Postado em 01/01/1999
JULIANA RESENDE/BR PRESS
Depois de anos de silêncio, brasileiros – poucos, ainda – "descobriram" Timor Leste, uma ex-colônia portuguesa ocupada desde 1976 pela Indonésia. Palco de inúmeros casos de desrespeito aos direitos humanos, o país ganhou evidência no Brasil somente após a concessão do prêmio Nobel da Paz, em 1996, a dois timorenses, o ativista político e jornalista José Ramos-Horta e o bispo católico dom Carlos Ximenes Belo. Passado o momento da premiação, o assunto voltou a ficar praticamente restrito a algumas organizações que lutam para que o Brasil tome uma posição favorável à libertação do país.
Timor Leste divide Timor, a última ilha do arquipélago indonésio, com Timor Oeste, anexado pela Indonésia em 1950, depois que esta conquistou a independência da Holanda. Com a invasão indonésia em Timor Leste, começou uma guerra que continua até hoje. Mais de 300 mil timorenses já morreram – quase metade da população do país (cerca de 700 mil) –, sob metralhadoras, bombardeios e torturas. Trata-se, em termos relativos, do maior genocídio do século: 44% dos timorenses foram mortos de 1975 a 1981, segundo o livro Timor Est – Le genocide oublié (Timor Leste – O genocídio esquecido), de Gabriel Defert. Nem mesmo o holocausto conseguiu eliminar uma parte tão grande do povo semita – os 5 milhões de judeus assassinados pelo nazismo entre 1938 e 1945 correspondem a 33% dos 15,75 milhões que havia no início do conflito.
Um dos episódios mais marcantes da ocupação indonésia foi o chamado Massacre de Santa Cruz. Cerca de 200 mauberes – termo usado pelos portugueses para a nacionalidade timorense – foram fuzilados por tropas indonésias durante uma manifestação pelo fim da barbárie e pela liberdade, na capital Dili, em novembro de 1991.
Lugar no mapa
De 1996 para cá, Timor Leste parece ter "entrado" no mapa-múndi, com a premiação de Ramos-Horta e Ximenes Belo. Comitês de apoio a Timor se espalharam pelos quatro cantos do planeta, sobretudo entre os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Para José Aparecido de Oliveira, ex-embaixador do Brasil em Portugal, o apoio desses países é "indispensável". E dentre eles, Aparecido considera o Brasil "o aliado mais importante, do ponto de vista diplomático".
Para o embaixador Ivan Canabrava, subsecretário-geral de Assuntos Políticos no Itamaraty – que esteve em Timor Leste em março de 1997, em missão especial designada pelo ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia –, a posição da diplomacia brasileira é buscar um papel construtivo na busca do diálogo. "A questão de Timor está sempre presente em nossas relações com a Indonésia", diz. "E pelo fato de o Brasil ter boas credenciais com o governo indonésio – somos o único país de língua portuguesa com embaixada na Indonésia –, temos conquistado uma posição privilegiada como mediador desse conflito."
Apesar de o atual presidente da Indonésia, Jusuf Habibie, ter declarado não aceitar negociações sobre a região, Canabrava vê razões para otimismo. "Existem setores indonésios que querem encontrar soluções para Timor Leste, diminuindo manobras militares e dando mais autonomia ao país", diz ele.
Canabrava cita fatos que o fazem crer numa gradual mudança de atitude do governo. "Nelson Mandela visitou José Xanana Gusmão (líder-mor da guerrilha em Timor, preso em Jacarta), com autorização da Indonésia. E Habibie deu anistia a 15 presos políticos ligados a Timor. Daí, com certeza, vai sair algo positivo."
Mas Ramos-Horta quer mais. "O apoio político pode ser mais contundente, o que não desvaloriza em hipótese nenhuma o respaldo que já obtivemos do governo do Brasil. Mas gostaríamos de contar com todo o povo brasileiro. Convoco vocês a boicotarem a Indonésia não comprando seus produtos."
Igual sugestão tem circulado pela Internet, em mensagens de repúdio à situação de Timor Leste. São listados produtos importados da Indonésia, como os tênis Nike e Reebok, acompanhados do apelo para o destinatário boicotá-los em solidariedade.
A idéia é utilizar os milhões de consumidores brasileiros como um poderoso instrumento de pressão econômica. Mas será possível obter engajamento expressivo em uma campanha num país em que poucos sabem onde fica Timor Leste?
Com o objetivo de oferecer ao leitor informações sobre esse assunto publicamos duas entrevistas que trazem posições antagônicas sobre o conflito. De um lado, Mari Alkatiri, secretário de Relações Externas da Fretilin (Frente Revolucionária deTimor Leste Independente, partido mais forte ligado à resistência), entrevistado por ocasião da visita que fez ao Brasil em setembro de 1997, juntamente com Ramos-Horta. Do outro, o embaixador da Indonésia no Brasil, Adian Silalahe, que se manteve no cargo mesmo após a renúncia do general Suharto, em 1998.
Final de curso no meio do mato
O estudante de jornalismo Leonardo Sakamoto, 21 anos, decidiu fazer de seu trabalho de conclusão de curso na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, no ano passado, um ousado esforço de reportagem. Durante nove meses, Leonardo trabalhou com os olhos voltados para Timor Leste. Manteve contato com entidades ligadas à questão timorense em Portugal e no Brasil, debruçou-se num método rápido inglês-indonésio, aprendeu o básico para se comunicar e, finalmente, se lançou ao maior desafio: passar um mês em Timor e ter acesso à guerrilha. Não só conseguiu seu intento como trouxe, junto com um riquíssimo material fotográfico e informativo sobre a realidade do país, mais de 50 entrevistas gravadas – incluindo uma exclusiva com o líder da resistência Xanana Gusmão, feita na prisão, em Jacarta. Entre as muitas recordações preciosas, não faltou uma malária (Plasmodium falciparum), que felizmente tem cura, embora possa ser fatal.
Fique claro que Leonardo foi a Timor, via Indonésia, como turista – como fazem os jornalistas. Com contatos certos e driblando a patrulha de soldados indonésios, ganhou a confiança de lideranças e foi para o "mato" – como é chamada a região onde se concentram os guerrilheiros da Falintil (Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor Leste). A Falintil é apartidária e deixou de ser dirigida pela Fretilin em 1987. É a parte armada da resistência, formada por homens e mulheres que lutam pela independência de Timor. Leonardo ficou cinco dias no mato (na parte oeste da ilha, e a mais desmilitarizada, onde ficam as maiores cidades). "Não houve tiroteios, mas ouvi tiros", conta.
Para sua surpresa, os timorenses acham que o Brasil está muito engajado no apoio a Timor. "Eles adoram o Brasil e não fazem idéia de que Timor é pouquíssimo conhecido por aqui."
Entre os entrevistados, os que mais comoveram o estudante foram crianças órfãs, cujos pais foram assassinados. "Uma delas contou que viu a mãe sendo estuprada e morta, enquanto se escondia embaixo da cama."
Histórias como essa, aspectos culturais e outras particularidades de Timor Leste serão reunidas em um livro, que Leonardo já começa a esboçar.
Brasil pró-Timor
Aos poucos, a causa da independência de Timor Leste ganha mais adeptos no Brasil. Em São Paulo, os grupos Clamor por Timor e USP por Timor Livre são os precursores e catalisadores da movimentação pró-Timor Leste. O Clamor por Timor existe desde 1994, iniciado pelo frei dominicano João Xerri e pela tradutora Lilia Azevedo, ambos ligados ao Grupo Solidário São Domingos e à Renovação Cristã do Brasil. "Em dezembro de 1995, dom Paulo Evaristo Arns celebrou uma missa na Catedral Metropolitana, lembrando os 20 anos de ocupação indonésia em Timor", conta frei João. No ano seguinte, o Clamor por Timor uniu-se à Arquidiocese de São Paulo numa campanha de divulgação da situação do país, que incluía outdoors em paróquias e colégios.
O Clamor por Timor foi procurado pela editora Martin Claret, que lhe propôs a publicação do livro Timor Leste – Este país quer ser livre, uma coletânea de textos organizada por Silvio Sant’ Anna. O lançamento aconteceu em setembro de 1997, com a presença de Ramos-Horta. Para acompanhar houve uma exposição de fotos, produzida pela ONG portuguesa A Paz é Possível em Timor Leste, com apoio da União Européia.
Foi por estímulo do Clamor por Timor que nasceu, em agosto de 1997, na Universidade de São Paulo (USP), o movimento USP por Timor Livre. "Pouquíssimos estudantes estão informados a respeito de Timor Leste. E nosso papel é difundir o que acontece no país no meio universitário", diz Cristiane Checchia, 23 anos, aluna da Faculdade de História da USP.
A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também passaram a apoiar a causa timorense, a partir de um encontro de jornalistas de língua portuguesa, que aconteceu no Brasil. Aliás, a sede da Fenaj abriga o Comitê Brasiliense de Solidariedade a Timor Leste, criado em 1997, durante o 30 Encontro de Jornalistas de Países de Língua Portuguesa, realizado em Salvador (BA), onde também funciona um atuante comitê pró-Timor Leste.
Também há iniciativas pró-Timor Leste entre políticos. O deputado federal Nilmário Miranda (PT-MG), ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados (CDHCD), coordena atualmente o Grupo Parlamentar Pró-Timor Leste. "Conseguimos a adesão de 107 deputados de vários partidos", informa Miranda. Em São Paulo, outro deputado petista, Ruy Falcão, lidera a Frente Parlamentar Paulista pela Independência de Timor Leste.
Falcão defende a posição de que o Brasil tome partido nos problemas de Timor. Segundo ele, "a exclusão social em qualquer parte do mundo deve ser discutida nacional e internacionalmente".
"A resistência governa à noite"
Mari Alkatiri é o secretário de Relações Externas da Fretilin (Frente Revolucionária de Timor Leste Independente). Nesta entrevista, ele relata como cresceu e sobrevive o movimento de resistência à ocupação indonésia.
PROBLEMAS BRASILEIROS – Qual tem sido a ação das forças militares indonésias em Timor Leste?
ALKATIRI – Basicamente de ocupação. São chefiadas por oficiais de alto escalão, que pretendem se promover no exército indonésio fazendo um "bom trabalho" de repressão em Timor. Vale tudo o que puderem fazer para reafirmar a necessidade de sua missão.
PB – A barbárie continua?
ALKATIRI – A barbárie é o dia-a-dia dos timorenses. O povo procura resistir de várias formas. Transferimos a luta pela libertação para locais onde a ocupação é mais forte. Procuramos fazer demonstrações de rua, sem violência. Mas atos pacíficos correm o risco de virar massacres.
PB – Como é a estrutura do poder em Timor Leste hoje?
ALKATIRI – Há dois poderes: um é o administrativo, ligado ao governo indonésio; o outro é a resistência, coordenada por líderes timorenses que ainda não foram presos. É assim que funciona: a Indonésia governa de dia, e a resistência governa à noite. A resistência tem o apoio maciço do povo, portanto, é o poder legítimo, "eleito", digamos assim. Há uma forte tentativa de aliciamento dos jovens timorenses por parte da Indonésia. O governador biônico Abílio Osório Tavares está oferecendo empregos públicos para jovens fora de Timor, nas ilhas vizinhas.
PB - Além da Fretilin quais são os outros partidos políticos que fazem oposição à Indonésia?
ALKATIRI – A União Democrática Timorense (UDT), que atua conjuntamente com a Fretilin e integra as Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor Leste (Falintil), e organizações estudantis. Todos na clandestinidade.
PB – Como a Indonésia controla a Fretilin, efetivamente? O que acontece quando se suspeita que alguém é membro da resistência?
ALKATIRI – A princípio, para os indonésios todo timorense é da Fretilin. E deve ser eliminado. Os líderes ficam atualmente nas montanhas, para tornar sua captura mais difícil. Em Dili e outras cidades há muitos informantes do governo indonésio, inclusive timorenses.
PB – O que está sendo articulado pela Fretilin agora? Como essa força de resistência tem se mantido até hoje, com suas lideranças exiladas?
ALKATIRI – Neste momento, por iniciativa da Fretilin, criou-se um órgão nacional consensual para buscar plataformas de entendimento com outras forças políticas e com a própria Igreja Católica: o Conselho Nacional de Resistência Maubere, cujo presidente é José Ramos-Horta.
PB – Fale sobre a origem da Fretilin. É verdade que, no passado, a organização chegou mesmo a cogitar apoio da Indonésia contra o colonialismo português?
ALKATIRI – A Fretilin surgiu no final dos anos 60 com o intuito de pôr fim à relação colonial de Timor com Portugal. Não de uma forma armada, nem como movimento de massas, mas por um pequeno número de pessoas, de forma clandestina. O mesmo acontecia em outras colônias portuguesas, na África. Pensávamos, na época, que podíamos ter o apoio da Indonésia, com a qual mantínhamos relações desde 1973, antes da queda do regime colonial português, em abril de 1974. Em maio já havia comissões específicas, com o objetivo de organizar o país como nação independente. Estávamos nos preparando para iniciar a política de um novo Estado. A Fretilin era nacionalista e patriótica. E veio a ser o único movimento pró-independência, comparado aos outros partidos políticos que surgiram na mesma época. As outras organizações ou se dissolveram ou passaram a apoiar a Indonésia, buscando segurança.
PB – O senhor participou da luta armada contra a Indonésia? E seu exílio?
ALKATIRI – Minha posição foi de adesão total à luta pela libertação de Timor. A Indonésia estava para invadir nosso território. E a guerrilha começou. Peguei em armas por mais de dois anos. Até que a Fretilin nos nomeou (a mim e a Ramos-Horta) representantes da organização fora de Timor. Precisávamos de bases em outros países, e se ficássemos lá provavelmente estaríamos mortos. Três dias antes da ocupação maciça indonésia, fomos embora no último vôo direto para a Austrália. Sabíamos que não poderíamos voltar enquanto a guerra não acabasse. Mas não imaginávamos que ficaríamos 22 anos sem ir a Timor...
PB – O senhor nunca mais foi a Timor? Deixou família lá?
ALKATIRI – Só sobrevoei o país, sem nunca pousar. Na época, não era casado. Deixei meus pais e irmãos. Moro em Moçambique, onde me casei.
PB – Como um timorense consegue sair de Timor?
ALKATIRI – Há duas formas. A clandestina, fugindo por mar. Ou via Jacarta, porque só temos vôos de Dili com escala obrigatória em Jacarta. Os que conseguem sair via Indonésia, geralmente o fazem com passaportes falsos e com muito dinheiro. Outra forma é pedir asilo político em embaixadas na Indonésia.
PB – Hoje, como é a situação para a imprensa em Timor Leste?
ALKATIRI – Os jornalistas que vão a Timor entram no país como turistas – nunca como profissionais da imprensa a trabalho. Duas equipes de televisão da Inglaterra e Austrália foram barbaramente assassinadas em Timor, quando se preparavam para filmar a ofensiva do exército indonésio. Foram mortas a tiros e tiveram seus corpos cortados, em 16 de novembro de 1975. No dia 7 de dezembro outro jornalista australiano foi assassinado em Timor.
PB – A cultura brasileira é conhecida em Timor Leste?
ALKATIRI – Sentimos muita proximidade cultural, mesmo estando do outro lado do mundo. Além da irmandade de colonização, a cultura brasileira é muito rica, alegre. A música é apaixonante, e o futebol principalmente. Quem não conhece Pelé? Na minha juventude e de meus companheiros tínhamos muita vontade de conhecer o Brasil. Mas isso soava como um sonho. Hoje estou aqui pela terceira vez mas ainda me sinto um pouco estranho. A verdade é que me sinto pequenino representando o pequenino Timor. O Brasil é grande demais.
"Falsa propaganda"
Adian Silalahe é embaixador da Indonésia no Brasil. Nesta entrevista expõe a posição de seu governo sobre a ocupação de Timor Leste, que prefere chamar de "integração".
PROBLEMAS BRASILEIROS – O que a Indonésia pensa das manifestações de solidariedade a Timor Leste que têm surgido no Brasil, especialmente depois da visita de Ramos-Horta?
ADIAN SILALAHE – Ramos-Horta ainda está tentando enganar algumas pessoas a respeito da verdadeira história de Timor Leste. Para quem não o conhece bem, torna-se fácil expressar solidariedade a ele. No entanto, a história provou que a grande maioria do povo timorense aprova a integração com a Indonésia. Lamento que alguns brasileiros acreditem na falsa propaganda de Ramos-Horta.
PB – Qual tem sido a posição dos governos brasileiro e português com relação à anexação de Timor Leste?
SILALAHE – O Brasil apóia o processo de negociação entre Indonésia e Portugal que está sendo feito sob a supervisão do secretário-geral da ONU. O Brasil também está apoiando o chamado All-Inclusive East Timor Dialogue, que tem como objetivo promover encontros dos timorenses dentro e fora da Indonésia. No entanto, a posição do governo português ainda está voltada a demonstrar os próprios méritos, quando, na realidade, Portugal deixou Timor Leste, e o processo de descolonização aconteceu através da integração com a Indonésia.
PB – E quanto às denúncias de que a Indonésia estaria desrespeitando os direitos humanos nesses anos de anexação do país? A Indonésia admite excessos (torturas, controle de natalidade, trabalho forçado e abuso sexual de mulheres, conforme descreve o pesquisador indonésio George Aditjondro)?
SILALAHE – Nenhum país do mundo é perfeito no campo de direitos humanos, inclusive a Indonésia. Em Timor Leste ainda se encontra a presença de alguns segmentos do movimento clandestino, que atrapalha a segurança pública. Esse movimento conta com o apoio de alguns que não concordam com a integração e o desenvolvimento de Timor Leste. Eles praticam sabotagem, terror e intimidam o povo timorense, que gosta da paz. No esforço de acabar com esse movimento clandestino acontecem também alguns excessos. E tudo isso já foi comunicado pela Indonésia à Comissão de Direitos Humanos, em Genebra – lembrando que esses excessos não fazem parte da política indonésia.
PB – Dados listados em diversos livros sobre Timor Leste sustentam que mais de 40% da população timorense foi morta na guerra de anexação. A Indonésia confirma esse percentual?
SILALAHE – Não existe nenhum registro exato quanto ao número de pessoas que morreram durante a guerra civil. Por causa dela, entre o próprio povo timorense, a Fretilin, à qual pertence o senhor Ramos-Horta, executou muitos que são a favor da integração com a Indonésia.
PB – Qual é o contingente militar indonésio em Timor Leste atualmente?
SILALAHE – A presença militar indonésia em Timor Leste tem como objetivo, além de manter a segurança do povo timorense, trabalhar e construir o desenvolvimento social. No momento, existem cerca de quatro batalhões militares, e a maioria deles está fazendo trabalhos sociais em Timor Leste.
PB – Mesmo com o apoio dos EUA na ocupação de Timor Leste, a Indonésia tem sofrido pressões internacionais para desocupar o território?
SILALAHE – Não há nenhuma pressão internacional para a Indonésia. Na verdade, desde 1983 o assunto de Timor Leste não vem sendo tratado na pauta comum da ONU. Os trâmites para uma solução pacífica e internacionalmente aceitável serão negociados entre os governos indonésio e português sob os auspícios da ONU.
PB – Quais são as metas da Indonésia para Timor Leste? Há a possibilidade de convocar eleições diretas ?
SILALAHE – O desenvolvimento em Timor Leste é uma prioridade do governo indonésio. Até hoje, Timor Leste já participou das quatro eleições junto com as outras províncias da Indonésia. Nessas eleições, 90% do povo timorense exerceu o seu direito de escolher muito bem os seus representantes.
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