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Dossiê

Postado em 01/11/1998

Mulheres no esporte

No primeiro ano foi só o vôlei. No segundo, o vôlei, o futebol, a natação, o tênis e o basquete. No terceiro, além das cinco modalidades competitivas, foram programadas várias atividades paralelas como palestras, aulas abertas, clínicas etc. Este ano houve mais de onze modalidades incluídas nas competições além de reforço nas atividades complementares. Estamos falando dos Jogos Femininos do Sesc, que a cada edição insere diferentes atividades para atender aos variados perfis de público que se inscrevem nos jogos e a demanda que aumenta ano a ano.
"Queremos difundir a prática esportiva entre as mulheres. Para motivar o maior número de pessoas, adaptamos as regras tradicionais. Dessa maneira as que não praticam esporte assiduamente se sentem menos inibidas a participar dos jogos", explicam a gerente de desenvolvimento físico-esportivo Maria Luiza de Souza Dias e os técnicos do Sesc, José Roberto Ramos e Silvio Luís França.
Visando maior integração e possibilitando a participação de todas as mulheres a partir de dezesseis, cada unidade teve a liberdade de definir o perfil de seu campeonato. Assim foram realizados futebol de salão, futebol society, vôlei de areia, tênis, tênis de mesa, vôlei de quadra, street ball, jogo de damas, natação, handball. A unidade de Catanduva, por exemplo, implantou o futebol de "sabão". Nesse "esporte" as jogadoras literalmente rolam atrás da bola, que desliza sobre uma quadra inflável coberta de sabão. É realmente muito divertido.
Paralelamente foram realizadas atividades que possibilitaram um primeiro contato com o esporte e as atividades físicas em geral. Foram organizadas palestras, caminhadas, clínicas e aulas abertas ministradas por personalidades esportivas. Este ano uma das clínicas de vôlei foi oferecida pela jogadora Ida e pelo jogador Montanaro. "Os jogos acabam tendo um caráter lúdico. Assim, aliamos competição à diversão sem descaracterizar o objetivo principal da atividade, que é possibilitar cada vez mais a participação feminina no esporte", finalizam os técnicos.

Estação saúde

O programa Estação Saúde, realizado pelo Sesc de São Paulo, através de sua unidade Consolação, tem como principal objetivo alertar e sensibilizar as pessoas sobre a importância dos hábitos relativos à saúde. A concepção do projeto traduz a constante preocupação da entidade em desenvolver programas de orientação sobre as mais variadas questões que giram em torno do tema. O Sesc explorou o conceito de saúde, difundindo seus fundamentos por todas as suas frentes de atuação: esporte, cultura, lazer. O evento contou com atividades em estações de Metrô, onde ofereceu boxes de avaliações clínicas e ainda promoveu intervenções com grupos de animação relacionadas ao tema saúde. Para as crianças, o Sesc Consolação criou o Escovódromo, que, como o nome sugere, ofereceu uma bateria de informações e kits (com escova, pasta) para estimular a higiene bucal. O grupo de teatro Cia. Histórias do Baú travou uma luta contra a placa bacteriana na peça Kárions, Os Bárbaros - Uma Aventura Odontológica.
Para o público acima de 16 anos houve um ciclo de palestras abordando temas como riscos do coração, câncer bucal, câncer ginecológico, cuidados com a pele e Manifestações Bucais Decorrentes da Aids.

Recreação e Lazer

Entre os dias 26 e 30 de outubro, o Sesc, em parceira com a Associação Mundial de Lazer e Recreação e com a ALATIR - Associação Latino-Americana de Lazer e Recreação, realizaram o 5o Congresso Mundial de Lazer. Aconteceram também, simultaneamente, dois eventos associados: o 2º Encontro Latino-Americano de Recreação e Lazer e o 10º Enarel - Encontro Nacional de Recreação e Lazer. O evento que contou com a chancela da Unesco, teve como tema Lazer em uma Sociedade Globalizada: Inclusão ou Exclusão.
A partir da discussão do tema central, colocou-se em pauta as diferentes perspectivas a partir das quais a coletividade internacional interpreta o papel do lazer e do tempo livre no processo de globalização que se desencadeou neste fim de século.
O Congresso contou com a presença de nomes importantes no panorama nacional e estrangeiro. Além da apresentação dos trabalhos - mais de 250 -, painéis e conferências, foram administrados doze cursos na forma de oficinas e um programa de relatos de experiências institucionais.
Na abertura do evento, o geógrafo Milton Santos introduziu o tema que norteou o encontro, expondo a necessidade de se ocupar o tempo livre diante dos fenômenos que envolvem a globalização (a mistura das populações, difusão da informação, o turismo, o trabalho e o não-trabalho). O geógrafo colocou em pauta, além disso, as novas modalidades de utilização do tempo livre que passa cada vez mais a atuar como elemento essencial para a economia.
Em seguida, o polêmico economista alemão Robert Kurz apresentou, dia 27, o tema Agonia e Êxtase do Século do Trabalho, quando afirmou que malgrado as conquistas potenciais de bem-estar social e felicidade, que realizadas com o aumento gradativo do tempo livre e da superação das necessidades materiais, o processo globalizante afeta as mais promissoras esperanças, tornando "a ante-sala da felicidade" num espaço de angústias e incertezas.
Sob o tema Relações Sociais e Vida Cultural no Tempo Livre, o professor Mike Featherstone da Nottinghan Trent University, descreveu o tempo livre como tempo de festa e realização pessoal. Mas alertou que essa visão esta ameaçada pelo consumo simbólico dos espetáculos e eventos, índices de uma cultura fragmentária e descartável. Além disso, a desigualdade social que alija um enorme contingente do desfrute do tempo livre e as cosequências dramáticas da globalização (rompimento de culturas locais e desemprego) tornam o panorama desalentador.
A Aventura Urbana e o Espaço da Felicidade foi o tema da conferência apresentada pela professora de planejamento urbano da Columbia University (EUA), Saskia Sassen. Para a scholar, o urbanismo tem como um dos quatro objetivos básicos o lazer (ao lado de morar, circular e trabalhar). Assim, deve-se cuidar da criação de espaços e equipamentos apropriados ao desfrute do tempo livre.
Concluindo o Congresso, o professor da Universidade de Roma La Sapienza, Domenico De Masi, apresentou o tema o Amanhecer do Terceiro Milênio: Perspectivas para o Trabalho e o Tempo Livre, que colocou em discussão as inovações tecnológicas, afirmando que não significam, obrigatoriamente, evolução na qualidade de vida das pessoas.

Sesc Bertioga faz 50 anos

Inaugurada em outubro de 1948, a Colônia de Férias do Sesc em Bertioga acaba de completar 50 anos de existência. Localizada no litoral norte, num ponto até bem pouco tempo pertencente à cidade de Santos, hoje município, a unidade serviria de modelo e inspiração para colônias de férias de trabalhadores em todo o Brasil. Seu pioneirismo maior foi colocar a questão do tempo livre e do lazer de férias numa época em que poucos e quase nenhuma instituição se davam conta de sua importância para o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas. Nesses anos todos, o Sesc Bertioga foi se configurando como um dos maiores e mais completos centros de lazer e férias do país, com capacidade de atender 1.000 pessoas/dia, numa estrutura de hospedagem composta de onze conjuntos de apartamentos e cinqüenta casas, construídos em um amplo parque com coqueiros e outras espécies vegetais, com tratamento urbanístico moderno e funcional.
O mais recente equipamento de lazer instalado e colocado à disposição dos usuários da unidade é o Playground Aquático Interativo, no Centro de Recreação Infantil. (foto) Todo esse complexo serve de suporte às atividades culturais, recreativas e esportivas programadas e desenvolvidas por uma equipe de técnicos, num trabalho de animação sociocultural que tem destacado o Sesc Bertioga.

Sesc Belenzinho

O Sesc inaugurou as instalações provisórias da futura unidade do Belenzinho, no dia doze de outubro, mais uma referência artística para a cidade. O antigo Moinho Santista abriga, até 13 de dezembro, uma série de atividades voltadas à dança e que giram em torno da exposição Fantasia Brasileira com fotos e figurinos do Balé do IV Centenário da cidade de São Paulo. Com a presença de personalidades da dança, do presidente do conselho regional do Sesc Abram Szajman e do professor Danilo Santos de Miranda, diretor da instituição, o evento marca as atividades paralelas à XXIV Bienal das Artes de São Paulo. A exposição mostra todo o clima da São Paulo dos anos 50 com suas comemorações de 400 anos. Em telões espalhados por um salão escuro, cenas da cidade retratam o espírito da época. Em meio às projeções, um bailarino, em uma estrutura de ferro sobre rodas, fazia performances girando uma saia gigantesca e guiava os presentes para rituais de canibalismo cultural oswaldiano. Nas galerias, a história da cidade é contada através de revistas, livros e demais registros que aparecem em vitrines e mapotecas de madeira. Na Sala Milloss, documentos e fotos retratam a vida e a obra de Aurélio Milloss, coreógrafo húngaro trazido da Itália que assinou as coreografias da época. No foyer do teatro de 400 lugares, figurinos originais estão expostos em manequins criados especialmente para a exposição. No palco, espetáculos de companhias de dança contemporânea e grupos regionais completam a programação e pretendem reforçar o espírito eclético do Ballet. "Esse evento do Sesc deve servir para alertar a todos que não se esquece um evento daquele porte", confessa Márika Gidali, diretora da Corpo de Ballet Stagium e segunda solista do Ballet das comemorações.

Prêt-a-porter de volta

Devido ao sucesso alcançado, o Centro de Pesquisa Teatral do Sesc Consolação (CPT) trouxe de volta o espetáculo Prêt-à-Porter no Arena do Hall de Convivência da unidade. Com três horas de duração, o espetáculo dura apresenta três esquetes criadas pelos próprios atores sob a coordenação do dramaturgo Antunes Filho. As apresentações funcionam como uma espécie de estágio de um método desenvolvido por Antunes há mais de um ano no CPT: uma nova teatralidade que pretende colocar o ator como centro de todas as atenções da platéia,, capaz de questionar, também, aquele que o observa. "Acabou essa história de depois de terminar a peça, a platéia ir comer pizza e os atores irem beber cerveja e não se fala mais nisso", enfatiza Antunes. Segundo ele as artes cênicas caminham para um futuro em que haverá reavaliação do papel do observador e do observado. "O Prêt-à-Porter é a emancipação do ator", sintetiza. No palco, o mínimo possível: uma cama, duas cadeiras, às vezes apenas um velho baú. Junto com os elementos cenográficos foram cortados também as caras, bocas, expressões exageradas e gestos que nada tem a ver com a real emoção que uma cena exige. O texto do programa informa: "Não são os músculos que devem representar, e sim o espírito, sem puxão ou empurrão internos". É o não-espetáculo que é espetáculo, o campo das propostas e possibilidades.
A reestréia da peça, dessa vez sob o título de Prêt-à-Porter 2, foi possível graças à tremenda repercussão que as apresentações da primeira edição conseguiram quando integraram as atividades do CPT Aberto. O evento, que aconteceu em setembro, abriu o dia-a-dia do CPT a todos os interessados.
Quando perguntado sobre o papel que assumiria o diretor nessa nova forma de fazer teatro que eleva o ator à condição de dono de sua própria arte, Antunes responde que se sente bem no papel de coordenador. "Aqueles que gostam da idéia do diretor como grande estrela vão se dar mal", avisa.

Espaço da cena latino-americana

O SESC, em parceria com o Memorial da América Latina, realiza o evento ESPAÇO DA CENA LATINO-AMERICANA, com a finalidade de discutir, por meio de seminários, a direção teatral e a cenografia na América Latina. Paralelamente, será apresentada uma exposição com fotografias, maquetes, figurinos etc, de 9 artistas brasileiros e 5 estrangeiros. O SESC participa também com uma mostra retrospectiva do trabalho da instituição, como um dos principais fomentadores brasileiros nessa área. São construções e reformas de diversos edifícios teatrais, a criação do CPT - Centro de Pesquisa Teatral do Sesc Consolação, além da organização e realização de exposições, festivais, mostras e produções de espetáculos. De 10 a 29 deste mês, das 10h00 às 18h00, na Galeria Marta Traba de Arte - Memorial da América Latina. Informações e inscrições para os seminários no Sesc Consolação- tel. 234.3083

Congresso de Turismo Social

O Sesc de São Paulo esteve presente no Congresso Mundial de Turismo Social, realizado de 16 a 19 de setembro último em Foz do Arelho, Portugal. Representaram a entidade os técnicos Estanislau da Silva Salles, gerente de Programas Sócio-Educativos e José de Paula Barbosa, gerente do Sesc Paraíso, unidade regional especializada em Turismo Social. O congresso é uma realização do B.I.T.S. (Bureau International du Tourisme Social ), organização internacional com sede em Paris, França, que reúne entidades privadas e governamentais empenhadas no desenvolvimento de programas de Turismo Social.
O Sesc de São Paulo é associado ao B.I.T.S., que congrega organizações das Américas, Europa, Ásia e África. O congresso deste ano teve como tema : "Turismo Social . Turismo com Futuro - Respostas a Novos Desafios" e contou com a participação de cerca de duzentos participantes de mais de trinta países.
Na ocasião foram discutidos conceitos e apresentados relatos de experiências concretas de programas de Turismo Social em diversos países. Entre os temas destacaram-se a questão da Animação nos Centros de Férias, a Parceria entre Organizações no Desenvolvimento de Turismo Social, a Inclusão de Todos em Programas de Turismo Social e a Formação Profissional dos Técnicos em Turismo Social.

Acessibilidade Universal

No dia 25 de setembro último, em ato simbólico no Gabinete do Prefeito do Município de São Paulo, foi atribuído ao Teatro Anchieta, do Sesc Consolação e entregue ao Diretor Regional, Prof. Danilo Santos de Miranda, o Selo de Acessibilidade Universal, outorgado pela Comissão Permanente de Acessibilidade (ligada à Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano) a espaços que oferecem possibilidade real de acesso a portadores de deficiências físicas.
Uma das diretrizes que orienta o trabalho institucional do Sesc é a preocupação com a inclusão das pessoas nos processos, programas e atividades socioeducativos. O acesso pressupõe informar devidamente sobre a oferta de programação, mas implica também numa filosofia orientadora de toda ação social e cultural, com diretrizes que vão desde o encontro de soluções arquitetônicas adequadas, até sua implantação nas edificações, de forma a facilitar o acesso e o uso por parte das pessoas portadoras de deficiências de qualquer natureza.
Estiveram presentes, além do prefeito, o presidente da Comissão, Dr. Lair Alberto Soares Krähenbühl e representantes de várias ONGs que compõem a Comissão. O Selo (placa que será afixada futuramente no hall do teatro), é expressão de reconhecimento da comunidade ao trabalho do Sesc com relação à acessibilidade.

Vitrine do Tênis

O TeniSesc realizou, nos dia 08 e 09 de outubro o projeto Vitrine do Tênis - Tendências e Técnicas, com o objetivo de mostrar ao público as iniciativas e os métodos existentes na modalidade.
O evento abordou algumas metodologias empregadas nas diversas fases do aprendizado do tênis e como torná-lo acessível ao público brasileiro. Com a presença de especialistas, como Gabriel Jaramillo (EUA), Alberto Riba (Espanha), de ex-atletas e técnicos brasileiros, como Patrícia Medrado, Carlos Alberto Kyrmayr e Wilton Carvalho, o evento possibilitou o intercâmbio com "escolas" do tênis mundial e ainda abriu espaço para a reflexão sobre a utilização de técnicas da modalidade voltadas aos portadores da Síndrome de Down.

Colheita urbana

O Diretor Regional do Sesc, Danilo Santos de Miranda, acompanhado do gerente do Sesc Carmo, Efre Antonio Rizzo, estiveram em Brasília no dia 06 de outubro passado, à convite do Programa Comunidade Solidária, presidido pela primeira dama Ruth Cardoso, para apresentação do projeto "Colheita Urbana", integrante do Programa Mesa São Paulo. O evento contou com a presença da Secretária Executiva do Programa Comunidade Solidária, Ana Maria Peliano, além de representantes do Sesc Nacional, do Distrito Federal e de vários secretários estaduais da área social.

O Mundão de Santo Amaro

Este mês, uma grande programação cultural e desportiva contando com recursos multimídia marca a abertura do centro de atividades do Sesc em Santo Amaro, O evento, denominado Mundão, promete agitar as estruturas da cidade, do bairro e do prédio, uma enorme e desativada garagem de ônibus em forma de "U", localizada na Rua Amador Bueno, e que vai abrigar algumas manifestações estéticas do homem contemporâneo neste final de milênio.
Marcado pela globalização e rompimento das fronteiras conhecidas e consagradas, o final do século 20 oferece um exato contraponto ao ambiente do final do século 19, quando a humanidade se aventurava pelo sonho da modernidade. Dando espaço à idéia da fragmentação do homem urbano, da efemeridade das manifestações da cultura de massa, à velocidade absurda e que privilegia a dissolução das coisas - "status quo" maluco e misterioso do que vem pela frente - o Mundão tenta abarcar, por meio das artes corporais, cênicas, plásticas, sonoras e visuais (sem deixar de lado a palavra escrita, as ciências e atividades esportivas) todo esse mosaico composto pelas tentativas de habitar, locomover-se, relacionar-se, sobreviver e expressar-se, na mais importante metrópole equador abaixo. De 27 de novembro a 6 de dezembro, o paulistano pode conhecer a nova unidade, num evento idealizado nos moldes do Projeto Babel, do ano passado, que marcou o lançamento do futuro Sesc Pinheiros.

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