Postado em 08/03/2006
Ewaldo Dantas, o jornalista que descobriu Klaus Barbie, fala de sua trajetória profissional
CECÍLIA PRADA
Ewaldo Dantas / Foto: Célia Thomé
Ewaldo Dantas Ferreira é um dos mais importantes repórteres brasileiros. Em 1972 descobriu e colheu o depoimento do carrasco nazista Klaus Barbie na Bolívia – onde vivia como um comerciante abastado, sob seu verdadeiro nome, Klaus Altmann. Essa reportagem é considerada, até hoje, a matéria jornalística brasileira que obteve maior repercussão internacional. Foi lançada como uma série de dez capítulos diários, a partir de 23 de maio de 1972, simultaneamente em "O Estado de S. Paulo" e por um pool dos maiores jornais europeus e teve repercussões que foram dos Estados Unidos à União Soviética. Sua conseqüência imediata foi o pedido de extradição de Altmann, enviado ao governo boliviano pelo presidente da França, Georges Pompidou. Foi o primeiro passo para um processo que levou o ex-oficial nazista para a França em 1983, para ser julgado e condenado à prisão perpétua por crimes contra a humanidade, e onde morreu, na prisão, em 1991.
Nascido em Catanduva (SP) em 1926, Ewaldo fez sua formação no Seminário Jesuíta de Nova Friburgo (RJ). Deixando o seminário aos 18 anos, trabalhou um pouco como revisor de um jornal do Rio de Janeiro. Matriculou-se no primeiro curso de jornalismo do país, na Faculdade Nacional de Filosofia, e mais tarde transferiu-se para a Escola de Jornalismo Cásper Líbero, em São Paulo. Extremamente versátil, grande repórter sempre, senhor de um texto seguro e fluente, ocupou desde cedo cargos de chefia em vários jornais, rádios e TVs, mas quando podia voltava à reportagem – cobriu os mais importantes acontecimentos, nacionais e internacionais, como a Guerra de Suez, a queda de Perón, o desembarque americano no Líbano, o lançamento da Apolo 11, que levou o homem à Lua, conflitos raciais e religiosos no bairro nova-yorkino do Harlem, na Irlanda, no Oriente Médio, e entrevistou as mais destacadas personalidades. Como presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo organizou em 1961 uma greve que mudaria o jornalismo brasileiro – conseguiu, pela primeira vez no Brasil, a instituição do piso salarial, exemplo depois seguido por outros sindicatos. Foi correspondente de diversas revistas estrangeiras e diretor de jornalismo da Rede Bandeirantes. Foi também professor de jornalismo em várias faculdades.
Aos 81 anos, Ewaldo continua ativo e dedica-se à organização de dois livros: um deles abrangerá o conjunto das principais reportagens que realizou, em cinco décadas de vida profissional. O segundo reúne material que utilizou e divulgou durante os vários anos em que se dedicou ao ensino do jornalismo.
PB – Como foi produzida sua matéria sobre Klaus Barbie?
Ewaldo – Em janeiro de 1972 um jornal francês, "L’Aurore", levantou a suspeita de que o criminoso de guerra conhecido como "o carrasco de Lyon", Klaus Altmann (Barbie), estaria vivendo na Bolívia, onde tinha grandes negócios e contava com a cumplicidade de membros do governo. A repercussão internacional da notícia foi enorme. Para lá afluíram jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas das maiores redes internacionais, que passaram a segui-lo aonde quer que fosse. Acossado, Barbie só queria fugir, tinha medo de ser assassinado ou seqüestrado.
PB – Como conseguiu descobrir seu refúgio, e por que ele resolveu falar especialmente a você?
Ewaldo – Fui enviado em abril, por "O Estado de S. Paulo". Não posso ainda dizer quais as pessoas que me ajudaram a achar Barbie – há uns velhinhos vivos por aí... Eu me meti em um fusquinha dirigido por ele, um homem que estava sendo caçado para ser assassinado, participando de sua louca fuga pelo altiplano boliviano. Parávamos aqui e ali, para dormir, ou para tomar um prato de sopa que as índias serviam em latas de querosene. Uma grande aventura, trabalhando à noite, fugindo de madrugada e ouvindo as revelações de um homem que matara milhares de pessoas, mas que continuava convicto do trabalho que fizera.
PB – Como conquistou sua confiança?
Ewaldo – Àquela altura da vida, Barbie estava ansioso para dar sua própria versão de tudo o que fizera. Via-se como um soldado, um patriota que cumprira seu dever, em uma situação de guerra. E eu encarava meu trabalho como um serviço, e consegui ser bem objetivo, registrando fielmente o que ele me dizia. Fiz questão de fazê-lo autenticar, página por página, tudo o que eu escrevia. Com isso ficou provado, sem dúvida alguma, que sob a identidade de um pacífico comerciante boliviano, de fala mansa e aparência cordial, estava realmente o carrasco nazista.
PB – Qual a repercussão imediata da sua matéria?
Ewaldo – No dia seguinte à publicação do primeiro capítulo da série, o governo Pompidou pediu a extradição de Barbie ao governo boliviano. Mas a repercussão da matéria começou mesmo antes dela ser publicada, enquanto eu a fazia. Apesar de todo o sigilo, a notícia de que um repórter brasileiro conseguira entrevistar Barbie transpirou logo para o plano internacional, em primeiro lugar através da agência France Presse. No dia 5 de maio de 1972 entreguei à redação a matéria pronta e fui embora para casa. À uma da madrugada fui acordado por um telefonema de Paris, a radiotelevisão de Luxemburgo pedia confirmação de meu trabalho e queria entrevistar-me. Seguiu-se uma verdadeira avalanche de ligações internacionais. Tive de fugir para o litoral, mas de nada adiantou, na manhã do dia seguinte uma equipe da radiotelevisão francesa estacionava diante de minha casa, em Ubatuba. Nas duas semanas seguintes, enquanto o grupo Estado negociava a publicação simultânea com um pool de jornais internacionais, as notícias foram as mais desencontradas. O governo boliviano negava a autenticidade da entrevista, o jornal francês "L’Aurore" dizia que ela existia, só que fora feita por um conde francês... enquanto o prestigioso "Le Monde" a confirmava, em artigo assinado por seu editor político, bem como o correspondente do "New York Times". Enfim, no dia 23 de maio de 1972 começou a publicação simultânea – e uma outra inflamada controvérsia...
PB – Como assim?
Ewaldo – A imprensa mundial continuou durante os dez dias da publicação da matéria, e muito depois, a discuti-la, enquanto na França velhas tensões entre facções políticas da própria Resistência eram reavivadas. Uma famosa heroína do movimento, Marie-Madeleine Fourcade, disse que ficara indignada com o texto publicado, bem como todos os ex-membros da Resistência. Essa campanha foi liderada pelo jornal "Le Figaro" e duraria muito tempo. Não é difícil saber a razão disso: Barbie contara com detalhes como se dera a prisão e morte do chefe da Resistência, Jean Moulin. Foi um caso de traição, cometida por um dos mais destacados membros do movimento, Didot, que era o chefe da equipe de sabotagem. O próprio "France-Soir", que comprara os direitos de reprodução, começou a sentir o clima de hostilidade – Barbie falara mesmo que "muitos franceses querem salvar a história, depois de terem perdido a guerra"... e então o jornal resolveu fazer vários cortes no texto integral.
PB – O que, além do relato dessa traição, provocou a ira dos franceses, no depoimento de Barbie?
Ewaldo – Quando a guerra terminou, todas as divergências políticas pareciam se dissolver – exceto, é óbvio, para os colaboracionistas declarados do governo de Vichy, que foram fuzilados. Mas dentro da própria Resistência havia lutas internas, que Barbie desvendou. Dizendo, por exemplo, que De Gaulle, que chefiou a libertação a partir da Inglaterra, era tido como "covarde" e chamado até de "Madame Pompadour" pelos que lutavam na frente. E falando sobre as divergências reais e profundas entre comunistas e anticomunistas, dentro da própria Resistência, que atrapalharam muito os esforços do movimento – dizia Barbie que "Jean Moulin (que queria ser presidente da França) era contra os comunistas", enquanto De Gaulle "tratava com eles". Outros trechos cortados pelo "France-Soir" foram: referências ao pacto entre a União Soviética de Stálin e a Alemanha de Hitler, em 1939, e a destruição da frota francesa em Mers el Kébir, em junho de 1940, por ordem de Churchill... Todos assuntos muito explosivos.
PB – Está organizando um livro com as principais reportagens que fez. Pode nos dar alguns exemplos ?
Ewaldo – Foi uma idéia que tive nos anos em que lecionei em cursos de jornalismo, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Fiz reportagens de todo tipo, das policiais às sociais, econômicas, de guerra, desastres, incêndios. Estou selecionando algumas que poderão ser úteis aos estudantes, são um registro de acontecimentos históricos. Uma que fiz no Harlem, por exemplo, no final dos anos 1960 – eu, repórter branco, pisando em território onde o branco americano não ousava mais entrar, a não ser dentro de um ônibus fechado, turístico, e se possível com a proteção da polícia. A primeira coisa que aconteceu foi levar uma cusparada... mas depois consegui ser aceito. Hospedei-me em um hotel do bairro e minha guia foi uma socióloga mulata, Angela Gillian. Como brasileiro, fui bem recebido, diziam que eu era um soul brother – soul era uma espécie de chave no Harlem, de palavra-símbolo do negro, da vida, da luta, de todo o conjunto de emoções, sentimentos e paixões, e do ódio ao branco opressor. O movimento Black Power assumia todo o ressentimento racial represado, exacerbado pelo assassinato do líder pacifista Martin Luther King. Seus membros diziam: "Estou disposto a morrer, não tenho mais nada a perder; e a matar também, é claro". Foi a época do black is beautiful. Renegavam toda a cultura branca, a moda, os penteados, diziam: "Branco não tem jeito, para ele entender só queimando a casa dele, só rachando a cabeça dele para meter lá dentro uma idéia de respeito ao negro". A desigualdade social e econômica entre brancos e negros era gritante; basta dizer que, para 450 mil negros vivendo naquele gueto, havia somente uma escola secundária.
PB – Na Irlanda, esteve em Belfast em uma época muito perigosa...
Ewaldo – Eu me encontrava na Inglaterra em 1970, quando o conflito permanente entre Inglaterra e Irlanda, uma guerra fundamentalista, multissecular, entre populações católicas e protestantes, teve um recrudescimento. Uma guinada – a ala radical do IRA, o exército revolucionário irlandês, chamada Provisional, resolveu partir para o terrorismo, a violência total. Basta dizer que, de janeiro a dezembro daquele ano, foram registradas 935 ações terroristas, com cerca de 800 vítimas, civis ou agentes de segurança, entre mortos e feridos gravemente por bombas ou tiros – nos hospitais diziam que era enorme o número dos que ficavam permanentemente desfigurados ou com distúrbios mentais irreversíveis. Eu só tive um ímpeto: "Vou ver de perto". E atravessei o canal. Só que não tinha uma máquina fotográfica, e o que fui vendo assim que desembarquei, casas, lojas e fábricas, hospitais destruídos, população aterrorizada, grupos de soldados com metralhadora percorrendo a cidade, tudo isso tinha que ser fotografado. A sorte foi que encontrei logo o pintor Antonio Henrique Amaral. Pedi emprestada sua máquina e consegui uma reportagem de impacto.
PB – Como viveu o tempo da ditadura militar no Brasil?
Ewaldo – Sofrendo as limitações, a censura, como todos. Cheguei a ser chamado a Brasília, para conversar com o general Golbery. Muita coisa que escrevi nunca pôde ser publicada... Mas houve duas reportagens que fiz, logo após o golpe, que conseguiram passar e tiveram muita repercussão. A primeira contou a história de Joaquim Romão, um pescador de Tabatinga, no litoral paulista, preso logo no dia 19 de abril por um delegado que queria mostrar serviço – seu crime era ser o único que sabia assinar o nome, e como tal ter sido sempre o "representante" dos habitantes do povoado. Ninguém sabia de seu paradeiro, para grande desespero da família – mulher, cinco filhos pequenos. A matéria saiu com muito destaque na "Folha de S. Paulo", foi um exemplo de toda a violência policial que desabara sobre o país. Íamos dar suíte, e eu já preparara outra extensa matéria, quando veio a ordem, nada mais poderia ser publicado sobre o assunto. O jornal negociou a soltura do homem em troca do silêncio, e Joaquim Romão pôde voltar para a família. Então, usamos um truque: eu escrevi um "recado" ao secretário de redação, na verdade uma pequena matéria, dizendo por que não haveria necessidade de descrever a festa que Joaquim Romão recebera; "após 26 dias de prisão", seria uma "pieguice desnecessária", pois "fizemos aquela [matéria] que atingiu tão bem todos os seus objetivos, tocou – e nós sabemos como – a opinião pública, alertou as autoridades, virou símbolo de toda a situação nacional e, principalmente, pôs o homem em liberdade. Agora, que mais?" O meu "recado" foi publicado, e ninguém disse nada.
PB – E a outra matéria?
Ewaldo – Na manhã de 9 de setembro de 1964 aconteceu a invasão da Universidade de Brasília, por 900 homens armados de fuzis, baionetas e metralhadoras, do exército e da polícia. Uma verdadeira operação de campanha, com carros de radiopatrulha, carros-prisão e até ambulâncias. Os professores e alunos que foram presos, mais tarde acusados de "crime continuado contra a segurança do Estado", tiveram de passar entre alas de baionetas caladas e metralhadoras portáteis. Só que por acaso um operador de uma grande rede televisiva dos Estados Unidos estava no campus e filmou tudo – a repercussão internacional foi imediata e enorme. Depois, os presos foram submetidos a toda espécie de humilhação, como revistas no pátio do quartel, todos nus – cena testemunhada por altos funcionários diplomáticos ingleses... No Brasil, esses eventos ficaram ignorados. Então a "Folha" publicou no dia 19 de setembro, na primeira página, com destaque de editorial, uma extensa, minuciosa matéria minha – "Universidade: revolução posta à prova" – que descrevia toda a operação militar desenvolvida na UnB como se esta fosse um "país inimigo". Eu expunha o verdadeiro desmantelamento do ensino universitário e da pesquisa científica no país, e reproduzia dois documentos: uma carta assinada por 70 professores brasileiros, protestando contra a cassação sumária e a demissão de 28 colegas da UnB, logo no dia 1º de abril de 1964 – carta essa que o presidente Castelo Branco se recusara a receber. E também um telegrama em que cientistas e presidentes de universidades americanas, tendo à frente três detentores do Prêmio Nobel, protestavam contra a prisão do cientista Isaías Raw, de reputação internacional. Essa matéria é um documento histórico, foi afixada nos quadros das universidades. Então a polícia ia lá, proibia, rasgava... os estudantes arranjavam outra cópia, improvisavam lugares para expô-la... Bem, isso foi ainda no início da ditadura. Depois do AI-5, em 1968, com a censura prévia, não foi possível escrever mais nada assim.
PB – Quais as situações de maior envolvimento emocional que viveu, no exercício da sua profissão?
Ewaldo – Foram algumas em que vi o sofrimento humano, a morte, mais de perto. Teve um desastre de avião, por exemplo, que não consigo esquecer. Foi em novembro de 1967. Um avião da Sadia caiu, de noite, perto do pico do Marumbi, no Paraná. Um lugar quase inacessível, mas veio uma turma de homens do Serviço de Busca e Salvamento, atletas com treinamento intensivo, formaram cadeias, todos de mãos dadas para a escalada dificílima, e fui junto com eles. A subida era vertical, a mata fechada, meia hora depois já não havia luz, tínhamos de ir de gatinhas, nos arrastando, naquela escuridão. A chuva e o vento não davam descanso, ficamos todos ensopados. Mas, de repente, o vento trouxe um grito: "Socorro!" O espanto foi geral, ninguém esperava encontrar sobreviventes. Continuamos a subida mas só conseguimos chegar ao cume às seis e meia da manhã, para ver um espetáculo quase impossível de descrever – os destroços do avião, os mortos espalhados, havia uns poucos vivos, mas agonizantes. Uma moça bonita, deitada, composta, aparentemente bem, era filha de um milionário. Falava com muita clareza, sem parar, em um tom absolutamente calmo, contava quem era, que o marido e os filhos pequenos que também viajavam estavam mortos. Dizia: "Foi a primeira vez que levei meus filhos para pegar um avião", depois mudava a voz para continuar: "Acho que estou esperando outro nenê"... O médico pedia que ficasse quieta mas ela não conseguia, e assim, como se contasse uma história que não fosse a sua própria, via sua vida esvair-se... A um dado momento pergunta à equipe de salvamento: "Quem é o chefe de vocês?", e quando o homem aparece diz: "Olhe, perdi um brilhante de 12 quilates, se por acaso acharem quero que distribuam entre vocês"... Nunca me esqueci dessa cena, foi uma das coisas que mais me impressionou, registrei tudo o que ela dizia, e chamei essa reportagem de "A sobrevivente".
PB – Algumas de suas reportagens tornaram-se conhecidas pela linguagem um tanto diferente usada, mais "literária". Pode comentar?
Ewaldo – Sim, às vezes é bom fugir do estilo habitual da reportagem. Mesmo sem se afastar dos fatos, o repórter pode contá-los como se fosse uma história – como Truman Capote fez em A sangue frio. Houve um texto meu sobre a tragédia do Joelma, que abordei de um ângulo um tanto diferente, não de quem vê um incêndio, mas de quem trabalha para combatê-lo, do ponto de vista do bombeiro. Colei-me a eles, consegui descrever minuciosamente seu trabalho. Em uma reportagem sobre Porto Seguro, em 1970, fui reproduzindo todo o texto da carta de Pero Vaz de Caminha – estabelecendo uma comparação, literalmente passo a passo, para mostrar que a população estabelecida ali, de caboclos, vivia praticamente como os índios da época de Cabral, no mesmo atraso, como se estivesse à parte da civilização. Chamei essa matéria de "Livro último do descobrimento do Brasil". Em outras ocasiões, consegui reconstituir de memória certas conversas que tive, usando a primeira pessoa, como se fosse um monólogo. Uma vez eu estava viajando de carro, vindo da Suazilândia, um enclave dentro da África do Sul. No percurso um soldado português foi contando como era sua vida, o que se passava na cabeça de um militar estacionado em Moçambique, o tempo todo enfrentando terroristas. Seu apelido era Turra, e me parecia um verdadeiro personagem de romance. Procurei memorizar o que me dizia, cheguei ao hotel e escrevi tudo de uma assentada. Eu gostava muito de fazer esse tipo de matéria.
PB – Última pergunta: acha que o diploma de jornalismo é supérfluo, ou deveria ser obrigatório?
Ewaldo – Nem obrigatório nem supérfluo. Por exemplo, nos Estados Unidos não é obrigatório, mas, quando se entra nas redações dos grandes jornais, não há ninguém que não seja diplomado por uma grande faculdade. Na Universidade de Columbia, por exemplo, há cursos especiais, de longa duração, com grande exigência curricular e treinamento prático diário em matérias jornalísticas e televisivas. Quando sai da faculdade, o aluno está plenamente habilitado para ocupar cargos importantes e bem remunerados.
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