Postado em 14/07/2014
Entre junho e julho um assunto dominou os bares, táxis, reuniões de família, encontros de amigos, jornais e redes sociais: a Copa do Mundo de Futebol. No Sesc, não foi diferente. O Sesc na Copa apresentou uma programação para refletir sobre o futebol e valorizar seus aspectos culturais. Se o campeonato acabou no Rio de Janeiro dia 13 de julho, a programação nas Unidades segue até o mês de agosto. Confira as atividades clicando aqui.
Além das atrações nas Unidades, parte do projeto aconteceu online, com a publicação do "Visões da Copa", uma série de charges e crônicas sobre os jogos da Seleção Brasileira.
Para fechar, as visões do cartunista Fernandes e do jornalista Celso Campos. Boa leitura!
Por Celso Campos
Foram 32 times, 736 jogadores, 64 jogos, 171 gols, uma mordida e uma joelhada. E assim terminou a Copa do Mundo de 2014, deixando nos brasileiros um emaranhado de sentimentos nunca antes experimentados tão intensamente – este sim, o verdadeiro legado do torneio.
Ouvir dos encantados visitantes que todos os mundiais deveriam ser jogados aqui nos encheu de orgulho – ao contrário do que anunciavam os profetas do apocalipse, tudo transcorreu na mais perfeita harmonia.
O tão temido fiasco nacional aconteceu mesmo dentro de campo, de uma forma que nem o torcedor mais pessimista poderia imaginar. Os anos se passarão e seguiremos, inconformados, comentando os 7 a 1 que a Seleção sofreu no Mineirão. Da mesma forma que ainda tentamos descobrir quem deveria estar marcando Ghiggia em 1950, procuraremos algum sentido ou explicação neste Maracanazo moderno que nos foi imposto pelos germânicos em Belo Horizonte.
Pensaremos na corrupção da cartolagem, na falta de planejamento, na estratégia equivocada da comissão técnica, na ausência do craque ou do capitão do time. Mas não chegaremos a lugar nenhum. Melhor, portanto, começar do zero, mirando-se no exemplo de nossos carrascos.
Aliás, não apenas nós: todo o mundo do futebol tem hoje algo para aprender com os agora tetracampeões alemães. Um campeonato nacional forte, uma federação transparente, um programa de proteção de talentos, uma seleção bem armada tática e tecnicamente, com atletas que aparecem mais dentro de campo do que fora deles...
O que, isso sim, apenas nós devemos fazer – docemente constrangidos – é agradecer aos alemães. Seu triunfo no Maracanã contra a Argentina nos poupou de séculos de amolação dos vizinhos meridionais. Se eles já fizeram o barulho que fizeram sem ganhar nada... Imagina com a Copa.