Postado em 20/07/2013
Os guitarristas brasileiros Zezo Ribeiro, Heraldo do Monte, Alemão e o jazzista americano Pat Martino se encontrariam no Sesc Araraquara, dia 31/julho, no show Guitar Meeting, que foi cancelado
A EOnline esntrevistou com exclusividade Zezo Ribeiro, que contou sobre a produção do show, sobre a parceria com Pat Martino e sobre o que se pode esperar durante a apresentação:
EOnline: Como surgiu a oportunidade da parceria com o Pat Martino?
Zezo Ribeiro: No ano passado, idealizei e produzi o projeto Trilogia da Guitarra Brasileira, cuja estreia foi no Sesc Araraquara e que foi transformado em especial pelo SescTV. Quando Hélio Delmiro saiu, foi necessário dar um up; passei 3 meses nos Estados Unidos fazendo contatos com lendas da guitarra do jazz americano, como Jim Hall, Kenny Burrel, Joe Diorio, Pat Metheny e Pat Martino. Martino me recebeu na Filadélfia, onde vive. Para minha surpresa, ele tinha assistido a vários vídeos meus no YouTube e me fez elogios que nunca recebi no Brasil. Óbvio que as portas a partir de então ficaram abertas para a parceria que se concretiza agora.
EOnline: O que o público pode esperar desse encontro da guitarra do Pat Martino com os ritmos brasileiros de Zezo Ribeiro, Alemão e Heraldo do Monte?
Z.R.: Mr. Martino é um jazzista de primeira linha, mas que teve seus momentos de incursões pelo jazz fusion e pelo rock, então creio que entende meu violão aflamencado, a guitarra nordestina do Heraldo do Monte e a gaucha do Alemão como ninguém. Será um encontro inusitado, já que não se trata de uma jazzsession. A estrutura será de bossa nova, pela aproximação deste estilo com o jazz, e por Martino ter composto várias músicas neste estilo. A complexidade da improvisação do Martino e seu som encorpado, na linha de Wes Montgomery, vai se aproximar muito, creio, do Alemão com sua palhetada alternada, forte e precisa, e com Heraldo haverá um entendimento enorme pela profundidade com que os dois se atrevem nos improvisos.
EOnline: Durante a apresentação há espaço para improvisações ou é tudo "friamente calculado"?
Z.R.: Martino propôs 16 músicas que serão acolhidas por Heraldo do Monte e Alemão e, a partir daí, escolhidas para que a improvisação flua com conforto e sentido evocativo. Haverá uma estrutura calculada, mas pela experiência dessas lendas que são os guitarristas do evento, imagino muita surpresa boa e instantes além de inusitados, históricos e mais uma vez o Sesc Araraquara se adianta em apresentar este momento. Eu irei tocar a única música brasileira que Pat Martino tem tocado, uma belíssima composição do Ivan Lins chamada Começar de Novo. No mais, me dou por feliz demais pela viabilização. Foi um trabalho de 10 meses de pré produção que se consolidada fortemente.
EOnline: Há planos de transformar o repertório do show em um álbum?
Z.R.: Tudo vai depender da vibe do encontro entre os quatro. Martino é um músico muito sofisticado e saberá fazer a leitura apropriada do Meeting, creio que por falta de vontade não será. Vem um CD por aí.
Assista ao vídeo do projeto Trilogia da Guitarra Brasileira no SescTV