Postado em 01/10/2000
No livro O Nome da Rosa, o lingüista italiano Umberto Eco empresta o escritor argentino Jorge Luís Borges como seu personagem. Transposto à ficção, o autor de O Aleph é transformado em um monge cego, responsável por zelar os milhares de volumes da biblioteca do convento, palco dos misteriosos assassinatos que servem de enredo para a obra. Guardadas as devidas proporções, a biblioteca de Eco (circunspecta, imersa na penumbra e em silêncio de sepulcro) se parece em grande medida com o imaginário criado em torno dos sebos: um repositório de livros raros e fatos esquecidos. Para conferir a validade da assertiva, a matéria de capa desta edição visitou diversos sebos da cidade e levantou, com proprietários e freqüentadores, o cotidiano desse comércio que remonta a um tempo imemorial, pré-internet. Ainda em outubro, a Revista E mostra as novas tendências da dança, que unem várias linguagens em torno do movimento corporal. A matéria Dinheiro paralelo conta como os projetos de geração alternativa de renda podem contornar os graves índices de desemprego. Já Paz para quem? refaz a evolução dos movimentos pacifistas, que num contexto urbano e brasileiro têm como alvo a violência.
Walter Barelli, secretário do Emprego e das Relações de Trabalho do estado de São Paulo, faz uma analogia do desemprego atual com o tratamento concedido aos burros que puxavam os bondes na capital em décadas passadas. O jornalista Paulo Markun relata as experiência durante a produção do documentário sobre o processo de independência do Timor Leste. Fechando a edição, o cineasta japonês Yoji Yamada concede entrevista exclusiva, o Em Pauta aborda a qualidade de vida e Ficção publica um conto inédito de Marcos Santarrita.
Danilo Santos de Miranda
Diretor Regional do Sesc de São Paulo