Postado em 04/10/2011
Em cartaz no Sesc Consolação até o dia 31 deste mês, sempre às segundas-feiras, às 19h15, o projeto Prêt-à-Porter, do CPT (Centro de Pesquisa Teatral), coordenado pelo dramaturgo e diretor Antunes Filho, desde 1998, comemora sua décima edição. Emprestado da moda, o termo francês prêt-à-porter, que significa algo como “pronto para vestir” e nasce como oposição à ideia de que confecção de roupas para o dia a dia era uma criação menor, faz referência às encenações mais naturalistas e que expõem a síntese do método para o ator desenvolvido no CPT.
“A proposta é adequar todos os movimentos do ator à fábula que se cria, coisa essencial hoje em dia, quando, em nome do pós-dramático, surge todo o vazio técnico da ação fundamental do ator-personagem. Aproximando-me ou afastando-me sempre terei que ter uma personagem na trama como guia. E parece que tudo isso está esquecido em nome de um falso contemporâneo. O que é contemporâneo? É estar na madrugada do amanhã. No devir. O Prêt-à-Porter muito nos tem orientado”, afirma Antunes Filho.
O Prêt-à-Porter 10 é composto de três encenações, com cerca de 30 minutos cada uma, escritas e dirigidas pelos próprios atores, sob a supervisão de Antunes. Em Adorável Callas, uma complexada enfermeira (interpretada pela atriz Nara Chaib Mendes) passa mais um dia ao lado de uma debilitada e famosa atriz (Patrícia Carvalho).
Em seguida, uma senhorita (Natalie Pascoal) convida para o chá da tarde um recém-conhecido (Marcos de Andrade), que relata experiências incomuns, em O Homem das Viagens. Por último, Cruzamentos traz a estranha relação entre um empresário judeu (Marcelo Szpektor), ainda traumatizado por conflitos no Oriente, e um de seus humildes funcionários (Geraldo Mário).
Por seus dez anos de existência, o Prêt-à-Porter foi laureado com o Prêmio Shell 2009, na categoria especial, e segue como referência na arte de expressão do ator. O projeto dá a oportunidade para os atores criarem completamente as cenas, buscando os temas, propondo improvisações e realizando experiências dramatúrgicas. Para Antunes Filho, “no momento de tantas miudezas, de tantas atrações, de tantas solicitações, torna-se o Prêt-à-Porter uma onda impetuosa, um tsunami que varre todo o excesso em que está alicerçado o teatro atualmente”.
A respeito do fato de os próprios atores escreverem o texto teatral, o diretor explica que a dessacralização é apenas aparente. “Toda a flutuação existente nada mais é que um grande estímulo para uma nova sacralização, pela alteridade. O texto por si tem uma fundamentação pelo próximo, pelo outro, pelo social. Para mim, trabalhar no social é um processo de sacralidade, de responsabilidade.”
“Torna-se o Prêt-à-Porter uma onda impetuosa, um tsunami que varre todo o excesso em que está alicerçado o teatro atualmente.” Antunes Filho, dramaturgo e diretor do CPT (Centro de Pesquisa Teatral)
No palco do Mozart
O Sesc Pinheiros apresentou, de 14 a 17 de setembro – e com bilheteria esgotada em todos os dias – o espetáculo Uma Flauta Mágica, produção do encenador britânico Peter Brook. Como o título sugere, a montagem é uma livre adaptação de Brook, juntamente com Marie-Hélène Estienne e Franck Krawczyk, do libreto da famosa ópera A Flauta Mágica, do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). Nestsa versão, o próprio Mozart vira personagem e aparece eternamente jovem, como o mundo se lembra dele, e cercado por talentosos – e igualmente imberbes – cantores.
“Música é uma das melhores coisas para se fazer na vida, e o mais importante é sempre cultivar a emoção. A gente precisa buscar dentro de nós aquilo que a gente sente, e tentar expressar isso de uma forma bem livre e autêntica”
Francis Hime ao site Cifra Club News. O músico se apresentou, ?com Olivia Hime, no Sesc Bom Retiro, nos dias 2, 3 e 4 de setembro
“A cultura tem um componente importante no campo do business mas muito mais importante no campo da identidade, do encontro, da capacidade de você se enxergar, de perceber a realidade à sua volta (...)”.
Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc, no programa Provocações da TV Cultura, exibido em setembro
Deixa rolar...
O Sesc Belenzinho realizou, nos dias 17 e 18 de setembro, o especial Tudo Rola Com A Bola!, programação esportiva que incluiu atividades nas áreas de corpo e expressão, infantil e intergerações. A temática da bola foi explorada em diferentes ambientes dentro do projeto, como o Espaço Passa a Bola, onde aconteceram aulas abertas e brincadeiras dentro da água;, e o Show de Bola, na Praça de Eventos, onde houve apresentações, vivências e recreações de basquete de rua. A grade fez parte da participação do Sesc no evento Virada Esportiva, promovido pela Prefeitura de São Paulo.
Aprender e Brincar
O Sesc São Paulo terá programação especial para o dia das crianças. Em todas as unidades, o dia 12 de outubro será marcado por projetos direcionados ao público mirim. Em Santos, Trilhas do Brincar apresenta exposições e oficinas com a temática da brincadeira. No Vila Mariana, Pequenos Acordes reúne shows infantis e espetáculos sob o viés musical. Já no Belenzinho, terão atividades que contemplam exercícios físicos em interação com pais e adultos. Mais informações no Em Cartaz.
Dramas do Circo
O Festival Sesc Palco Giratório levou à unidade Santo Amaro, no dia 19 de agosto, o espetáculo É Nóis Na Xita, com direção de Alexandre Roit. Em cena, a história é contada com o auxílio de malabarismo, monociclo, acrobacias, equilibrismo e palhaçadas – ainda com uma pitada de musical por conta das brincadeiras do elenco com instrumentos de percussão.
Cinema premiado
O cineasta Jeferson De foi o convidado do mês de agosto no projeto Cine Encontros, realizado pelo CineSesc. O diretor apresentou, nos dias 26, 27 e 28 de agosto, três de seus curtas-metragens premiados e falou em seguida sobre a concepção de sua obra. Os filmes exibidos foram Distraída Para para A Morte (2001), Carolina (2003), e Narciso Rap (2003).
De arrepiar
O projeto permanente do Sesc Carmo Galeria do Autor trouxe, no dia 30 de agosto, a escritora Heloísa Prieto para um papo sobre livros que abordam o universo gótico. Especializada em literatura infanto-juvenil, Heloísa foi uma das convidadas da Coleção Ópera Urbana, parceria das Edições Sesc com a editora Cosac Naify, para a qual escreveu Cidade dos Deitados, em 2009. A atividade reúne mensalmente escritores que apresentam ao público sugestões de títulos que podem ser encontrados na biblioteca da unidade.
Pronto pra ver
O projeto Prêt-À-Porter, realizado pelo Centro de Pesquisa Teatral (CPT) de Antunes Filho, no Sesc Consolação, chegou a sua 10ª edição. De 28 de agosto a 31 de outubro, o grupo apresentará, no Espaço CPT, no 7º andar da unidade, três novas cenas escritas e dirigidas pelos próprios atores, sob coordenação de Antunes: Adorável Callas (com Nara Chaib Mendes e Patrícia Carvalho), O Homem das Viagens (com Marcos de Andrade e Natalie Pascoal) e Cruzamentos (com Geraldo Mário e Marcelo Szpektor).
Todos os circos
A programação infantil do Sesc Interlagos destacou, no dia 21 de agosto, o espetáculo Circo Imaginário, dirigido por Adalberto Lima e com dramaturgia de Lima e José Cruz. A montagem é uma espécie de reunião de memórias sobre o universo circense, e busca despertar para o encantamento exercido pelo picadeiro, convidando a plateia a participar das fantasias propostas em cena.
De dentro pra fora
Apresentado como parte da programação do projeto Repertórios Coreográficos, do Sesc Ipiranga, o espetáculo Notas Sobre Minha Mãe - Opus 2 é resultado de um processo de pesquisa de quatro anos da diretora e bailarina Paula Pi sobre a relação mãe e filha. O solo da artista explora sentimentos, mas também fala de método de criação: como, por exemplo, de que forma do “pensamento musical” pode surgir uma criação coreográfica.
De outro mundo
As aventuras narradas no espetáculo Histórias de Botar Medo: Abad Alfau e a Caveira e o Tesouro Enterrado, da companhia O Curioso, pescam, no imaginário do público, os medos mais primitivos, como os da morte e das aparições de almas penadas. Os narradores se utilizam de objetos, músicas ao vivo e efeitos percussivos para compor as atmosferas propostas, misturando arrepios e gargalhadas. A atividade aconteceu, no dia 20 de agosto, no Sesc Itaquera.
Cinco mais um
Descontraídos e irreverentes, os integrantes do grupo 5 à Seco, cantores e violonistas, se desdobram no palco e tocam, além de seu instrumento usual, também baixo, guitarra, bateria, percussões. O resultado, uma rica gama de timbres e texturas musicais, pôde ser visto, no Sesc Osasco, no dia 27 de agosto, num show realizado juntamente com a cantora Bruna Caram.
Ao som do órgão
O CD Música Para Órgão de Marcelo Giannini ganhou concerto de lançamento promovido pelo Sesc Pompeia e realizado, no dia 21 de agosto, no Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no bairro do Sumaré, Zona Oeste da capital. O trabalho, de Giannini, uma produção do Selo Sesc, traz obras que vão do período barroco ao século 20, com interpretações de composições de quatro mestres do instrumento: o belga César Franck (1822-1890), o francês Jehan Alain (1911-1940), e os alemães Johann Sebastian Bach (1685-1750) e Max Reger (1873-1916).
Ela era doméstica...
Inspirada na obra As Criadas, do dramaturgo francês Jean Genet (1910-1986), a peça As Desgraçadas, cartaz do Sesc Santos, no dia 20 de agosto, pode ser definida como um melodrama tragicômico, e que busca no universo das telenovelas uma forma de abordar a relação entre opressor e oprimido. A dramaturgia é de Felipe Sant`Ângelo, a direção de Beatriz Morelli e, no elenco, estão Giu Rocha, Mariana Leme e Rita Batata.
De cara nova
A companhia Le Plat DuJour revisitou o clássico infantil Os Três Porquinhos, que conta a história dos irmãozinhos suínos que se veem às voltas com um lobo com pulmões de aço. A versão do grupo, apresentada no dia 27 de agosto, no Sesc São Caetano, se passa no açougue de Pipo e Pepe, que vira um pandemônio quando um cliente pede carne de porco...
Dança internacional
A unidade Vila Mariana apresentou, de 26 a 28 de agosto, a coreografias There Is A Time, Chrysalis e O imperador Jones, da norte-americana Limón Dance Company, fundada em 1946 por José Limón e Doris Humphrey, e atualmente dirigida por Carla Maxwell. A atividade fez parte da etapa brasileira da mostra de teatro, dança e música Stage Fest, realizada há cinco anos, nos Estados Unidos, pelo Festival de Teatro Latino e Internacional de Nova York.