Postado em 02/07/2013
Brincadeira nas férias
Programação voltada às crianças em julho garante um mês cheio de atividade para quem está de folga da escola
Neste mês de julho, não faltarão novidades para as crianças. Com o objetivo de oferecer alternativas para o período de férias escolares, o Sesc organizou uma programação especial voltada ao desenvolvimento do processo de educação e formação infantil, incluindo diversas atividades que serão desenvolvidas em suas unidades, como Lá Fora Frio, Aqui a Mil (Campinas), Vila nas Férias (Vila Mariana), Mais de Mil Brinquedos para a Criança Brasileira (Pompeia), Mãozinha na Massa (Pinheiros), Orientalidades (Belenzinho), Só dá Bandeira (Carmo), entre outras (Confira os detalhes no Em Cartaz desta edição).
O Lá Fora Frio, Aqui a Mil, que ocorrerá na unidade Campinas dos dias 9 de julho a 4 de agosto, é uma das alternativas de atividades infantis extraescolares. A programação incluirá ateliês, brincadeiras, instalações, apresentações artísticas, atividades esportivas e intervenções, com um recorte literário, sob o tema Aventuras e Histórias de Ziraldo. “No decorrer dos anos, compreendemos que o foco desta programação é o incentivo à leitura e ampliação do acesso a ela em uma perspectiva ampla, por meio de suas intersecções com as diferentes linguagens”, afirma a técnica de programação do Sesc Campinas Lucelina R. Rosa.
Em 2013, “a perspectiva é criar ambientes e programações aconchegantes, que literalmente esquentem as férias de julho das famílias”. A partir do dia 9, também será possível acompanhar de perto a reedição da mostra Mais de Mil Brinquedos para a Criança Brasileira, originalmente realizada em 1982 no Sesc Pompeia [mais detalhes na página 30]. Após mais de três décadas, a atual programação – que será realizada no mesmo local – incluirá uma instalação artística reunindo brinquedos brasileiros e estrangeiros datados da década de 1930 até hoje; além de oficinas educativas que estimulam a criatividade das crianças por meio da concepção manual de tais objetos.
“Ou seja, reunimos não apenas brinquedos – tanto artesanais como industriais –, que são oferecidos prontos para a criança, mas também uma forma de elas poderem contribuir ativamente para a cultura se divertindo”, explica a técnica do núcleo de Artes Visuais do Sesc Pompeia Daniela Avelar.
Outras opções para julho podem ser encontradas entre os dias 2 e 31 na unidade Vila Mariana, com o Vila nas Férias. Oficinas, música, esportes, contação de histórias, teatro e a exposição Geraldo de Barros – que trará atividades lúdicas durante todo o período – serão meios de incentivar o contato das crianças com diversas linguagens.
“No decorrer dos anos, compreendemos que o foco desta programação [Lá Fora Frio, Aqui a Mil] é o incentivo à leitura e ampliação do acesso a ela em uma perspectiva ampla, por meio de suas intersecções com as diferentes linguagens”
Lucelina R. Rosa, técnica de programação do Sesc Campinas
Salsa com twist
O cantor, músico e compositor natural de Mali, Salif Keïta, fez dois shows no Sesc Pompeia, nos dias 11 e 12 de junho. A apresentação faz parte da turnê de lançamento do disco Talé, fruto da parceria, firmada em janeiro de 2011, com o produtor francês Philippe Cohen Solal (conhecido pelo trabalho junto ao Gotan Project). Juntos, os artistas procuram dar vida nova à tradição musical mandinga, misturando instrumentos tradicionais a sons mais primitivos e contemporâneos, como a música eletrônica. Além de músico, Keïta é engajado em causas ligadas à tolerância e à defesa da diversidade. Talvez por isso, a mistura não seja novidade em sua produção – o afro com o pop, a salsa com o twist, o rock com o funk, tudo dialoga na obra do africano.
Apenas humanos
Composto por cinco peças curtas, o espetáculo Ah, A Humanidade! E Outras Boas Intenções, que estreou no Sesc Consolação no dia 21 de junho, coloca uma lupa sobre pessoas comuns em circunstâncias extraordinárias. O texto de Will Eno explora a frágil – e muitas vezes cômica – condição do homem em situações como uma coletiva de imprensa, a gravação de vídeos para uma agência de encontros, o pronunciamento de uma companhia aérea após um trágico acidente e a reconstituição de uma fotografia de guerra. A tradução é de Murilo Hauser – que assina também a concepção juntamente com Guilherme Weber. A peça segue em cartaz até 28 de julho.
Muito doido!
Entre os destaques da programação infantil de junho na unidade Interlagos, o espetáculo As Histórias Mais Loucas do Mundo, atividade do dia 30, mexe com a imaginação dos pequenos ao perguntar quem nunca teve vontade de escrever uma história bem maluca – daquelas mesmo sem pé nem cabeça. No espetáculo, uma compilação de dez histórias da escritora Raquel Grabauska pretende não só divertir o público, mas também interagir com ele, levando a plateia a criar as próprias narrativas sobre grandes e pequenas loucuras.
Fausto do morro
O ponto de partida do espetáculo Maravilhoso, cartaz do Sesc Belenzinho de 1º a 30 de junho, é Fausto, poema trágico do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832). Na obra de Goethe, o personagem-título faz um pacto com o demônio em troca do sucesso. Aqui, um homem sem perspectivas na vida encontra na figura de um bicheiro e dono de escola de samba a possibilidade de dar outro rumo às suas ambições. A direção é de Inez Viana, e Diogo Liberano assina a dramaturgia.
Bienal de Design Gráfico
Dentre os trabalhos expostos, na 10ª Bienal de Design Gráfico, no Memorial da América Latina, oito foram concebidos por designers e estúdios para programações e atividades do Sesc. Destacaram-se na exposição, realizada de 14 a 30 de junho, a identidade visual da Mostra Sesc de Artes de 2010, que explorou o aspecto tátil da marca; o sistema gráfico da Mostra Sesc de Artes 2012 e a identidade visual da Bienal Sesc de Dança 2011, que evidencia tipograficamente as articulações, proporções e interações do corpo humano em movimento.
“Estou sendo redescoberto há anos”
Guilherme Arantes ao site UOL (www.uol.com.br). O músico, cantor e compositor fez show na unidade Pompeia nos dias 28 e 29 de junho
“Eu sempre quis ser uma cantora nacional, sem rótulos. Sempre ouvi Wanderléa, Elis Regina, Gal Costa...”
Vânia Bastos ao site Sana Inside (www.sanainside.com). A cantora se apresentou no Sesc São Caetano, no dia 20 de junho
Teia de verdades
Uma leitura poética sobre a solidão feminina, uma reflexão sobre as dificuldades de relacionamento, uma ode ao poder criativo como ato transformador. Essas são algumas das definições para A Tecelã, que o Sesc Santo Amaro apresentou no dia 28 de junho. O espetáculo, sem palavras, conta a história da personagem do título, que é capaz de converter tudo o que tece com seus fios em realidade. A montagem tem direção, dramaturgia e cenografia assinadas por Paulo Balardim.
MPB eletrônica
As paulistas Fernanda Porto e Christianne Neves se encontraram no palco do Sesc Carmo, revezando-se entre instrumentos e interpretações de hits como Só Tinha de Ser com Você, Tudo de Bom e Sambassim – além de releituras de clássicos da MPB em versões “turbinadas” pela música eletrônica. Enquanto Fernanda assumiu o sax alto e o soprano, a guitarra, o violão, o teclado e a percussão, Christianne Neves comandou dois teclados, e ainda tocou cavaquinho, percussão e contrabaixo.
A velha Hollywood
Clássico absoluto dirigido por Joseph L. Mankiewicz em 1950, A Malvada traz Bette Davis no papel que lhe serviria de referência até hoje – ainda que a figura do título em português que não seja exatamente ela, e sim sua ambiciosa “pupila”, Eve Harrington. A jovem constrói uma trama de ardis que tem como único objetivo “destronar” a diva do teatro Margo (Davis) e ocupar seu lugar sob os holofotes da Broadway. Esse filmão da old Hollywood ficou em cartaz no CineSesc dos dias 31 de maio a 6 de junho.
Fome de viver
A Cia. Ventoforte, de Ilo Krugli, se apresentou no Sesc Itaquera nos dias 23 e 30 de junho, com o espetáculo O Mistério do Fundo do Pote, de autoria de Krugli. Na Casa das Farinhas, cuidada por um grupo de cegos num vilarejo chamado Três Saudades, nada é cobrado, mas só se pega o necessário. É esse o mote para a peça apresentar festas com roupas coloridas e bonecos, e que envolvem toda a cidade – criadas a partir de folguedos populares pesquisados pelo próprio Ventoforte. A riqueza das imagens ganha reforço com a chegada do trem, do telefone, do rádio e do cinema. É quando o sonho de cada um se transforma, ao mesmo tempo, em combustível e fome. A peça rendeu, em 2009, o Prêmio Femsa de Teatro Infantil e Jovem de melhor ator para Rodrigo Mercadante.
Dogma no teatro
Apresentado no Sesc Osasco no dia 26 de junho, o monólogo Madrugada me Proteja se passa durante a noite em uma grande cidade, enquanto um jovem negro acompanha um amigo até sua casa. Na hora de retornar, porém, ao tentar conseguir um táxi, surge um assaltante. O encontro resulta numa discussão, que expõe detalhes da vida e crenças dos personagens. No foco da montagem, a questão racial brasileira. A direção é de Jeferson De, figura do cinema e criador do chamado Dogma Feijoada, que defende o aumento da participação de atores negros nas artes cênicas.
Trio poderoso
Formado pelos músicos Skowa, Marinho e Carlos Strobing, o Skowa Trio fez parte da programação do Sesc Pinheiros no dia 22 de junho. A trinca, que busca recriar a sonoridade mais crua dos chamados power trios dos anos de 1970, passeia pelos ritmos afro-cubanos e pelo rock da década de 1970 – acrescentando à mistura temperos contemporâneos de drum’n’bass, hip hop e samba tradicional. A atividade fez parte do projeto Conexões, criado para atrair o público jovem do entorno da unidade.
Encontro de dois mundos
O ator e a bailarina estabelecem um diálogo entre a palavra e o movimento. Esse é o mote de Silêncio, espetáculo apresentado no Sesc Santana nos dias 14 e 28 de junho. Baseada no conto O Silêncio das Sereias, de Franz Kafka (1883-1924), a performance convida o público a acompanhar uma narrativa sobre esta relação, por meio da aproximação entre os gestos, os sons, as imagens e o texto. A direção é de Nathália Catarina e Jonas Golfeto.
Desfile de tipos
A montagem Antologia, cartaz do Sesc Santo André em 30 de junho, composta de sete cenas musicais e teatrais, tenta captar a atenção do espectador por meio do movimento e da sutileza de gestos. Por uma estrutura de espetáculo que lembra as rotinas de um cabaré, desfilam personagens conhecidos e presentes no imaginário coletivo – como o cantor e instrumentista norte-americano Louis Armstrong (1901-1971), o pintor catalão Salvador Dali (1904-1989) e o violoncelista espanhol Pau Carles (1876-1973) – e outros anônimos, inspirados no circo e no teatro, como o palhaço Toti Tipon.
O teatro de Bertolt Brecht
Apresentado de 25 a 30 de junho, o projeto Círculo de Giz Brechtiano – realizado pelo Sesc Santos – reuniu um conjunto de ações envolvendo as áreas de teatro, cinema e música, e que trouxeram à luz a obra do diretor e dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956). Compuseram a programação as palestras O Teatro Épico (na época da reprodutibilidade técnica), no dia 25, Quem Forma Quem? (rel)Ações artístico-pedagógicas Entre Público e Atores (29), e a oficina A Interpretação Épica do Ator (29 e 30). Na grade de espetáculos, as montagens de A Exceção e a Regra, A Incrível Ascensão de Arturo Ui e Folias Galileu (28), Quanto Custa? (29), e Marie e a infantil A Incrível Batalha pelo Tesouro de Laduê fechando o ciclo no dia 30.
Improviso
O espetáculo White Rabbit, Red Rabbit, em cartaz no Sesc Vila Mariana de 23 de maio a 14 de junho, trata das experiências do autor indiano Nassim Soleimanpour – que chegou a ser proibido de deixar seu país – em “montagens” que dispensam direção e cenário. Cada apresentação contou com um ator ou atriz diferentes, que receberam o texto apenas quando subiram ao palco. Os intérpretes que participaram foram Guilherme Weber (23/5), Danilo Grangheia (24/5), Domingos Montagner (30/5), Rodrigo Bolzan (31/5), Hugo Possolo (6/6), Clara Carvalho (13/6), Caco Ciocler (13/6) e Marat Descartes (14/6).
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