Postado em 29/04/2010
DANILO SANTOS DE MIRANDA
Diretor Regional do Sesc São Paulo
Ao escolher o tema da saúde nos processos de vida urbanos em 2010, a OMS – Organização Mundial da Saúde chama a atenção para os diferentes aspectos que envolvem algumas de suas conseqüências, próprias ao ritmo frenético do dia a dia das grandes cidades e aos danos que pode gerar ao equilíbrio do bemestar e da saúde, e, ainda, quanto impacto causam, a falta de estrutura e o planejamento inadequado na qualidade de vida de muitos de seus habitantes. Para ambos os aspectos há inúmeros dados, informações e estatísticas. Ligados diretamente aos problemas urbanos ficam evidentes o trânsito caótico, a violência, a poluição, a falta de tempo e de espaços de lazer, não sendo possível nega-los, pois estão, de nós, muito próximos. Já a geografia da saúde urbana aponta, com razão e visibilidade, a correspondência entre a fragilidade na saúde em áreas socialmente vulneráveis, nas quais há maior concentração de pobreza e carências de saneamento entre outros serviços, inclusive.
Mas, o que se pretende neste Caderno é dar destaque às dimensões não reveladas imediatamente, mas que estão presentes e muito importam na conexão existente entre saúde e urbanização. Assim, consideramos que há um sem número de vantagens e oportunidades no ambiente das cidades, talvez até maiores do que seus problemas e desvantagens, o que tem feito com que sejam pólos contínuos de atração, fluxo e permanência de pessoas. E, se a sociabilidade intensa, bem como o estímulo visual e a complexidade espacial e arquitetônica, tão característicos como atrativos da vida urbana do último século, estão em constante atualização, também deve estar a reflexão sobre a melhoria das condições dessa habitação coletiva que marca, hoje e no futuro, a vida e a saúde urbana, aqui e no mundo.
Como uma instituição identificada à defesa dos princípios de cidadania e dos valores que associam as práticas do lazer, seus espaços e políticas à humanização da vida urbana, o SESC SP busca também reafirmar, nesta publicação, a importância da comunicação conseqüente e educativa para a adoção de novos comportamentos e atitudes, o que pretendemos tenha a colaboração do conjunto de informações que apresentamos ao público.