Postado em 08/10/2013
Título: Mongólia
Escritor: Bernardo Carvalho nasceu no Rio de Janeiro, em 1960. Formou-se em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Possui mestrado em cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Em 1993, lançou a coletânea de contos ‘Aberração’, que marcou sua estreia na literatura.
Enredo do livro: O romance combina o suspense das tramas policiais às narrativas de viagem. O autor utiliza três níveis narrativos: o primeiro é o narrador principal, um ex-embaixador brasileiro na China, que relata, a partir dos diários que lhe foram entregues, a viagem feita por um diplomata (Ocidental) em busca de um fotógrafo brasileiro sumido nos Montes Altai, na Mongólia. O diplomata, por sua vez, recorre aos diários do fotógrafo para seguir sua pista.
Por que ler: Vencedor do Prêmio Jabuti 2004 – Romance, o livro é o resultado de uma encomenda da editora portuguesa ‘A Cotovia’ em parceria com a Fundação Oriente. Anualmente, a Fundação Oriente oferecia uma Bolsa de Criação Literária, em que um escritor passava dois ou três meses num local à escolha no Oriente, e depois escrevia um livro. Nesta obra, Bernardo Carvalho conseguiu construir um diálogo com uma linguagem descritiva (experiências de sua viagem) e ao mesmo tempo instigante, aguçando a curiosidade do leitor, que através de um final inusitado e comovente, compreende a ligação entre as personagens.
Preste atenção: Em relação às pistas lançadas pelo diário do Ocidental, dos lugares por onde passou, há um trecho em que o autor destaca na fala de um personagem mongol, guia do Ocidental pelas estepes, o significado do termo ‘lugar’, que no contexto da cultura nômade possui um significado diferente quando comparado com o nossa percepção da palavra.
Comentários: De acordo com Júlio César de Bittencourt Gomes, doutor em literatura brasileira pela UFRGS, “Mongólia é todo perpassado por descrições da paisagem mongol e dos hábitos de seus habitantes, no entanto, o que num primeiro momento poderia parecer a narrativa de um “choque de civilizações”, uma reflexão sobre o deslocamento e o desconforto causado pelo outro, revela-se, ao contrário, o relato de um mal estar globalizado, daí um certo tom claustrofóbico – no sentido mais kafkiano do termo – impresso ao texto”.
Outros livros do escritor na Biblioteca do SESC Pompeia: O Filho da Mãe, Medo de Sade, O Sol se Põe em São Paulo.