Postado em 01/01/2000
Bloco de notas
Jovens em campo
A White Martins está patrocinando o projeto Agentes
Jovens na Saúde, do Ministério da Previdência, em parceria com o Ministério da Saúde,
e subvencionará a formação de 1,5 mil adolescentes de 15 a 17 anos para atuar como
agentes comunitários de saúde em comunidades pobres das 27 capitais do país e de outros
33 municípios carentes. Um dos locais a contar com o programa é São José da Tapera, a
cidade mais pobre do Brasil, mostrada em Problemas Brasileiros nº 336. O
investimento da empresa será de R$ 2,7 milhões em dois anos, e inclui seis meses de
treinamento e ajuda de custo durante 18 meses.
Esses jovens prestarão serviço em suas próprias comunidades, visitando as famílias,
orientando-as sobre prevenção de doenças, noções básicas de higiene, além de
identificar crianças desnutridas, adolescentes com gravidez precoce e pessoas que
necessitem de cuidados médicos, para encaminhá-las à rede pública de saúde.
Interiorização
Mais de 900 professores paraenses passarão as
férias de início e de meio do ano em sala de aula, não para ensinar, mas para aprender.
A Universidade da Amazônia (Unama), sediada em Belém (PA), e a Universidade Federal do
Pará, atendendo à reivindicação das associações de municípios do sul e sudeste do
estado, estão oferecendo, durante as férias, cursos de licenciatura plena a professores
dessas regiões, que levarão os novos conhecimentos a 330 mil alunos, em 27 municípios.
Esse programa de interiorização é uma maneira racional de melhorar o nível de ensino,
sem comprometer a regularidade das aulas.
Bodas de papel
Como a coleta seletiva ainda é algo distante do
cotidiano do brasileiro, muitas pessoas carentes se aproveitam disso para garantir seu
sustento. Há dez anos, várias dessas pessoas se juntaram para formar a Cooperativa de
Catadores Autônomos de Papel, Papelão, Aparas e Materiais Reaproveitáveis (Coopamare).
Em novembro passado, para comemorar a primeira década de existência, os integrantes da
Coopamare convidaram dez artistas plásticos e designers para desenvolver o protótipo de
um produto elaborado a partir do material que coletam, como forma de demonstrar que o lixo
é reaproveitável.
Segurança no lixo hospitalar
Os resíduos hospitalares sempre foram um problema,
seja no transporte, seja no processamento, devido aos riscos de vazamento ou de
liberação de poluentes. Mas um novo equipamento, que já é sucesso nos Estados Unidos,
chega ao Brasil para eliminar esses perigos. É o SSM-150 JAD-Antaeus, no qual o lixo é
triturado e esterilizado por água e vapor a 135 oC. Qualquer material, plástico, vidro
ou metal, pode ser inserido na máquina, e o resultado é lixo estéril, com redução do
volume em 80% e do peso em 15%, que pode ser transportado para aterros sanitários comuns.
Em foco
A mostra fotográfica "A sombra do porto",
de Ricardo Hantzschel, que esteve em cartaz em novembro e dezembro de 1999 no Centro
Cultural São Paulo, fica aberta ao público em janeiro e fevereiro de 2000 na Pinacoteca
Benedito Calixto, em Santos (SP). Nessa exposição, o fotógrafo mostra, em fotos em
preto-e-branco, o porto de Santos, um dos maiores do mundo, que ainda tem no estivador seu
personagem principal.
Aprendendo a reciclar
Foi lançado em CD-ROM o "Guia da coleta
seletiva do lixo", pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre). Além dos
vários aspectos da coleta, o guia traz informações sobre técnicas de armazenagem,
estrutura dos galpões de triagem, investimentos, custos e formas de divulgação.
Informações pelo telefone (11) 5182-6544 ou pelo e-mail cempre@cempre. org.br.
Manual de educação
O Instituto Ethos, em parceria com o Centro de
Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), lançou o
manual "O que as empresas podem fazer pela educação", com o objetivo de
estimular os empresários brasileiros a desenvolver projetos e a participar de programas
de melhoria da educação pública. Numa época em que o mercado de trabalho exige
profissionais cada vez mais bem preparados, e considerando a precariedade do ensino
público no Brasil, não é demais esperar que o empresariado demonstre responsabilidade
social e abrace essa causa.
Pesquisar é preciso!
Em conferência realizada em São Paulo, em novembro
passado, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp), Francisco Romeu Landi, expôs uma realidade nada agradável. Ele falou da falta
de uma cultura em pesquisa dos empresários em geral no Brasil, onde o governo e as
universidades bancam quase a totalidade dos investimentos na área, ao contrário do que
acontece nos países desenvolvidos. Para se ter uma idéia, os Estados Unidos investem
mais de US$ 200 bilhões por ano em pesquisa, e cerca de dois terços desse montante vêm
da iniciativa privada.
Em 1998, o Brasil, cujos investimentos anuais em pesquisa não chegam a US$ 10 bilhões,
registrou 68 patentes nos Estados Unidos, das quais 56 eram da Petrobras. No mesmo
período, a Coréia fez cerca de 2,8 mil registros.
Técnica limpa
O uso de combustíveis alternativos na produção de
cimento começa a ser implantado no Brasil, contribuindo para a preservação do meio
ambiente. Resíduos industriais, como plásticos, solventes, óleos usados, papéis e
principalmente pneus usados, são queimados em fornos de cimento, com redução do consumo
de combustíveis à base de petróleo e dos conseqüentes impactos ambientais resultantes,
além de poupar as áreas destinadas à deposição desses rejeitos.
A Europa está na vanguarda da utilização dessa técnica, que nos Estados Unidos vem se
revelando um negócio vantajoso, uma vez que o país gera por ano cerca de 300 milhões de
pneus usados. No Brasil, a fábrica da Cimento Itambé, localizada na região
metropolitana de Curitiba (PR), foi uma das pioneiras na implantação desse processo.
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