Retrospectiva de brasilidades

Está em cartaz a 14ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro. Os números desta edição são muitos: são 111 filmes nacionais na programação + 1 (“Eduardo Coutinho, 7 de Outubro”, o longa que abriu a mostra). Todos eles produzidos entre novembro de 2012 e outubro de 2013. O critério de seleção, além da data de lançamento, é se o filme estreou na cidade de São Paulo. A partir disso, as produções se dividem nas categorias documentário, ficção, animação… Com tantas opções de volta à tela do CineSesc, é natural que o espectador fique confuso na hora de escolher os filmes a que vai assistir, não é mesmo?

Para ajudar na descoberta dos filmes mais bem cotados desta Retrospectiva, recorremos à opinião de dois críticos de cinema, jornalistas e aficionados pelo assunto. Veja a seguir.

Os cinéfilos contam com algumas pistas para tatear esse terreno de brasilidades. Em reportagem para a Folha de São Paulo no caderno Ilustrada, Sérgio Alpendre considera imperdíveis os filmes “‘Na Carne e na Alma’, o pouquíssimo visto testamento fílmico e safado de Alberto Salvá, e o justamente celebrado ‘O Som ao Redor’, de Kleber Mendonça Filho. Vale dar preferência, ainda, para os belos ‘Corpo Presente’, de Paolo Gregori e Marcelo Toledo, e ‘O Que Se Move’, de Caetano Gotardo.  Já em entrevista à EOnline, o crítico foi contundente na escolha de longas em que o Brasil aparece como co-produção:

O tradutor e crítico de cinema José Geraldo Couto começa nos contando que ‘optou por três filmes que foram muito menos vistos do que mereciam’. O primeiro deles é ‘O que Se Move’, de Caetano Gotardo, que considera uma surpreendente e original tragédia em três atos sobre a dor da perda. “A incorporação da música à narrativa lança o espectador numa dimensão inesperada de percepção e emoção”, comenta. ‘Sudoeste’, de Eduardo Nunes, é considerado por José Geraldo Couto como um prodígio de invenção audiovisual, condensando num único dia a trajetória de vida de uma mulher, do nascimento à velhice. “Em preto e branco luminoso, alguns dos planos mais belos do cinema brasileiro recente”. ‘Tabu’, de Miguel Gomes, é o terceiro destaque feito pelo crítico:

Neusa Barbosa, jornalista e crítica de cinema, também escolheu seus favoritos para não perder durante a Retrospectiva do Cinema Brasileiro. O primeiro é o documentário “Repare Bem”, de Maria Medeiros, “pela excelência com que une qualidade de pesquisa e emoção na revelação de algumas das histórias mais contundentes ocorridas na nossa recente ditadura militar. O filme é um libelo para que nunca nos esqueçamos dos crimes daqueles dias e ainda traz um recado de solidariedade e afeto, através dessa pessoa única que é a Denise Crispim, personagem do filme”. A animação "Uma história de amor e fúria", de Luiz Bolognesi, também ganha destaque pelo “roteiro pesquisa, técnica e realização excelentes, dando conta de assuntos que muitas ficções não dão, numa análise profunda do país e seus dilemas através de uma História que é única - a nossa - e precisa ser olhada, avaliada de frente, como é. Isso tudo sem uma gota de didatismo”. O grande eleito de Neusa para ser visto e revisto durante a Retrospectiva é “O Som ao Redor”:

Luiz Zanin, crítico de cinema do jornal O Estado de S. Paulo, também deixou sua opinião.

A crítica de cinema Maria do Rosário Caetano fez suas escolhas depois de participar do Cinema da Vela que refletiu exatamente sobre as produções nacionais do último ano, em programação da Retrospectiva.

Que tal você também eleger seus filmes nacionais prediletos? Para isso, basta mandar uma breve resenha crítica para a fanpage do CineSesc por mensagem privada. A cada semana, durante a Retrospectiva, vamos escolher uma crítica feita pelo público e divulgá-la em nossas redes sociais. Afinal, dar voz e espaço à produção nacional também pode acontecer com a participação e opinião do público.