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Editorial

Postado em 01/10/2000

Livros: objetos especiais

Estamos no tempo das megastores, dos cafés-livrarias e dos sites de venda que procuram chamar a atenção do cliente com atrativos como eletrodomésticos, CDs e produtos alimentícios. O prazer de manusear um livro, a privacidade estabelecida com os autores nas edições enfileiradas, a sedução do ambiente e o ritual de escolha, passam por um redimensionamento; aprender a lidar com a virtualidade é um imperativo já incorporado na aquisição de uma obra.

Houve um tempo em que, ao entrarmos em uma livraria, encontrávamos sempre a figura do livreiro, comerciante prestativo, devotado aos livros e, por isso mesmo, conhecedor e divulgador entusiasta do acervo existente no seu estabelecimento comercial. Num mundo de transações rápidas, essa imagem romântica começa a tornar-se rara. É quase como se fosse a página amarelada de um livro antigo, esquecido numa prateleira qualquer.

É necessário, todavia, preservar espaços alternativos de comercialização do livro, dos quais o sebo é um exemplo marcante, a ser valorizado. Afinal, os livros são objetos muito especiais, fonte inesgotável de informação, educação e entretenimento.
Razão suficiente para que as formas de acesso a eles sejam múltiplas e diversificadas.

Se estamos pleiteando a existência de um comércio livre e sem barreiras, é preciso que todos os perfis de livrarias subsistam, para atender públicos diferenciados em seus mais específicos níveis de exigência.


Abram Szajman
Presidente do Conselho Regional do Sesc no Estado de São Paulo

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