
FRANZ
KRAJCBERG
O
artista plástico polonês radicado no Brasil fala de como
usa seu trabalho em prol do meio ambiente
Franz Krajcberg
nasceu em Kozienice, Polônia, no ano de 1921, e em 1945 entrou para
a Academia de Belas-Artes de Stuttgart, na Alemanha, onde ficou até
1947. Ex-combatente do Exército Soviético durante a Segunda
Guerra Mundial, emigrou para o Brasil em 1948, fixando-se inicialmente
em São Paulo, período em que chegou a exercer as funções
de pedreiro e faxineiro antes de se tornar ajudante de montagem da I Bienal
de São Paulo, em 1951. Defensor ferrenho da natureza, o artista
vive, desde 1973, na cidade de Nova Viçosa, sul da Bahia, onde
mantém um ateliê até hoje. Tendo convivido com grandes
nomes da pintura, como o catalão Pablo Picasso e o francês
Georges Bracque, Krajcberg já expôs suas obras em algumas
das mais importantes mostras do mundo, entre elas as bienais de São
Paulo e de Veneza. Em entrevista exclusiva à Revista E, o artista
plástico contou um pouco de sua atual fase de atividades, na qual
trabalha com madeiras retiradas de árvores destruídas em
queimadas, do motivo pelo qual trocou a Europa pelo Brasil e lamentou
o descaso das autoridades acerca da questão da preservação
do meio ambiente. A seguir, trechos.
Você constrói
peças grandes, que necessitam de trabalho manual. Hoje, com 85
anos de idade, como está sua rotina?
Trabalho normalmente como antes. Desta vez, como tenho muitos compromissos
aqui em São Paulo, Belo Horizonte, Ouro Preto e Rio de Janeiro,
tenho ainda mais trabalho.
Esse aumento de
atividade vem da necessidade de criar mais?
Não, isso não existe. Normalmente o trabalho e a criação
estão juntos. A questão é que tenho compromissos
para mostrar meus trabalhos. Antes era diferente, eu não tinha
tantos compromissos.
Houve alguma modificação
no seu modo de encarar sua produção ao longo da carreira?
Meu trabalho está mudando ou mostra mudanças porque, depois
que as florestas foram destruídas, depois do fogo, achei a madeira
diferente [Krajcberg atualmente usa em suas obras madeira retirada de
árvores destruídas em queimadas]. Agora, eu nunca sei o
que vai sair especificamente. Trabalho, crio e corto para mostrar uma
peça que expresse minha revolta. Se não está mostrando
isso é porque os pedaços de madeira que encontrei depois
da destruição não foram muito felizes para eu poder
fazer algo que cumpra essa função. Mas não é
normal acontecer isso. Então, não há regras, tudo
depende do material com o qual vou trabalhar.
Como
surgiu a madeira queimada no seu processo de trabalho?
É uma história longa e tem um pouco de sensibilidade em
relação à vida. Houve uma época em que viajava
muito para o alto Mato Grosso e Amazônia. E lá eles destroem
a floresta para plantar, por exemplo, soja transgênica. Só
que para isso - não sei como andam as coisas agora - era preciso
comprar sementes dos Estados Unidos. Achei o maior absurdo do mundo. Essa
prática está destruindo a Amazônia, estão simplesmente
botando fogo nela. Tudo isso se reflete muito no meu trabalho, quero mostrar
a destruição da vida neste planeta. Não se deve esquecer
que as florestas do sul da Bahia, do Espírito Santo e de Minas
Gerais foram as mais lindas e ricas do planeta. No entanto, foram destruídas
em 50 anos. Tenho consciência disso e quero exprimir minha revolta
através do que faço. Porque não são somente
os homens que vivem neste planeta, todos os animais e vegetais têm
o direito de viver aqui em harmonia. Com isso, meu trabalho está
na direção de defender a vida.
Quando você
achou que era importante usar árvores calcinadas e transformá-las
em obras de arte?
Eu não uso essa expressão "obra de arte". O Museu
Franz Krajcberg [previsto para ser instalado no Parque do Ibirapuera]
é um lugar que deve apresentar o diálogo entre ecologia
e vida. Meu diálogo se dá em função de defender
a vida. Muitas vezes trago um pedaço de carvão deixado de
uma árvore, que já foi uma bela vida, e questiono o que
foi feito dessa bela vida, da qual só sobrou aquele pedaço
de carvão. Queimada e destruída, reduzida a carvão.
Então, não estou ligado no conceito de ser artista ou de
fazer arte, essa linguagem não existe em mim nem no meu trabalho.
Se for uma expressão artística para defender ou mostrar
a minha revolta, está certo. Se for para dizer que estou fazendo
um museu artístico, não está certo. Estou fazendo
um espaço ecológico para discutir, reunir e fazer o que
for possível para defender a vida neste planeta.
Quais são
os passos do trabalho a partir do momento em que você está
com esse material?
Nunca sei o que vou fazer. Nunca sei como vai surgir e como vou gritar
minha revolta. E não é fácil de fazer. Nem sempre
consigo exprimir o que eu gostaria com essas formas que achei depois do
fogo.
Houve uma fase
do seu trabalho, lá pelos anos 80, em que você fazia obras
ligadas ao mar, à praia. Obras que você fazia numa ilha.
Como é essa história?
Havia uma pequena ilha, onde eu fazia esse trabalho, que não existe
mais, o mar a destruiu. O que já me leva a refletir que o mar está
aumentando ano após ano. E a cada dia que eu fazia essas impressões
[gravuras] o resultado dependia da situação do vento, do
movimento do mar, porque cada dia é diferente. Eu fazia moldes
de gesso e aplicava papel. Então, fazia a cópia desses pedaços
que eu procurava na maré baixa, depois que ela já havia
deixado esse desenho. Não faço mais isso, mas continuo trabalhando
com gesso, no qual aplico pigmentos naturais.
Esse trabalho era,
então, uma espécie de registro do tempo e suas condições?
Não há dois dias iguais porque tudo depende do movimento
do mar e do vento. Por exemplo, o vento que vai do Sul do país
para a Bahia torna-se muito violento lá. Então, forma desenhos
muito diferentes.
Depois de flagrar
essa questão do tempo, havia alguma interferência sua nesse
registro?
Só a aplicação, fazia a moldura. Não sou de
me exprimir muito tempo com a mesma coisa, tudo muda.
Você acredita
que seus objetos, de uma maneira ou de outra, conseguem provocar uma discussão
acerca da destruição da natureza?
Isso é difícil de falar. Estou na luta há muitos
anos, participei de todas as reuniões mais importantes sobre ecologia,
e fiz de tudo para me exprimir. Agora, precisamos ver a realidade do que
está acontecendo neste planeta. Só quero me exprimir, participar
e lutar pelo resto que ainda existe. Mas o descuido do povo brasileiro
me machuca muito, ele só vira patriota quando tem jogo de futebol.
Aí vai ao trabalho com a bandeira do país. Esse patriotismo
é muito provinciano.
Mas o fato é
que seu trabalho, nestes últimos anos, fez com que a ecologia fosse
discutida de outro patamar, o da arte. Essa era a intenção?
Trabalho com a coisa morta para mostrar a destruição que
cada vez é mais forte. Isso que estou fazendo é para me
exprimir nesse sentido. Acho que há importância em mostrar
como estamos excluindo as coisas. Se você pegar a mata atlântica,
vai ver que são pouquíssimas áreas que ainda resistem.
Amanhã, perguntaremos quantas árvores foram deixadas no
Amazonas. No futuro, os museus terão árvores que sobreviveram
à destruição. O Mato Grosso deveria mudar o nome,
porque hoje não tem mais nem mato fino, destruíram quase
totalmente as florestas de lá. O Brasil ainda mantém o nome
de uma árvore que não existe mais [o pau-brasil, abundante
na época do descobrimento]. A destruição está
na alma do brasileiro, e cada vez mais forte. As pessoas dizem: "Vamos
fazer leis na Amazônia". Mas continuam destruindo.
Você acredita
que a atuação artística seja um caminho para a conscientização
política?
As pessoas devem ter consciência, a arte deve acompanhar a evolução
do homem. Senão, que arte seria essa? Na entrada do século
20, com a revolução tecnológica e com a nova indústria,
a arte trouxe outras formas de expressão, e grandes artistas participaram
não só com suas obras, mas também de uma forma política.
Isso desapareceu completamente no final do século 20. Estamos esperando
que a arte acompanhe a evolução da entrada deste novo século.
Por que você
acha que houve essa separação?
Esse vazio político é mundial, não é só
brasileiro. Agora estamos esperando que a arte comece a tocar nas necessidades
do novo século. Temos grandes avanços tecnológicos
e científicos, mas não há nenhum político
no mundo que possa dialogar com o novo século. Nunca houve um vazio
político tão grande. É a primeira vez na história
da humanidade que temos a preocupação com a saúde
do planeta. Qual arte vai participar desses itens? Primeiro a arte deve
abrir a porta para entrar neste novo século. Porque no século
20 se via, por exemplo, o cubismo da Rússia - muitos artistas eram
da Sibéria e participavam ativamente. Aí veio o abstrato,
que ainda tinha sua conotação política. Mas, mesmo
assim, no final, quem dominava o movimento artístico era o mercado.
O mercado não se preocupa com a arte que você deve acompanhar,
e sim com a peça que ele pode vender. Agora a crise do mercado,
no final do século 20, foi muito marcante. Centenas de galerias
fecharam, e os preços caíram porque o mercado já
havia explorado demais. Não tem sentido um quadro do Rauschenberg
[Robert Rauschenberg, 1925, pintor pop norte-americano] custar o mesmo
que um do Rembrandt. Isso aconteceu porque o mercado norte-americano subiu
os preços como queria. Temos uma arte norte-americana, mas a arte
deveria ser mundial. Existe a arte brasileira? Não, temos a arte
que é feita no Brasil. A arte primitiva brasileira é a que
mais tem força para dizer que nasceu neste país.
Qual seria a marca
da arte brasileira?
Não é especificamente brasileira, a arte é mundial.
Existem abstracionistas com muito talento em Londres, nos Estados Unidos,
em Paris, em todo lugar. Agora, se um brasileiro pinta a abstração
de forma diferente, não quer dizer que haja uma arte brasileira.
Você acredita
na idéia de que determinadas obras só poderiam ter sido
feitas em determinados lugares e épocas? É possível
ter esse caráter temporal e regional na obra?
Acho que é difícil discutir esse assunto, como disse, a
arte é internacional. Acho que temos de ter consciência de
que hoje não existe uma arte especificamente francesa ou americana
ou brasileira. É tudo geral, a única coisa que diferencia
a expressão é o talento do artista. Então, não
se pode falar de uma arte brasileira, francesa ou italiana. E sim que
é uma arte feita por talentos brasileiros, franceses e italianos.
E sempre foi assim, vemos isso desde o século 15. Mas houve um
tempo em que havia mudança, até chegar o impressionismo,
no final do século 19. O impressionismo foi uma ruptura muito forte
com a academia. Hoje em dia, quando vemos quadros do Cézanne ou
de Van Gogh, vemos que foram talentos que mostraram uma ruptura. Mas esse
mesmo movimento também havia na Alemanha, apesar de não
ser tão grande quanto na França.
Essa definição
não vale nem para, por exemplo, aquelas obras antropofágicas
da Tarsila do Amaral?
De todos, quem eu acho mais original é a Tarsila. Mas não
podemos esquecer que ela estudou com Léger [1881-1955, pintor francês].
Contudo, ela exprimiu temas brasileiros. E acho que ela é uma das
mais originais, mas ela trabalhou e estudou na França. A única
coisa que podemos dizer que realmente é original é o primitivismo
brasileiro.
Você, que
participou da primeira Bienal de São Paulo, como vê a evolução
de nossa arte apresentada nessa mostra?
Acho que hoje em dia a Bienal não tem sentido nenhum, não
só aqui como em Veneza também. Mas Veneza está tentando
acompanhar a evolução para abrir as portas do novo século,
diferentemente daqui.
Por que perdeu
esse sentido?
Por causa do peso do mercado. O mercado não deixava um artista
que vendia fazer uma nova arte. Então, os artistas estavam completamente
presos ao mercado. Isso diminuiu um pouquinho porque o mercado passa por
uma crise muito forte.
Mas
o mercado parece ser inexorável. Ou seja, ele está aí
e está misturado com a arte, dado que não há mais
os grandes patrocinadores de arte - como os reis, a igreja e os mecenas.
Então, é o próprio mercado e a construção
crítica da mídia que desempenham esse papel. Quer dizer,
esse é o status quo da arte, não?
Não é bem assim. Ainda é o mercado que lança
um artista. E os artistas acabam sofrendo grande influência do mercado
para poder ser conhecidos mundialmente. Embora haja movimentos marcantes,
como a Bauhaus [escola de artes e arquitetura de vanguarda que funcionou
na Alemanha de 1919 a 1933, e é considerada uma das primeiras escolas
de design do mundo] e o expressionismo alemão. Mas quando chegou
o expressionismo alemão? Quando a Alemanha passava por uma crise
de miséria, com as pessoas sem trabalho e com a existência
de muitos movimentos sociais. Acho esse tipo de arte muito válido,
ele acompanhou o momento da vida da Alemanha. Então, eles se expressaram
com muita violência. Basta ver O Grito, de Munch [Edvard Munch,
1863-1944, pintor norueguês]. No momento em que a arquitetura estava
em uma decadência absoluta, a Bauhaus surgiu e inovou - a indústria
e a vida precisavam de design. Bauhaus deu uma saída enorme para
o design moderno, acompanhando a evolução industrial. Então,
devemos olhar nesse sentido: os grandes movimentos vieram da necessidade
de sustentar tudo o que existia no momento.
Na sua opinião,
quais foram os grandes momentos da arte mundial?
Vários. Primeiro o cubismo, depois o abstracionismo, o construtivismo,
que veio da Bauhaus. O tachismo [tendência da pintura nos anos 50
caracterizada pela projeção de manchas e formas feitas com
a bisnaga de tinta diretamente na tela] teve sua importância com
Pollock [1912-1956, pintor expressionista abstrato americano], mas não
se pode dizer que era uma arte norte-americana. Artistas faziam isso antes
do Pollock, na Escola de Paris. É claro que de outra maneira, não
faziam quadros com a dimensão dos americanos, mas eram importantes.
Você conviveu
com Picasso. Como era a relação de vocês dois e o
que você aprendeu com ele?
Não aprendi com ele. Eu acompanhava todo o movimento artístico.
Acho que ele era um grande artista, tinha muita habilidade para pintar
e sua arte sofreu várias mudanças - como o momento da arte
africana, quando foi influenciado pelo design africano. Você pode
comparar os desenhos dele com os de Rembrandt ou de outros fenômenos
artísticos. Devemos considerar que ele foi um dos maiores artistas
do século 20.
Você disse
que acompanhava todo o movimento artístico. Teve mais algum grande
nome da arte com quem você teve contato?
Georges Bracque [1882-1963, pintor francês]. Ele trabalhava no mesmo
ateliê que Picasso. Um influenciava o outro. Bracque dizia que havia
inventado o cubismo e não Picasso, mas na realidade esse tipo de
arte vem da Rússia. A inveja que Bracque tinha de Picasso era enorme.
Porque Bracque foi sempre um homem adoentado, Picasso não. Picasso
pintava, fazia cerâmicas, esculturas, gravuras, ele tinha um vigor
muito grande, destacava-se técnica e politicamente. Já Bracque
não tinha isso.
O que você
acha da pintura do Henri Matisse?
Eu tenho paixão por Léger, poderia passar horas olhando
seus quadros. Mas um dia vi uma grande exposição de Matisse
em Paris que, para mim, fez Léger cair. A mostra trazia umas colagens
impressionantes. A pintura dele é maravilhosa, principalmente no
final, quando ele não podia mais pintar. E o seu corte de papel
colado é único. Já a pintura de Léger tinha
muita estrutura, e ele era muito ligado ao partido [comunista]. Picasso
também era do partido, o retrato que ele fez de Stálin foi
um escândalo. Ele saiu do partido por causa desse retrato.
Dessa sua convivência,
seja com Bracque, seja com Picasso, o que deu para apreender? Sobrou algo
para seu trabalho?
Não, eu acompanhava a história da arte do século
20, isso é um assunto. Porém, a minha vivência e minha
revolta não tinham nada a ver com isso. Mas conheci muitos artistas,
principalmente da Escola de Paris. Naquela época havia a imigração
artística para Paris, que se tornou a cidade da arte e da cultura
mundial. Então, fizeram uma grande exposição francesa
e não convidaram nenhum desses artistas que vieram de fora. Aí
a Bienal de Veneza convidou esses artistas - Picasso, Chagall e muitos
outros. Fizeram uma grande manifestação na Bienal, e na
entrada eles botaram "Escola de Paris". Foi o maior sucesso
da Bienal. Quando a França viu o que estava acontecendo, fez questão
de dizer que eram "seus" artistas que estavam expondo lá.
Você gosta
do trabalho de Rauschenberg ou Andy Warhol?
Eu prefiro não dizer "gosto ou não gosto". Porque,
como eu disse, havia movimentos. Mas não é uma arte americana.
Às vezes, artistas de outros países faziam suas pinturas
no mesmo estilo, mas não usavam quadros medindo 2 metros por 3,
como faziam os norte-americanos. O grande mercado, no final do século,
é americano. Então, esses pintores contavam com muito apoio
do mercado.
Você está
morando em Nova Viçosa, na Bahia, há mais de 30 anos. Certa
vez, disse que não teria como vir para São Paulo. Como é
sair de um grande centro e ir para lugares pequenos? Isso auxilia na sua
produção?
Sabe o que é nunca ter uma casa ou nunca dormir na sua cama? Sabe
o que é sempre ter de depender dos outros? Eu não queria
ir para Nova Viçosa porque não conhecia, foi um acaso ter
ido. Encontrei o Zani, arquiteto, em Paris, no fim de 1964. Em 64 ganhei
o prêmio da Bienal de Veneza. Aí encontrei Zani, e ele me
chamou para ir para o sul da Bahia. Quando vi os manguezais da região,
disse: "Meu Deus, eu nunca vi tanto movimento da natureza assim como
vejo nos manguezais". O tachismo é nada! A invenção
de formas também não é nada perto dessa riqueza que
existe nos manguezais. E eu disse que queria ficar. Mas na época
houve a quase total destruição das florestas dessa região,
a mata atlântica se foi. Se você ler sobre as florestas do
mundo, verá lá as florestas do sul da Bahia, do Espírito
Santo e de Minas como as mais lindas do planeta. Como é possível
que em 50 anos tenham destruído tudo? Por exemplo, o eucalipto
arrasa a terra, consome toda a água que a humanidade está
precisando agora, e cada vez mais se planta eucalipto. Fazem isso para
poder exportar. Mas nunca se perguntam se o dinheiro dessa exportação
entra no país. É lamentável. Estou na floresta e
tenho muito diálogo com ela. Sinto-me como se minha casa fosse
a floresta. É o meu canto, é onde tenho toda a liberdade.
Isso tem uma importância enorme na vida. Vim para o Brasil para
fugir do homem.
volta
ao ínício
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