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Dossiê

Postado em 01/02/2000

Fernanda em Cena

Traduzir a história da atriz Fernanda Montenegro em uma exposição não é tarefa fácil. São 50 anos de carreira e 70 de vida que a transformaram num ícone da dramaturgia brasileira. Dobrando as dificuldades de revelar sua brilhante trajetória, a atriz, junto com o cenógrafo J. C. Serroni, produziu uma grande exposição retrospectiva dos seus 50 anos: Fernanda EnCena, que está em cartaz no Sesc Pompéia até 13 de fevereiro no Hall do Teatro. Comemorar 50 anos de carreira no Sesc, segundo Fernanda, "é um privilégio por se tratar de uma instituição que sempre nos apoiou muito bem e tem uma vivência cultural comprovadamente de alta qualidade e responsabilidade".
A proposta da exposição é trazer aos olhos do público a trajetória da produção artística brasileira, a reflexão dos 50 anos de teatro, mesclada ao itinerário de Fernanda através de fotografias, cartas, bilhetes, textos, esboços de figurinos, depoimentos, iluminação e trilhas sonoras dos espetáculos em que atuou. Estão expostos ainda documentos pessoais dispostos em 18 módulos que mostram desde as suas primeiras participações em programas da rádio MEC até a indicação ao Oscar por Central do Brasil, passando por dezenas de peças, nove filmes e atuações em novelas e minisséries.
A atriz esteve presente na abertura da exposição no dia 12 de janeiro. No dia seguinte, ela ministrou a palestra "Conversando com Fernanda", quando o público presente pôde conferir de perto o trabalho da grande dama nacional das artes cênicas.

A senhora já encenou no Sesc?

No Pompéia, encenei The Flash And Crash Day; no Sesc Anchieta, já fiz três peças: A Mulher de Todos Nós, Seria Cômico... Se Não Fosse Sério, de Friedrich Duerrenmatt e Dias Felizes, de Beckett.

A senhora conhece o trabalho do Centro de Pesquisa Teatral?

Conheço muito. Acho que é um trabalho único no Brasil e infelizmente só acontece em São Paulo. O ideal seria que houvesse um CPT em cada cidade importante do país.



Pintando com Tarsila

De 8 a 15 de janeiro, a criançada pôde conferir no auditório do Sesc Vila Mariana o espetáculo A Cuca Fofa de Tarsila, encenado pela Cia. Articularte, com texto e direção de Dario Uzam. A peça colocou em cena personagens vivos da obra plástica da grande pintora Tarsila do Amaral. Após as apresentações era realizada uma oficina de desenho e pintura para todas as crianças presentes, que tinham a oportunidade de mostrar sua própria versão artística de tudo que assistiram.

O Palco é das Crianças

A programação de teatro para crianças no Sesc desperta a atenção por sua qualidade e profissionalismo. Para quem não sabe, em 1999 foram apresentados em todo o estado cerca de 860 espetáculos, assistidos por mais de 207 mil crianças.
Além dos espetáculos, dos festivais e dos workshops, o encontro do público mirim com as artes cênicas permite o aprimoramento dessa forma de expressão: uma excelente opção de entretenimento, lazer e desenvolvimento cultural.
Os espetáculos contemplam temas como os mais clássicos, baseados em fábulas e lendas tradicionais; os de interesse atual, como tecnologia e meio ambiente, ou ainda temas inspirados na história e no folclore brasileiros, como é o caso da peça OCA, apresentada em janeiro deste ano no Sesc Consolação com a Cia. A Cidade Muda. A montagem relata a lenda da origem do universo e a criação do homem.
Três outros espetáculos encenados no Sesc Pinheiros merecem destaque: A Princesa e o Rouxinol, de origem afegã, conta a história da vida de uma princesa e de seu rouxinol de estimação, que, na verdade, é um príncipe encantado; Entre Fadas e Encantos, adaptação de contos tradicionais de Hans C. Andersen, Charles Perrault e dos Irmãos Grimm, trouxe toda a riqueza simbólica dos contos de fadas.
O meio ambiente também foi tema de dois espetáculos: Lixo é um Luxo, apresentado no Sesc Vila Mariana, uma intervenção lúdica mesclando mímica e expressão corporal, na qual os personagens exploraram os recursos de um aterro sanitário, fazendo valer a máxima que "na natureza nada se perde, tudo se transforma". No Sesc Itaquera, foi apresentada Verdherança, que, por meio de música, dança e teatro de bonecos, tratou de problemas ambientais como lixo, poluição, desmatamento, extinção de espécies animais e vegetais, desperdício de energia elétrica e qualidade de vida.

Negro Som

O Sesc Pompéia realiza no início de fevereiro o espetáculo musical Negro Som - Rotas na Supremacia do Ritmo, um projeto
de duas semanas que tem como objetivo enfocar a contribuição da música de origem negra. A partir das origens africanas, foi montada uma programação que apresenta músicos, cantores e bailarinos dos Estados Unidos, Brasil e Caribe. Além do grupo africano de percussão e bailarinos, Adama Dramé, chegam do exterior o grupo cubano Afro Cuban All Stars e o conjunto Zydeco, de New Orleans.
Os brasileiros marcam presença com músicos da Bahia e do Rio de Janeiro, como o Ilê Ayê e o Jongo da Serrinha, entre outros.
A curadoria do projeto está a cargo de Zuza Homem de Mello.

Pé-de-Valsa

Em janeiro, como parte do projeto Sesc Verão 2000, as unidades Pompéia e Vila Mariana prepararam um conjunto de cursos e shows especiais: Quem Não Dança, Segura a Criança e Estação Dançante. As modalidades mais procuradas pelo público foram dança do ventre, dança afro e de salão, tendo esta última reunido 65 participantes. Por se tratar de uma atividade que resgata a tradição cultural, a dança de salão promove um contato social muito grande. Além de melhorar os hábitos posturais, é uma forma de entretenimento genuíno. No Sesc Vila Mariana, os ritmos foram bem variados: do forró à gafieira, passando pelo tango, que apesar de argentino, já faz parte da cultura brasileira.

E o prêmio vai para...

Pelo vigésimo sexto ano consecutivo, o Cinesesc promove o Festival Cinesesc dos Melhores Filmes do Ano. Uma votação é feita pelo público e pela crítica, que escolhem o melhor filme nacional e estrangeiro, melhor diretor, ator e atriz. "Nossa intenção é promover uma aproximação do Sesc com o público de cinema da cidade", explica Denise Martha, programadora do Cinesesc. Para isso, foram distribuídas mil cédulas para o público e enviadas outras 45 para a crítica especializada de todo o país. Ao final do período de votação, uma cerimônia de premiação marcará o início da mostra dos 26 filmes escolhidos, que serão exibidos de 28 de março a 9 de abril para o público freqüentador da sala. O festival foi criado em 1974 no Teatro Sesc Anchieta pelo atual coordenador de programação do Sesc São Carlos, José Saffioti Filho.

Pérolas de Cartola

A série Lançamentos, do Sesc Ipiranga, apresentou nos dias 7 e 8 de janeiro o show Só Cartola, com músicas do grande compositor dos morros cariocas. Elton Medeiros e Nelson Sarjento, dois de seus principais parceiros, junto com o grupo carioca Galo Preto, trouxeram para São Paulo 25 pérolas que estão registradas no CD homônimo, gravado ao vivo em 1998, no Rio de Janeiro.
Do repertório apresentado, cinco músicas são obras inacabadas de Cartola, que foram finalizadas postumamente por Nelson Sarjento e apresentadas ao público brasileiro em primeira mão durante o show no Sesc, para delírio dos fãs.

À noite, de bicicleta

No mês de janeiro, o Sesc Ipiranga realizou, como parte das atividades do Clube do Pedal, vários passeios noturnos pela cidade de São Paulo. O itinerário desses nightbikers foi bastante variado e passou por pontos culturais e históricos da cidade, além de conferir a efervescente programação noturna da capital paulista. Além de conhecer novos lugares, os ciclistas do Clube do Pedal tiveram a oportunidade de fazer novas amizades, relaxar o corpo e gastar calorias.
O maior desafio para eles foi o passeio que durou 12 horas de pedaladas pelas ruas e avenidas de vários bairros da cidade de São Paulo. No entanto, o que parece loucura para a maioria, acaba se tornando uma oportunidade única de conhecer os hábitos, os costumes, os pontos turísticos, a arquitetura e a animação noturna de uma das maiores metrópoles do mundo.

Acordo para Alfabetização

O Sesc e o Senac assinaram um acordo de parceria com o Ministério da Educação para implementar o programa Alfabetizando Jovens e Adultos. A cerimônia de assinatura ocorreu em 14 de janeiro, com as presenças do Ministro Paulo Renato de Souza, do Sr. Abram Szajman, presidente dos Conselhos Regionais do Sesc e Senac no estado de São Paulo e também dos Srs. Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do Sesc e Décio Zanirato Júnior, Diretor Regional substituto do Senac.
Em sua fase inicial, o programa atenderá 4.500 pessoas, em turmas distribuídas pelo interior, capital e litoral. Ao final de dois anos de atividades, os alunos receberão um certificado que permite a continuidade dos estudos em qualquer estabelecimento educacional do país.
Com esse programa, o Sesc e o Senac reforçam o compromisso de responsabilidade social do empresariado, mobilizando esforços para tirar da marginalidade cerca de 19 milhões de brasileiros.
Somente no estado de São Paulo, a população analfabeta com mais de 15 anos ultrapassa o índice de dois milhões de pessoas, o que configura uma r0ealidade extremamente severa se considerarmos que o analfabetismo é a primeira barreira para o desenvolvimento social e profissional do indivíduo, notadamente num contexto de alta competitividade e crescente exigência por qualificações profissionais.

Sesc participa de encontro em Portugal

O Sesc de São Paulo, por intermédio de seu gerente de Programas e Estudos da Terceira Idade, o gerontólogo Marcelo Salgado, também conselheiro da Federação Internacional das Associações das Pessoas Idosas, participou, no último mês de janeiro, de uma série de debates promovida pelo Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores (Inatel), de Portugal.

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