Postado em 15/08/2013
Profissionais explicaram formas adaptadas, acessíveis e divertidas de se praticar o esporte em capacitação realizada no Sesc Presidente Prudente. A atividade fez parte do Circuito Tênis Para Todos
Você pode esquecer a quadra de 23 x 77 cm, a bolinha feita de borracha e feltro, a rede com 91 cm de altura e as raquetes que podem custar de R$ 80 a R$ 1.000. O tênis pode ser um esporte acessível a todos os públicos, como provado durante a capacitação para professores da rede pública promovida pelo Instituto Cidadania Através do Esporte (Cades) no Sesc Prudente. A ação integrou o Circuito Tênis Para Todos, realizado em 15 unidades do Sesc-SP.
Durante o trabalho, foram explicadas as técnicas do minitênis, adaptação que traz alternativas para a prática do tênis sem equipamentos e quadras tradicionais. Segundo o diretor técnico do Cades, Eloy de Souza, qualquer espaço plano pode ser adequado para a prática do esporte. “É só colocarmos uma fita esticada e alguns cones que já temos um local pronto para jogarmos”, explica. Praças e estacionamentos, por exemplo, podem receber bem esta variação.
Os equipamentos também podem ser substituídos. “A raquete pode ser substituída por materiais de natação ou um cabo com uma sacola amarrada, apenas para que a criança tenha o contato inicial com o esporte. A bola também pode ser trocada por uma bexiga”, diz Souza.
Além de permitir que todos pratiquem o tênis, os materiais adaptados também colaboram para uma melhor execução dos movimentos do esporte. “A rede, por exemplo, é mais alta do que algumas crianças. A raquete é maior do que o braço de muitas. Isso dificulta muito o desenvolvimento da prática, já que elas não conseguem realizar os ‘golpes’ de forma correta”, comenta o diretor técnico. Ele ainda ironiza ao dizer que “nas 15 primeiras dificuldades, a criança desiste e vai procurar o futebol ou outros esportes”.
Algumas dicas do Cades para um trabalho com foco em crianças são: utilizar uma bola um pouco murcha ou a adequada para esta idade (feita de borracha e de menor velocidade), e usar materiais (bola e raquete) que tenham peso proporcional, para que não se exija muita força para os movimentos básicos. Isso tudo ajuda no “brincar de tênis”, como Souza costuma dizer.
Match point para a criatividade
Qualquer um pode ter sua raquete sem grandes investimentos. O diretor e professor do Cades, Levi Fernandes Alves, por exemplo, fez o seu equipamento artesanalmente há cerca de cinco anos. Para isso, utilizou pequenos rolos de folhas de jornal e recortes de papelão; com um pouco de cola, a raquete estava pronta.
“Crianças de quatro anos também podem fazer sua própria raquete, em casa ou durante uma aula de educação física ou artes”, sugere. Segundo Levi, até mesmo o peso do material é mais adequado para esta idade. “Sem contar que é possível personalizá-la do jeito que quiser”, lembra.
O professor destaca a importância de trazer estas adaptações do tênis para o público. “Ao trocarmos estas experiências, levamos conhecimentos sobre esta modalidade para mais pessoas”.