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Bloco de notas

Postado em 01/09/1999

Em nome da saúde

No início de agosto, após visitar o navio-hospital "Carlos Chagas", que presta atendimento de emergência à população ribeirinha do rio Amazonas, o ministro da Saúde, José Serra, defendeu o serviço médico obrigatório para os recém-formados nas universidades públicas brasileiras, pois eles não têm interesse em trabalhar em municípios distantes, no interior do país, por melhores que sejam os salários oferecidos. No caso de não ser possível adotar essa solução, o ministro afirmou que pretende trazer para o Brasil médicos de Cuba, país onde a medicina está num nível bastante elevado.

Dioxinas

Em outubro, acontece em Genebra, na Suíça, uma rodada de negociações para a elaboração de um tratado internacional para a eliminação de poluentes e toxinas, dentro do programa de conferências internacionais convocadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para esse fim. Nos debates, as temidas dioxinas deverão estar em destaque, devido à contaminação do leite produzido na Alemanha, originada por ração à base de farelo de polpa cítrica produzido e exportado pelo Brasil. Ameaçada, a população brasileira espera que o governo, finalmente, tome a decisão de banir tais substâncias do país, que entre outros males provocam má-formação em fetos e câncer.

Cuidado com as ofertas

A "Revista Consumidor S.A.", publicada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), em sua edição de julho/agosto traz o resultado de uma pesquisa sobre compras pela TV e pela Internet e faz um importante alerta para quem costuma utilizar esses sistemas. Depois de testar oito produtos e dez serviços oferecidos, técnicos do Idec mostram as armadilhas a que os consumidores estão sujeitos e fazem recomendações que podem evitar aborrecimentos desnecessários.

Nessa edição há também informações sobre os direitos do consumidor que comprou porém não recebeu o produto ou que, por não ter ficado satisfeito, deseja devolvê-lo, além de esclarecimentos sobre formas de pagamento e prazos de garantia.

Destino ecoturístico

O Projeto do Pólo Ecoturístico do Lagamar, desenvolvido pela Fundação SOS Mata Atlântica e patrocinado pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), localizado em Cananéia (foto), Iguape, Pariquera-Açu e ilha Comprida, no litoral sul de São Paulo, foi eleito o melhor destino ecoturístico do mundo pela revista norte-americana "Condé Nast Traveler". Na eleição, que envolveu mais de 40 concorrentes, foram levadas em conta a sustentabilidade do turismo nas regiões, a criatividade dos projetos e a manutenção das tradições locais.

O Pólo Lagamar se destacou por aliar a riqueza da mata atlântica ao patrimônio histórico da área, que tem construções do século 18, e à cultura do povo, acostumado à pesca e ao extrativismo. Atualmente, o pólo vem atuando também na educação ambiental, recebendo alunos de primeiro e segundo graus da rede pública e particular para participar de palestras, visitar o Centro de Interpretação Ambiental e excursionar pelas quatro cidades envolvidas pelo projeto.

Contra a fome

A realidade é cruel. A cada 3,6 segundos, uma pessoa morre de fome no mundo, e 75% das mortes são de crianças com menos de cinco anos. Mas há muita gente ajudando a alimentar essas pessoas. No endereço da Internet http://www.thehungersite.com/index.html, chamado The Hunger Site, mantido por uma fundação internacional de combate à fome, quem clicar o botão DONATE FREE FOOD estará doando uma pequena porção de alimentos, sem gastar um centavo. A doação é paga por uma empresa patrocinadora, cujo nome aparecerá num box.

Como só há permissão para fazer uma doação por dia, e a porção é pequena (meia xícara de grãos cozidos, como arroz, trigo ou milho), a solução é muita gente fazer doações diárias, como vem acontecendo. Até o início de julho havia apenas 650 doações de brasileiros durante o ano, mas uma corrente de divulgação espontânea, feita através de e-mail, elevou esse número de tal maneira que o Brasil já é o segundo país doador do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Lixões na mira

Um grupo de estudos do Centro de Pesquisas em Águas Subterrâneas (Cepas), do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), está trabalhando no levantamento das condições dos grandes depósitos de lixo da região metropolitana de São Paulo (foto), com o objetivo de buscar uma solução para os problemas que vêm provocando danos ambientais e de saúde pública.

Além de exalar mau cheiro e atrair insetos transmissores de doenças, os lixões produzem chorume – líquido formado pela água das chuvas e pela decomposição de matéria orgânica –, que pode contaminar córregos e águas subterrâneas. Como as águas subterrâneas se movimentam, uma vez contaminadas, existe o risco de poluírem poços e nascentes próximos.

Segundo os especialistas, a melhor forma de tratar o lixo domiciliar é a implantação de aterros sanitários, associada à reciclagem, compostagem e incineração. Mas, como a construção desses aterros exige grandes investimentos, a solução é localizá-los estrategicamente de forma a atender vários municípios, o que minimizaria os custos operacionais.

Acidentes ocultos

Grande parte das empresas de construção do Brasil não está cumprindo a lei que exige que o empregador encaminhe à Fundacentro, órgão do Ministério do Trabalho, as fichas de acidentes de trabalho de seus funcionários. Dados referentes a 1997 indicam que apenas 10,53% dos acidentes registrados na Previdência Social naquele ano foram informados à Fundacentro.

A falta de notificação, segundo fontes da entidade, inviabiliza qualquer estudo estatístico sério e, por conseqüência, a formulação de programas de prevenção eficazes. O lado irônico é que foram os próprios empresários que pediram ao governo estudos sobre a realidade do setor.

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