Postado em 29/07/2011
ROBERT A BOLZANI DE MIRANDA DIAS
MARILENE RODRIGUES PORTELLA
HUGO TOURINHO FILHO
A população idosa vem crescendo significativamente no Brasil. Acredita-se que esse crescimento se deva, principalmente, aos avanços da Medicina e à diminuição da taxa de natalidade (ALVES et al., 2007; TEIXEIRA, 2004). Atualmente existem no Brasil aproximadamente 15 milhões de idosos e, segundo projeções estatísticas, em 2025 existirão 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, ocupando, assim, o país o sexto lugar com o maior número de idosos do mundo (IBGE, 2009).
O envelhecimento populacional pode vir acompanhado de um aumento crescente e acelerado de doenças crônico-degenerativas e de eventos incapacitantes, entre os quais as quedas. As quedas são problemas comuns e frequentemente devastadores entre os idosos, estando no ranque entre os mais sérios problemas clínicos que atingem essa população (RUBSTEIN, 2006), sendo também causa de substancial razão de mortalidade e morbidade, além de contribuírem para a imobilidade e para a institucionalização precoce (BRASIL, 2006).
A queda pode ser considerada um marcador do início de um importante declínio de determinada função ou um sintoma de uma patologia nova (PEREIRA et al., 2001; CHRISTOFOLETTI et al., 2006; ABRAMS, 1995).
A conceituação de quedas pode ser entendida como uma insuficiência súbita do controle postural (GAZZOLA et al., 2006; CHRISTOFOLETTI et al., 2006); uma falta de capacidade para corrigir o deslocamento do corpo, durante seu movimento no espaço (ABRAMS, 1995); uma mudança de posição inesperada, não intencional, que faz com que o indivíduo permaneça em um nível inferior (PERRACINI, 2005; PEREIRA et al., 2001); bem como um deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior em relação à posição inicial (GUIMARÃES et al., 2004; TINETTI et al., 2006).
Cerca de 30% dos idosos que vivem na comunidade caem ao menos uma vez ao ano e cerca da metade cai de forma recorrente (SIQUEIRA et al., 2007; HOFMANN et al., 2003; LOPES et al., 2009). Porém idosos institucionalizados, os quais são mais frágeis, caem até três vezes mais que os indivíduos idosos que vivem na comunidade (KALLIN et al., 2004; RUBSTEIN, JOSEPHSON & ROBBINS, 1994; RUBSTEIN, 2006).
Um estudo feito por Perracini (2005) mostrou que a frequência de quedas é maior em mulheres que em homens da mesma faixa etária e que a ocorrência de quedas por faixa etária, a cada ano, é de 32% em pacientes de 65 a 74 anos, de 35% em pacientes de 75 a 84 anos e de 51% em pacientes acima de 85 anos.
Ademais, a Associação Médica Brasileira, juntamente com o Conselho Federal de Medicina, revelou que idosos de 75 a 84 anos que necessitam de ajuda nas atividades da vida diária (comer, tomar banho, fazer higiene íntima, vestir-se, sair da cama e controlar a eliminação das fezes e da urina) têm uma probabilidade de cair 14 vezes maior do que pessoas da mesma idade que são independentes (PEREIRA et al., 2001).
O risco de cair aumenta significativamente com a idade e com o nível de fragilidade, sendo que os fatores responsáveis por uma queda podem ser intrínsecos (relacionados com o indivíduo) e/ou extrínsecos (relacionados ao ambiente) (WHO, 2004; PERRACINI, 2005; PEREIRA et al., 2001; CHRISTOFOLETTI et al., 2006; MENEZES & BACHION, 2008; REBELATTO & MORELLI, 2007).
Segundo esses autores, os fatores extrínsecos estão associados às dificuldades propiciadas pelo ambiente, entre os quais podemos mencionar: pisos escorregadios, encerados e molhados, ausência de corrimão, assentos sanitários muito baixos, prateleiras muito altas, mesas e cadeiras instáveis, calçados inapropriados, escadarias inseguras, calçadas esburacadas, degraus de ônibus muito altos, iluminação inadequada, tapetes soltos ou com dobras, roupas excessivamente compridas, obstáculos no caminho (objetos, fios).
Os fatores intrínsecos dizem respeito às alterações fisiológicas relacionadas à idade e são inúmeros, fazendo com que o diagnóstico e o tratamento se tornem bastante complexos (WHO, 2004; PERRACINI, 2005; TINETTI et al., 2006).
Segundo a World Health Organization (2004), os fatores de risco intrínsecos para quedas são: história de quedas; idade; gênero (em idosos jovens as médias de quedas para homens e mulheres são iguais, mas, entre idosos velhos, as mulheres caem mais que os homens); morar só; etnias (caucasianos frequentemente caem mais); uso de medicamentos; condições de saúde (doenças circulatórias, doença pulmonar obstrutiva crônica, depressão, artrite, incontinência); deterioração na mobilidade e na marcha; sedentarismo; medo de cair; deficiência nutricional; deterioração cognitiva; danos visuais e problemas nos pés.
Para Perracini (2005), entre os principais fatores intrínsecos de quedas estão: declínio cognitivo, uso de medicamentos (benzodiazepínicos, sedativos, tranquilizantes e polifarmácia), distúrbios de marcha, equilíbrio e fraqueza muscular, história de quedas, idade avançada, tontura, depressão.
Para Tinetti et al. (2006), os fatores de risco intrínsecos de quedas incluem: danos no equilíbrio, na marcha, na cognição, na visão e na força muscular; uso de quatro ou mais medicamentos (particularmente os psicoativos); sintomas depressivos; hipotensão postural e artrite.
O fato de ser causada por muitos fatores faz com que a queda seja um evento de difícil prevenção e, muitas vezes, de difícil compreensão. Por isso a avaliação dos fatores de risco é uma das estratégias mais eficazes de prevenção de quedas, pois, a partir da identificação desses fatores, medidas podem ser criadas e instituídas (RUBSTEIN, 2006).
As quedas e as consequentes lesões resultantes destas constituem um problema de saúde pública e de grande impacto social enfrentado hoje por todos os países em que ocorre expressivo envelhecimento populacional (BUKSMAN et al., 2008).
As quedas em idosos têm como consequências, além de possíveis fraturas e do risco de morte, o medo de cair, a restrição de atividades, o declínio na saúde e o aumento do risco de institucionalização (PERRACINI & RAMOS, 2002; GONÇALVES et al., 2008).
As fraturas são uma das consequências mais comuns entre idosos após uma queda, principalmente as fraturas de quadril, seguidas pelas de punho (MASSUD & MORRIS, 2001; PERRACINI, 2005). Cerca de 90% das fraturas de quadril são causadas por quedas (PERRACINI, 2009). As fraturas de quadril também são a maior causa de hospitalização nessa população, constituindo um considerável encargo econômico e social (BERRAL et al., 2008; COUTINHO & SILVA, 2002; HAMRA et al., 2007; HOFMANN et al., 2003).
Um estudo realizado por Perracini e Ramos (2002) com uma coorte de 1.667 idosos de 65 anos ou mais residentes na comunidade, no Município de São Paulo, encontrou uma prevalência de fratura óssea proveniente de quedas de 5,2% na população estudada. Siqueira et al. (2007) realizaram um estudo transversal com 4.003 idosos com 65 anos ou mais e, dos idosos que caíram, 12,1% tiveram uma fratura como consequência.
Na Austrália, segundo Lord, Menz e Tiedmann (2003), nos idosos que vivem na comunidade, 2 a 6% das quedas estão associadas com fraturas e aproximadamente 1% das quedas está associado com fraturas de quadril.
O risco de institucionalização e a perda da independência são também consequências decorrentes das quedas que merecem atenção na população idosa. Estudos sugerem que, após uma queda, o risco de institucionalização dos idosos aumenta (GARCIA, LEME & GARCEZ-LEME, 2006; MASSUD & MORRIS, 2001; MAHONEY et al., 2005; SALKELD et al., 2000), porém existem poucos estudos em relação a esta questão.
As quedas geram não apenas prejuízo físico (restrição de mobilidade, incapacidade funcional) e psicológico (isolamento social, medo de cair novamente, insegurança), mas também aumento dos custos relativos aos cuidados com a saúde, o que fica demonstrado pela utilização de vários serviços especializados e, principalmente, pelo aumento das hospitalizações. Esses fatores resultam em eventos prejudiciais à saúde e à qualidade de vida do idoso (MESQUITA et al., 2009; RIBEIRO et al., 2008).
Outro fato de fundamental importância é que, para uma pessoa idosa, a queda pode assumir um significado de decadência e fracasso, gerado pela percepção da perda de capacidade do corpo, potencializando sentimentos de vulnerabilidade, ameaça, humilhação, culpa e medo (TINETTI & POWELL, 1993).
O medo de cair tem consequências negativas no bem-estar físico e funcional dos idosos, no grau de perda de independência, na capacidade de realizar normalmente as atividades da vida diária (AVDs) e na restrição da atividade física, explicando o grau de prevalência do estilo de vida sedentário nos idosos (GUIMARÃES & FARINATTI, 2005). Um estilo de vida sedentário leva à redução da mobilidade e do equilíbrio, podendo aumentar o risco de quedas, bem como o medo de elas ocorrerem. Nesse contexto, o tema medo de cair tem sido comparado com um ciclo vicioso, que inclui o risco de quedas, o déficit de equilíbrio e mobilidade, o medo de cair, o declínio funcional repercutindo em mais medo (RESENDE, RASSI & VIANA, 2008; BERLEZI et al., 2006).
A queda é um evento preocupante na vida dos idosos e, por vezes, com consequências muito sérias. Recomenda-se aos profissionais da saúde e cuidadores envolvidos na atenção ao idoso um investimento intensivo no sentido de identificar o idoso de risco e orientá-lo em relação à prevenção de quedas.
O domicílio dos idosos, como cenário de quedas, merece atenção especial na organização estrutural. Medidas simples, tais como a colocação de barras de apoio, principalmente nos banheiros, uma boa iluminação, o uso de pisos e tapetes antiderrapantes, são algumas condutas que auxiliarão, e muito, a vida dos idosos, minimizando os riscos de estes sofrerem
quedas.
A prática de exercícios físicos tem se mostrado muito eficaz na prevenção de quedas, uma vez que aumenta a força muscular; melhora o equilíbrio, a flexibilidade, a coordenação motora e a propriocepção. Além disso, medidas instituídas pelos médicos, como a ingestão de níveis adequados de cálcio e vitamina D, têm surtido muito efeito na diminuição da ocorrência de quedas em idosos.
Entretanto, é de fundamental importância a conscientização dos idosos, que deve ser realizada por meio de orientações sistemáticas, com o intuito de torná-los mais atentos e cautelosos em relação às quedas.
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