Artes que vêm das ruas

Em setembro, batalha de Hip Hop, grafite coletivo e o início das oficinas de criação literária marginal completam a programação do projeto Lado B Lado A, no Sesc Taubaté

As linguagens artísticas urbanas estão em evidência no Sesc Taubaté.  Em setembro, a programação começa com uma batalha de dança, onde B-Boys e B-Girls acompanhados pelo professor Jeff mostram sua arte em uma demonstração de habilidades, na sexta, dia 6.

No dia 7, os grafiteiros Biofa e Galo comandam a elaboração de um Grafite Coletivo, que ficará exposto no Sesc Taubaté até dezembro.

“Na primeira etapa o pessoal que participar vai ajudar a gente na preparação dos fundos, fazendo algumas formas geométricas e também utilizando o estêncil. Depois disso eu e o Galo vamos finalizar com o nosso traço e os nossos personagens.”, explica Biofa, que além de grafiteiro é ilustrador e artista gráfico.

A participação do público vai definir o formato final da intervenção. “De repente, se a gente sentir que o grupo está envolvido, eles podem até fazer alguns traços que serão apropriados no desenho final”, completa Biofa.

Arte plural

Segundo Biofa, que começou a grafitar em 1999, o grafite e o seu reconhecimento como arte visual evoluíram muito, mas continuam em processo de transformação: “O grafite entrou nas galerias. Artistas de outros segmentos estão experimentando e está acontecendo uma troca muito grande com as diferentes técnicas. Todo mundo está experimentando o muro: a publicidade, museus, galerias etc. Ele tem um apelo com todos os públicos e se torna cada vez mais o que nós acreditamos que ele é: uma arte plural”.

Veja imagens de trabalhos realizados por Biofa na galeria. As imagens também estão disponíveis no Flickr do artista.

Literatura Marginal

O Lado B Lado A traz uma programação voltada para o jovem de 13 a 24 anos. A cada três meses são realizadas atividades em linguagens diferentes.  Depois de trabalhar com teatro, dança, circo, cinema e fotografia, a proposta agora é a oficina de criação literária, com enfoque na literatura marginal.

De acordo com a técnica responsável pelo programa Juventudes no Sesc Taubaté, Ana Claudia Teixeira de Oliveira, a oficina foi escolhida devido a força do movimento  hip hop na cidade. “Desta vez vamos trabalhar com o rapper e educador social Diego Miranda, que pretende despertar e estimular a criação literária entre os participantes”.

Diego Miranda iniciou, em 2010, um trabalho com jovens internos da Fundação Casa para a construção de letras de rap, na tentativa de direcionar o uso da palavra como um instrumento de expressão sadia ou de fuga da realidade opressiva. Os versos foram transportados para o suporte do lambe-lambe e se tornaram uma exposição que ficou em exibição no Sesc São José dos campos de junho a setembro de 2013.

A literatura periférica também é tema da exposição “Cartazes Poéticos – Contra Fluxo”, em exibição até 30/setembro, no Sesc Carmo.

O Lado B Lado A está sendo construído em conjunto com jovens que frequentam o Sesc Taubaté e que podem dialogar e dar opiniões sobre as próximas programações em encontros pessoais ou pelo grupo criado no Facebook.