Postado em 01/09/1999
Estão passando dos limites. Cenas diárias de baixaria, violência, pornografia, erotismo, obscenidades. Em suma, descompromisso e irresponsabilidade em relação à formação dos brasileiros. Esse é o retrato ao vivo da televisão do país, que tem se excedido na busca frenética por índices de audiência.
Tanto estão passando dos limites, que o governo finalmente decidiu agir. Primeiro, chamou as emissoras à responsabilidade. Cabe a elas criar e cumprir um código de ética. E cuidar da programação. Se isso não funcionar, prometem as autoridades, uma nova lei vai entrar no ar para colocar ordem na casa.
Esse é o assunto principal desta edição, que relata os esforços de inúmeras pessoas, órgãos e entidades, preocupados com o nível de qualidade moral de nossa televisão. Todos de olho na telinha, esperando com justa ansiedade nossa próxima atração: controle rígido sobre a programação. De preferência, feito pelas próprias empresas de comunicação, que são, aliás, meras concessionárias do poder público. E que não podem utilizar tal concessão para deseducar o cidadão.
Também neste número, uma reportagem sobre as exportações brasileiras. Burocratizadas, caras, insuficientes, carentes de incentivos e envoltas num cipoal de normas, regulamentos e portarias. Mas o que mais faz falta ao empresariado do país é uma cultura de comércio exterior, mais que necessária para equilibrar a balança comercial e recolocar o Brasil no rumo do desenvolvimento. Vender produtos lá fora significa não apenas rechear o tesouro de divisas, reforçando nossas reservas, mas principalmente reduzir o desemprego e reativar a economia. Ações que serão bem-vindas nos dias atuais, ameaçados por intensa instabilidade.