio de questionários disponíveis no site do PMLLLB (www.pmlllbsp.com). Esses questionários, voltados a cada um dos setores ligados à leitura, literatura e bibliotecas, permitem que o grupo de trabalho sistematize dados de diversas origens.
“Instituições de escritores, editoras, livreiros, conselhos e coordenadorias de bibliotecas, além de centros de pesquisa e cultura, estão incentivando seus membros a preencher o questionário. Este pode ser o principal levantamento na área já feito em São Paulo, depende apenas da participação de todos”, relata Farah.
Como o PMLLLB se articula com outras ações da esfera pública?
O PMLLLB de São Paulo se inspira no Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), que também contempla questões pertinentes à literatura e às bibliotecas. “Trouxemos especialistas para falar, discutimos a experiência de outros municípios e procuramos aprender com as dificuldades que enfrentaram. Neste momento, outros municípios de vários estados têm nos procurado para ajudar a construir o plano. Temos procurado fornecer todo o apoio e a experiência dos últimos três anos para que também tenham êxito”, conta Farah.
Os debates são abertos a novos participantes?
Todos os cinco grandes eixos foram abordados nos debates no Sesc Interlagos e Sesc Pinheiros, de modo a incluir tanto os participantes já ativos como os novos interessados no debate. Via de regra os encontros começam com uma acolhida literária, em que são lidos e declamados textos de gêneros diversos. Na sequência, os articuladores do encontro resumem as ações realizadas ao longo dos três anos de formulação do plano e apresentam suas perspectivas futuras. Então tem início o debate. “A todo momento projetamos perguntas para estimular que todos façam propostas para o plano”, explica Farah. Os alinhamentos finais da reunião são acompanhados por novas intervenções literárias.
Como posso acompanhar os desdobramentos das minhas sugestões?
As propostas apresentadas nos debates são incorporadas ao registro dos encontros, posteriormente enviado a todos os participantes. São distribuídas entre os cinco eixos do PMLLLB para que possam ser discutidas nos grandes debates regionais que ocorrerão entre meados de setembro e final de outubro. “Os participantes dos atuais debates (temáticos) são muito bem-vindos para comparecer à próxima etapa, a fim de acompanhar o encaminhamento das propostas e, posteriormente, a incorporação à redação do plano”, conta Farah. O coordenador também explica que todos os debates ficam listados na Agenda do site do plano, onde podem ser consultados a qualquer momento.
Não poderei comparecer aos debates, mas quero contribuir. Como faço?
A participação também é possível pelo canal Dê sua contribuição!, disponível no site do plano. Nele é possível selecionar um dos eixos programáticos e enviar a sua proposta.