Postado em 20/12/2006
Pneus usados
A respeito da matéria "Importar pneus ou problemas?", publicada na edição 383 (setembro/outubro de 2007), cabe esclarecer que as fotos da abertura, com milhares de pneus dispostos a céu aberto, não foram tiradas de empresas de reforma de pneus, como a reportagem leva a crer.
As imagens em questão, do arquivo da Agência Estado, datam de 2003 e referem-se ao pátio da empresa paulistana Borcol, fabricante de tapetes automotivos e de produtos feitos a partir de borracha.
Ao contrário do que a matéria sugeriu, os pneus usados importados pela indústria de reforma são obrigatoriamente acondicionados em locais fechados, já que a exposição a céu aberto deteriora as carcaças, impossibilitando o seu aproveitamento. É lamentável o erro cometido pela revista, que não só denegriu a imagem da indústria de reforma, mas transmitiu informações falsas aos seus leitores.
Hersílio Moura – Presidente da Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus
Nota da Redação
A matéria apresentada tem como tema a polêmica relativa à importação de pneus usados. O Brasil lutou para barrar essa compra, contra naturais interesses não somente dos europeus como de algumas empresas brasileiras.
A reportagem ouviu todas as partes envolvidas, apresentando o assunto de forma imparcial. E procurou ilustrar o texto com fotos que pudessem acrescentar informações adicionais ao conteúdo da matéria. Por essa razão as fotografias sempre trazem legendas.
A foto de abertura, por exemplo, contém uma legenda que informa tratar-se de um depósito de usados, e mostra em detalhe um pneu com água, identificado na mesma legenda como possível foco de dengue. Em lugar algum ficou explicitado tratar-se de um depósito de pneumáticos pertencente a ou instalado por uma empresa de reforma de pneus.
Além disso, o foco do texto vai muito além dos sistemas de armazenagem, apropriados ou não, mas ressalta realidades mais densas, como implicações de ordem econômica e, principalmente, o passivo ambiental que representa o simples fato de existirem pneus usados, nacionais ou importados.
A assertiva, portanto, de que transmitimos informações falsas e denegrimos a imagem da indústria de reforma não tem justificativa, como pode ser comprovado por uma leitura atenta do texto.
Império x República
Li o artigo do jornalista Sérgio Buarque de Gusmão sobre esse triste fato da nossa história, que foi a Proclamação da República, derrubando a única democracia progressista que existia na América do Sul, estável, com um regime assemelhado (e até melhor) institucionalmente ao da Inglaterra, ou seja, derrubando o Império do Brasil.
O autor do artigo se refere à monarquia brasileira como "uma anomalia solitária num continente que transformava súditos em cidadãos".
Desde quando se pode afirmar que o regime imperial era uma anomalia, se estávamos cercados de pequenas repúblicas instáveis politicamente, comandadas na sua maioria por caudilhos, decorrentes de uma América espanhola fracionada, quando nós, ao contrário, tínhamos democracia, unidade, um grande território, um chefe de Estado do nível de dom Pedro II, prestígio e respeito internacionais, a segunda marinha do mundo (de guerra e mercante), uma das primeiras constituições liberais do mundo moderno de então?
Laerte Lucas Zanetti – São Paulo – SP
Nota da Redação
O artigo referido pelo leitor reflete a visão pessoal de seu autor sobre a Proclamação da República. É uma matéria assinada que retrata as idéias do articulista, que não são necessariamente compartilhadas pela revista.
Problemas Brasileiros oferece ao leitor informações objetivas e, quando o assunto é polêmico, privilegia o contraponto, abrindo espaço para opiniões diversas. Prova disso é que na mesma edição (nº 384, novembro/dezembro de 2007, página 55) o professor Marco Antonio Villa evoca ponto de vista exatamente oposto ao daquele articulista, dizendo textualmente, em entrevista, que "um Terceiro Reinado (...) seria melhor para o país do que a república oligárquica".
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