Postado em 30/10/2010
Danilo Santos de Miranda
Diretor Regional - SESC São Paulo
Viver no espaço urbano, para os idosos, não é tarefa fácil. O ritmo de vida altera-se rapidamente. A paisagem e os referenciais se transformam. É preciso andar mais depressa para atravessar a rua, ser rápido ao usar o transporte público, decodificar informações ao utilizar os cartões de banco e guardar senhas. O cidadão idoso, que circula e acompanha tais mudanças – e que reconhece a mudança de seu próprio corpo – refaz suas relações com o espaço que o circunda, mas não pode abrir mão de direitos fundamentais, como os de ir e vir e de se relacionar de forma segura e acessível.
O SESC-SP, em seus 47 anos de trabalho com a terceira idade, acompanha as mudanças e demandas dessa população, e repensa e atualiza as diretrizes que norteiam sua ação. Na prática, identifica e valoriza aquilo que pode ser específico ao grupo etário, além de incentivar e promover as relações intergeracionais.
Considerando as tendências de urbanização e envelhecimento populacional, a Organização Mundial da Saúde realizou pesquisa com idosos em 33 cidades do mundo. No Brasil, foi o Rio de Janeiro. Identificaram-se pontos considerados fundamentais para a manutenção da qualidade de vida de pessoas idosas, e os dados coligidos deram origem ao documento “Guia Global – Cidade Amiga do Idoso”. Nele, sugerem-se implantação ou aperfeiçoamento de serviços, adequações do mobiliário urbano e de moradias e, ademais, um conjunto de possibilidades que pode tornar as cidades mais amigáveis aos idosos.
Tendo como sugestão esse “Guia”, o SESC-SP procura, para o Dia Internacional do Idoso, favorecer o debate sobre o “envelhecer na cidade”, de modo que os cidadãos em geral percebam-se detentores de direitos e deveres no espaço onde vivem, reconhecendo que a cidade amiga do idoso é a cidade amiga de todos.