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Saúde

Postado em 02/10/2006

REVISTA E - Setembro 2006

 

 

 

Oxigênio à vontade

 

 

A respiração é uma função orgânica inata, mas nem por isso dispensa atenção e, às vezes, até treino

 

 

Ao responder à pergunta: "Você pensa na sua respiração durante algum momento do dia?", muitos certamente diriam que não. Salvo os profissionais ligados a áreas como fonoaudiologia ou educação física, a maioria entrega-se à naturalidade da ação e, a não ser quando o ar poluído das grandes cidades dificulta o processo ou o cansaço causado por uma atividade física faz lembrar como é importante o movimento de inalar oxigênio, a ordem é simplesmente seguir o fluxo da dobradinha inspirar e expirar. No entanto, há cuidados que precisam ser tomados para garantir que esse movimento faça pelo nosso organismo todo o bem que ele pode fazer. Foi justamente para esclarecer dúvidas e refletir sobre a importância de respirar de maneira mais adequada que o Sesc São Paulo realizou dois eventos que tiveram como tema esse processo metabólico: o Corpo (Com) Ciência - Respiração, na unidade Santana, e o Opção Saúde - Respiração, Saúde e Bem-Estar, no Vila Mariana. O objetivo de ambos era chamar a atenção para os benefícios de uma respiração adequada - e conseqüentemente os problemas que o ato executado de forma "incorreta", como o feito pela boca, por exemplo, podem trazer ao organismo, além de dar dicas de reeducação respiratória. "Dizemos que a respiração é adequada quando o ar é respirado pelo nariz e percorre seu trajeto, sem obstrução", ensina Carla Maria Colombo, fonoaudióloga dos Amigos Metroviários dos Excepcionais (AME) em texto publicado no site da instituição (www.ame-sp.org.br). "Mas, quando há algum impedimento para a passagem do ar pelo nariz, notamos várias alterações além do desconforto respiratório."


A fisioterapeuta Patrícia Borges, que participou do evento do Sesc Santana, explica que a postura do corpo é um dos reflexos da respiração. É isso mesmo. O modo como respiramos influencia na posição do esqueleto. "Por exemplo, se o mecanismo da respiração de uma pessoa funciona com uma respiração muito 'alta', como dizemos, pegando as costelas da parte mais superior, essa pessoa vai ter a característica física de cabeça 'anterior', ou seja, mais para trás", afirma. "Assim como, quando o indivíduo tem uma respiração mais abdominal, a tendência é o aumento da lordose lombar, o que favorece que ele tenha o abdômen maior."

 

 

 

 







Respirador bucal
Entre os problemas de respiração que mais chamam a atenção dos especialistas está o respirador bucal - ou, como o nome sugere, o que faz a respiração pela boca.(veja boxe Respire Aliviado)Segundo explica a fonoaudióloga Carla Maria Colombo, o caso não pode ser considerado uma doença, mas merece atenção e tratamento adequados. "Existem várias causas para que uma criança não respire pelo nariz e a presença de amígdalas ou adenóides aumentadas, bem como a ocorrência de rinites não são raras." Carla Maria explica ainda que o ar respirado pela boca é mais agressivo ao organismo, pois é recebido no estado em que se encontra no ambiente, com impurezas, frio e menos úmido, deixando o aparelho respiratório mais suscetível a doenças e alergias. "Normalmente, o respirador bucal apresenta problemas em relação ao sono. Com uma respiração difícil, o sono não é tranqüilo e pode ser interrompido muitas vezes. Por dormir mal, ele apresenta pouca disposição para praticar atividades físicas, e no caso das crianças, até para brincar."



Nos adultos, alguns "desvios" respiratórios podem estar ligados ao estresse do dia-a-dia e à ansiedade. "Nosso corpo sempre acompanha nosso processo emocional", afirma a psicóloga Rosemary Carosini, também presente no evento do Sesc Santana. "Deveríamos aprender, desde crianças e até nas escolas, sobre o processo respiratório", recomenda, "para entender a influência que a respiração tem em nossa 'vida orgânica', profissional, familiar e psicológica. A bem da verdade, só sabemos que não podemos ficar sem ar, pois não agüentaríamos muito tempo, mas não aprendemos a importância mais ampla do respirar." Por esse motivo, organizamos uma lista de dicas para respirar melhor. Veja no quadro abaixo.

 

 

 

 

 

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Respire aliviado

 

Orientações para uma respiração mais adequada

 

1) A respiração deve ser sempre nasal, salvo exercícios específicos, por conta do aquecimento, umidificação e filtração do ar.
2) A respiração deve ser lenta e profunda. É importante procurar respirar menos vezes por minuto.
3) É essencial usar o diafragma - músculo que divide o abdômen do tórax - na respiração. Se deixamos de "usá-lo", fica flácido. Isso causa a visceroptose - queda das vísceras sobre o estômago, pois é o diafragma que mantém a sustentação adequada.
4) O leite materno é fundamental para uma respiração adequada. Uma das dicas para evitar que o bebê comece a respirar pela boca é amamentá-lo. Isso porque, durante a amamentação, o bebê precisa sugar o leite de boca fechada, logo, o ar não vai passar. Quando se usa a mamadeira, a tendência é o leite entrar mais rapidamente, sem que a criança precise sugar. A criança fica de boca aberta e o ar entra também pela abertura, por isso ela pára de inalar pelo nariz. Se for necessário usar a mamadeira, a dica é ficar de olho no bico, que deve ter o menor buraco possível, forçando o bebê a sugar.
5) Evite a chupeta e não deixe a criança chupar o dedo. Além de esses hábitos causarem problemas para a dentição, produzem o mesmo efeito da mamadeira.
6) Como perceber se seu filho está respirando direito enquanto dorme? Observe se ele ronca ou baba.
7) Problemas já instalados exigem a procura de médicos.
8) E, por último, sinta o ar entrando pelo corpo. Perceba o caminho que ele percorre, se ele passa pelas costelas ou pelo abdômen. Respirar é uma forma de autoconhecimento.

 

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