Postado em 01/12/2011
A Biblioteca Municipal Mário de Andrade, importante na configuração do centro novo de São Paulo como polo cultural, foi projetada pelo arquiteto francês Jacques Émile Paul Pilon (1905-1962) – responsável também por outros edifícios representativos da cidade, como o Pauliceia e o São Carlos do Pinhal, ambos projetados em parceria com Gian Carlo Gasperini e localizados na Av. Paulista. O projeto da segunda maior biblioteca pública do país, tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), em 1992, contemplou o prédio e seu mobiliário. Elaborado durante a gestão de Fabio Prado (1935) e concluído enquanto Prestes Maia era prefeito (1942), é um marco da arquitetura art déco na cidade. Com estrutura de concreto armado e acabamento de mármore, é composto por um volume horizontal onde estão as salas de estudo, leitura e auditório e um vertical, destinado ao acervo. Símbolos da arquitetura moderna em São Paulo, os edifícios Pauliceia e São Carlos do Pinhal, construídos no fim dos anos de 1950, fazem parte da histórica transição da avenida dos casarões para a dos prédios monumentais. As obras sintetizam características fundamentais do estilo arquitetônico, como fachada com pastilhas e venezianas, marquises e pilotis (tipo de coluna) no térreo, que, no projeto original, era aberto tanto para a Paulista quanto para a rua São Carlos do Pinhal. Os prédios foram tombados, em 2010, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).
VISTAS CONTEMPORÂNEAS
1º Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo
Quem já passou pela avenida Cruzeiro do Sul, na zona norte de São Paulo, deve ter notado que cores diferentes se destacam na paisagem. Elas vêm dos 68 painéis que cobrem as pilastras de sustentação da linha do metrô e que formam, juntos, o 1º Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo, inaugurado em outubro. O projeto, idealizado pelos artistas Chivitz e Binho, começou a tomar corpo depois que ambos foram detidos, no dia 3 de abril, com um grupo de amigos também artistas, por estarem pintando o local. “O fato fez a gente amadurecer um pouco mais a ideia e correr atrás de possíveis apoios”, explica Chivitz, que primeiro procurou a São Paulo Urbanismo, órgão que se encarrega das fiscalizações ligadas à Lei Cidade Limpa. Dali, a dupla foi encaminhada à Secretaria Municipal de Cultura e “depois de uma maratona de reuniões”, conforme explica o artista, o museu saiu do papel e ganhou as ruas – em sessões de pintura que duraram de 9 a 22 de outubro. “Foi um evento mesmo”, diz Chivitz. “Eram cerca de 60 artistas pintando, e a gente convidou também as pessoas para ver o trabalho sendo realizado e para conversar.” As obras, que devem ficar expostas por um ano, são de autoria de nomes mais conhecidos – como Zezão, Tinho, Ricardo AKN, Minhau, Speto, Presto e Highraff –, mas também da chamada nova escola do grafite. Está prevista a renovação das obras no final de 2012, garantindo o tom de mudança típico da arte de rua. “Quando a gente pensa em museu, pensa naquele lance fechado, com proteção das obras, seguranças”, analisa o artista. “E arte urbana não tem isso, a efemeridade da coisa é o charme.” O projeto inclui ainda um documentário, que deve ser lançado ainda em 2011, um livro e uma exposição de fotos.