Postado em 12/11/2013
No primeiro dia do Encontro Internacional Públicos da Cultura, que acontece no Sesc Vila Mariana, a cobertura educomunicativa traz textos sobre os encontros que aconteceram a tarde e trataram da moda e gastronomia como praticas culturais, consumo e estilo de vida na globalização cultural e dos Espaços de convergência: vendo TV na sociedade contemporânea. Acompanhe aqui!
A cobertura educomunicativa do Encontro é uma parceria com é uma parceria com a ONG Viração e com alunos da Educomunicação da ECA/USP, clique aqui para entender como funciona.
Por Cadu Ferreira e Letícia Maffi, jovens comunicadores
As práticas e tradições culturais mescladas com os estilo de vida de cada um formam o meio cultural na moda e na gastronomia, dentro de um contexto de globalização e de expansão do consumo. Durante a palestra “Moda e gastronomia como praticas culturais, consumo e estilo de vida na globalização cultural”, proferida pela pesquisadora Maria Lúcia Bueno Ramos, foi registrado o desenvolvimento de um processo de promoção de práticas sociais das elites que teve como exemplos notáveis a gastronomia e a moda, atingindo vários setores sociais. No século XX a moda toma corpo desvinculando-se dos paradigmas sociais até então em operação.
A gastronomia também trouxe um movimento nos anos 70, onde mudanças nos cardápios promoveram interatividade e renovação do que era considerado uma cultura elitizada. No Brasil, tanto a moda como a gastronomia eram muito relacionadas à questão estética e restritas a um comercio que buscava, com dificuldades, expandir-se para um público mais amplo a partir das dimensões estética e cultural.
Sob o aspecto cultural, terminada a segunda guerra mundial em 1945, o período pós-guerra na França foi marcado pelo objetivo principal de militantes e pesquisadores em reunir esforços para estabelecer um processo de democratização da cultura. A chamada “política de oferta”, surgida neste contexto, preocupava-se em garantir o acesso a obras fundamentais da história da humanidade e da França para o público em geral.
Foi o que contou o professor doutor em economia francês Olivier Donnat, durante sua participação no Encontro Internacional Públicos da Cultura, organizado pelo Sesc São Paulo. Depois de realizadas uma série de pesquisas sobre o público da cultura e a freqüência no acesso à cultura na França, a partir do ano de 1963, chegou-se à conclusão que para democratizar a cultura seria indispensável investir em cultura.
Nos anos 80, sob o contexto da legitimação e incorporação de novos modos de expressão cultural e com a entrada da esquerda no governo, o investimento estatal em cultura dobra de tamanho na França. É nesse momento que o apoio financeiro à pesquisa em cultura e à indústria cultural – notadamente o cinema francês – entra em cena.
Com o fim da década de 80 e a difusão mundial do neoliberalismo, começa um novo ciclo na França; o império do “Estado modesto” significa o início dos cortes orçamentários, da crise institucional e descentralização da gestão de cultura e da crise da intelectualidade que sustentou teoricamente os esforços na democratização da cultura e no enfrentamento da desigualdade de oportunidades como caminho único para o acesso geral à cultura.
Ao fim de sua fala, Olivier ressaltou a centralidade do vínculo entre acesso à cultura e escolaridade como resultado inequívoco das pesquisas na área cultural e a necessidade do investimento para desenvolver pesquisas. O professor enfatizou ainda que é fundamental tomar as cifras econômicas, amplamente divulgadas e reproduzidas no mundo contemporâneo, como convenções sociais. “As cifras são construções sociais”, disse.
Por Beatriz Jordan, jovem comunicadora
A palavra chave foi experimentar. Alan Brown, professor norte-americano, em sua palestra “Construindo demandas para a arte”, afirmou acreditar que com o desenvolvimento de novas tecnologias é possível ampliar as vivências do público promovendo sua participação mais ativa na arte. Essa prática, além de aproximar o produtor cultural do consumidor e, por vezes, inverter e unificar os seus papeis, cria possibilidades de promover a democratização da cultura.
De maneira simples pode-se surpreender o público e convidá-lo a conhecer novas formas artísticas, mas para isso é necessário que os grupos artísticos se desprendam das dependências tradicionais e ocupem as vias mais populares. Convidar o público a contar suas histórias, encenar, dançar, expor suas fotos em espaços até então inusitados, ou pintar os muros, ruas e prédios abandonados, são meios de fazer a arte trazer vida à vida.
Para aproximar o valor da arte é preciso dar ao público livre poder de atuação sobre ela, conduzindo experiências em vários lugares o tempo todo como forma de inserir mais um sentido ao ser humano que possa embelezar o seu cotidiano.
“Ajudar a explorar a arte, essa é a melhor maneira de construir a demanda” – Alan Brown.
o que: | Encontro Internacional Públicos da Cultura |
quando: |
12 a 14/novembro |
onde: |